Capítulo Único.

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Kerem se remexeu no colchão sentindo a brisa fria do mar provocar arrepios em sua pele. De olhos fechados, tateou o colchão a fim de encontrar o corpo quentinho de sua amada para aconchegar-se. Sentindo um vazio na cama, o ruivo finalmente abriu os olhos para absorver a escuridão que começava a se formar aos poucos, sobrepondo os últimos raios alaranjados que adentravam o quarto do resort.

Ainda grogue, levantou-se e reconheceu a sombra curvilínea na área externa do cômodo e rapidamente vestiu sua bermuda caqui outrora jogada ao chão. Aproximando-se a passo leves, prendeu a respiração ao contemplar a visão de Hande sentada sobre o deque de madeira com vista para as águas agora do tom azul escuro, marcando o fim da tarde nas Maldivas. O por do sol ao fundo deixava o cenário com um ar ainda mais etéreo.

Sua namorada era a visão mais bonita que poderia pedir ao acordar.

Sua namorada. Kerem riu baixinho ainda na soleira da porta. Como amava atribuir a figura de Hande a essas duas palavras.

Pegando seu celular na mesinha de centro e abrindo o aplicativo da câmera, Kerem enquadrou a silhueta de Hande, chegando cada vez mais perto da mulher.

— Amanim? — Hande o chamou, virando-se a tempo do click. — O quê está fazendo? — Ela sorriu, seus olhos brilhando fazendo o coração de Kerem saltar.

— Capturando momentos inesquecíveis.— Kerem respondeu, sentando-se ao seu lado após lhe dar um beijo na testa. — Uma bela vista, em um lindo lugar, com uma linda mulher...— Ele lhe estendeu o celular para que Hande analisasse a fotografia recém tirada através dos olhos dele.— Posso postar?

— Claro. — Ela lhe devolveu o aparelho e sorriu presunçosa vendo Kerem digitar algo rapidamente e depois colocar o celular ao seu lado, no chão.— Parece que pela primeira vez você vai estar cumprindo sua palavra, afinal. Como você mesmo disse: tudo pode acontecer a qualquer hora.

— É a verdade, güzelim.— Ele riu, sentindo um calor se espalhar pelo peito. Ela o conhecia tão bem.

— Diga de novo.— Hande o encarava com seriedade, seus olhares presos por tamanha intensidade.

Güzelim.— Ele repetiu com a voz rouca e Hande sentiu seu ventre se contrair.— Senti sua falta na cama.— Kerem entrelaçou a mão dela com a dele.— Me acostumei a acordar com você tão colada a mim.

—Desculpe.— Hande sorriu, desenhando pequenos círculos na pele exposta da mão dele.— É que você dormiu a tarde toda... Parece até que tomou um sonífero.

— Hm, sonífero não.— O outro sorriu provocativo.— Mas tomei um chá...

— Kerem! — Hande guinchou lhe dando um tapa leve no braço, suas faces roborizando.— Você é tão, tão...

— Perfeito? Charmoso? Irresistível?

— Esqueça.— Ela revirou os olhos ainda sorrindo. Ele realmente era tudo aquilo, mas também era muito mais. Para Hande, não existia uma palavra que fizesse jus ao ser humano tão bonito que Kerem era. Ele a faz vibrar, sorrir... Viver. — Só quis aproveitar um pouco mais a vista.— Os olhos de Hande voltaram-se para o por do sol aos poucos se despendido para dar lugar ao satélite lunar.— Pela última vez...

— Podemos voltar aqui sempre que você quiser, sabe disso, certo?— Kerem abraçou Hande por trás, apoiando seu queixo no ombro da mulher e dando uma fungada em seu pescoço em seguida.— Deus, como eu amo o seu cheiro...

Hande soltou uma gargalhada alegre.

— Contanto que seja com você...

— Sempre.

Através dos seus olhos | HankerOnde histórias criam vida. Descubra agora