Num cenário destruído pela guerra, cheio de criaturas radioativas ambulantes e gangues escondidas na subcamada da cidade anti-social, vinha Nven com sua bicicleta, buscando um salão ora abandonado, com uma porta de bar pixada e fitas de cena do crime na porta que dava pro interior do balcão, rasgadas num puxão dado por Nven. A luz do salão não funcionava, isso era meio óbvio, não se sabe porquê ele tentou acender mas ele foi focado em pegar uma filmadora, apoiada num tripé ao lado de um iluminador. Enquanto tentava desrosquear a filmadora foi surpreendido com a visita de um peixe, o qual usava um terno de gala e exclamou sem cerimônia:
-É um ótimo salão! Mas vai precisar de armas se quiser se manter seguro aqui.
-Armas..._murmurou Nven sentindo um arrepio.
-Absolem! Ou cabeça de peixe, você escolhe, tenho todo tipo de armamento que precisar e atendo em mais lugares que as fábricas de refrigerante! _nessa hora um holograma brilhou nas costas do peixe com uma propaganda de sua loja de armas.
-Pera, você é um pop-up ambulante?
-Pop o quê?
-Esquece.
-Você não me falou o seu nome.
-Nven, mas esqueça essa informação! _disse enquanto colocava a filmadora na bolsa de modo apressado. -Boa sorte com a loja! _ em seguida pulou sobre o muro e desapareceu entre os telhados.
Absolem que observava a cena inexpressivo, teve uma ideia:
-O maluco deixou a bike pra trás! HUEHUEHUE Vou vender isso aqui e trocar num pente alongado, boa!
Em uma outra dimensão, que apesar do termo não era tão longe assim, rolava uma fuga insana de Sofia, no meio de uma floresta de bordo no outono, que para ela pareciam folhas de sakuras, estava sendo perseguida por Jofe e mais 8 capangas bárbaros montados em dromedários mutantes, alguns dos bárbaros portavam na mão direita barras de ferro cobertas com bambu e outros lanças de marfim afiadíssimas atadas em pau de goiabeira, na mão esquerda carregavam folhas de bananeira, que eram vistas como azuis pela garota que sofria de tritanopia e que pra piorar sentia uma forte vertigem pela cor azul [Fumaças Azuis, Quadro de Néia: Entendeu ou quer que eu desenhe? -Tritanopia, acho difícil você conhecer essa palavra, a menos que tenha alguém próximo com essa condição visual, mas você sabe o que é? Você já sabe que o corpo é feito de tecidos que são feitos de células, só que na retina dos nossos olhos existem vários tipos de células, entre elas dois específicos que percebem e filtram a luz, chamados de fotorreceptores, são chamados por bastonetes e cones, os bastonetes filtram o nível de luz, como os contrastes, a intensidade, enquanto os cones, segundo a teoria tricromática, filtram três cores principais, conhecidas como RGB (red, green, blue), às vezes ocorre uma disfunção no funcionamento desses cones, podendo ser uma deficiência parcial ou total como a tritanopia, onde todo o cone azul não funciona e deixa de filtrar/misturar as cores, causando uma ausência completa da impressão do verde na retina, enquanto o tom azulado predomina a visão.- Até a próxima nerds. Fumaças Roxas.] Logo ela se viu rodeada pelos bárbaros e de repente se transformou numa cerejeira imensa, seu corpo de coelho se esticou deformando-se e criando enormes galhos floridos, se esticando e subindo ao céu, um dos bárbaros bateu com o machado no caule, enfraquecendo-a para em seguida derrubá-la com um chute, a árvore que despencava em direção ao chão se transformou num coelho com a perna machucada e começou a correr de pressa para longe dos bárbaros, foi quando Jofe a capturou em sua forma miúda e a trancou numa caixa recoberta de placas azuis reluzentes que impediam a garota de arrebentar a caixa, tendo sucesso em sua armadilha. Em seguida Jofe apunhalou a caixa e gritou:
-Vamos! Todos de volta pro castelo! _montou no seu dromedário e partiu em direção ao palácio.
Eram 2:00 da manhã, Nven corria trêmulo e com frio, sedento por algo lá dentro, a friagem lhe desesperava como a fome e como a seca, ali os campos já não eram nobres nem frutuosos, pobre bicho homem santo vitimado em seu demônio.
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Cáp.1: Piloto
FantasyUm texto que conta a história do período Caniptalista, esse que ficou marcado como o primeiro século após a grande Guerra dos Fungos.