Às 3 da manhã, estavam três pessoas com máscaras de rato num gol quadrado atenciosas e preparadas pro assalto ao posto de gasolina. Uma delas perguntou:
-Não era melhor ficar mais longe? A gente pode ser visto nessa esquina.
-Relaxa, foca no plano! _respondera o garoto no volante do carro.
-É que tem um policial vindo.
-Porcaria! Então esqueçam o plano!
Saíram em alta velocidade com o carro, despistando o que era na verdade um flanelinha que cobrava pelo monitoramento daquela região e comentou resmungando:
-Mão de vaca!
Entraram com o carro num esgoto desativado e foram até o lugar onde viviam. Era um beco do lado de dentro do esgoto, com alguns sofás meio mofados, um varal unido por dois paus e uma tv ligada à pilhas apoiada num caixote de madeira. Saíram do carro culpando-se pelo fracasso do assalto.
-Como que ninguém viu o policial?!
-Mas eu vi, o problema foi ele ter visto a gente!
-Não adianta ficar se culpando agora, a gente precisa tentar algo novo, já é a terceira que embaça por causa da polícia.
-É, a Sofia tá certa!
-Obrigada Nando! E você Flavio, o que acha?
-Qual é seu plano?
-Primeiro a gente vai explodir um banco.
-Tá eu achei ruim.
-Mas você nem terminou de ouvir.
-Não, mas explodir o banco realmente é ruim Sofia _interferiu Nando.
-É só uma cortina de fumaça, pra distrair os policiais, tem alguma ideia melhor?
-Podia não ser um banco, que tal um supermercado?
-Azideia, um supermercado seria como um enxame de abelha, tinha que ser algo discreto e desprotegido..._insistia Flavio em sua relutância.
Terminaram de acertar o plano e partiram rumo ao alvo da façanha.
Lá estavam eles vigilantes quando Nando perguntou meio indignado:
-Como a gente chegou a um consenso sobre explodir barracas de peixe?
-Cala a boca vai explodir...Agora!
"Uma explosão imensa devastou a feira anual dos Pescadores do Sul, esparramando destroços de peixe por toda parte! A polícia ainda não sabe exatamente o motivo pra ter ocorrido essa barbaridade mas há indícios de uma suposta implantação de dispositivos explosivos no interior das barracas, a imprensa especula o caso afim de saber se a explosão pode estar atrelada a um atentado terrorista e se existia uma razão para atacarem diretamente uma feira de pescadores inocentes, o embaixador do grupo fundamentalista ocidental se pronunciou sobre o caso: [Legenda Traduzida]"É de fato uma covardia o que se fez com esses pobres trabalhadores, nosso partido repudia esse tipo de violência mal direcionada." bom, os federais buscam saber se isso se trata de uma retaliação ou apenas covardia. Logo voltamos com mais informações aqui no Arc News!" - anunciava a pequena televisão ligada à pilhas.
-Pescadores inocentes... Eu falei! Eu avisei mil vezes que não era boa ideia! Eles deviam ter famílias, histórias e agora a gente arruinou a vida dessas pessoas!
-Não dá tempo pra romantizar, vamos!
Entraram no gol quadrado e largaram marcha em direção ao posto de gasolina que tentaram roubar da última vez. Chegando lá, pararam na porta da conveniência depressa e sem tempo para rebote, renderam o atendente e foram até uma das geladeiras, onde esvaziaram o estoque do refrigerante de amora roxa. Jogaram no banco de trás e fugiram sem nem atrair sirenes.
Enquanto cruzavam a avenida viram um imenso outdoor que anunciava o refrigerante que acabavam de roubar, Sofia apontou o dedo do meio para o outdoor e gritou alto:
-Isso é Fate Gang!
-A gente fudeu com as barraquinha de peixe véi, o máximo que aqueles cara podiam fazer de mal pra alguém seria pescar uma espécie em extinção mas não teriam nem ciência da perversidade capitalista envolta na causa das extinções...
-Cala a porra da boca Nando! _gritaram os companheiros fartos das lamentações críticas de Nando.
-Chato pra caralho.
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Cáp.1: Piloto
FantasíaUm texto que conta a história do período Caniptalista, esse que ficou marcado como o primeiro século após a grande Guerra dos Fungos.