A lenda de um demônio

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Logo, já fui pensando em como sair daquele lugar. Peguei minhas coisas e me levantei. Foi quando percebi que eu estava com um cateter no braço. Bom, estão me curando ou terminando de me matar. Arranquei o cateter e sai pela pela primeira porta que vi, foi quando eu dei de cara com uma garota... Nami? Calma. Eu tô num navio? Respirei fundo e falei educadamente:

- Desculpe o incômodo, agradeça ao médico e obrigada por devolver minhas coisas. - Andei até a borda do navio, me virei de costas para o mar, na intenção (tola) de me jogar em alto mar sem nem saber onde estava. Antes de me jogar olhei para Nami e disse com um sorriso malicioso - Dá um beijo nos gostosões ''verde e amarelo'' por mim. - E me joguei no mar.

Quando estava quase tocando a água, vi um braço se esticando até mim e me puxando para dentro do navio novamente. Fui arremessada em cima do capitão e de um narigudo que nunca havia visto. O capitão ria que nem criança, enquanto o narigudo gritava com ele coisas como ''você é louco, você ainda vai matar a gente'' e concordo. Só não me machuquei porque cai em cima do capitão. Me levantei rapidamente

- Oh Deus... - resmunguei para mim mesma - Capitão, obrigada pelo convite, mas eu não estou interessada em ser uma pirata, muito menos num bando que eu já bati de frente. Agora me deixa ir embora, por favor.

- Considere isso um teste. Se não quiser descer na próxima parada, entra no bando. - ele disse num tom tão sério que nem pareceu ele.

- Ando com vocês até a próxima ilha, ok? Não me considere uma companheira. - ele assentiu.

Fiquei andando pelo navio, sem olhar para ninguém. Eu menti mais cedo. Até entraria para o bando, mas seria pedir para ser odiada. Ali não era o meu lugar. Eu não sei onde é o meu lugar, eu não sei nem quem sou. Enquanto caminhava, pensando nessas coisas, encontrei aquele bichinho, ele não estava muito ferido, apenas com um olho levemente inchado.

- Me desculpe por aquele dia. Você não tinha nada a ver com a história e eu.... - ele saiu correndo e... se escondeu...? Bem escondido não estava, mas tentou.

Apenas continuei andando, sem olhar nos olhos de ninguém, encontrei a cozinha e...

- Caraca, quem diria que você é o cozinheiro... - a atenção do loiro se voltou para mim

- Achei que preferiria se jogar em alto mar do que ficar no bando. - falou debochado.

- Não sou do bando...

- ...Ainda. - me interrompeu

- Não se anime, é temporário. Na próxima ilha vocês estarão livres de mim.

- Tempo necessário...- disse se virando para o fogão, e continuou cozinhando.

Eu não entendi o que ele quis dizer com isso, mas resolvi brincar com ele um pouco. Andei até seu lado, fazendo ele se virar para mim confuso. Seu cigarro estava aceso, cheguei mais perto colando nossos corpos e tirei o cigarro de sua boca. Eu conseguia sentir sua respiração batendo em meus lábios Ele gelou. Mal se movia. Me virei e apaguei o cigarro na pia.

- Você deveria saber que fumar enquanto cozinha não é muito higiênico. - olhei para trás e ele ainda estava exatamente na mesma posição, congelado, mas seu nariz agora estava sangrando muito. Comédia, esse cara não deve nem saber onde fica o clitóris.

Saí da cozinha e ele ficou lá, nem sei quando saiu daquele transe. Aqui estava eu de novo, caminhando sem rumo. Ai que raiva! Espero chegarmos logo em alguma ilha.

- Oii! Acho que ainda não me apresentei... Meu nome é Usopp, o capitão mais temido de todos os mares. - mas o capitão não era... ah quer saber, não questiono mais nada aqui dentro - olha eu já fiquei sabendo do que aconteceu e notei que você está meio solitária... Posso contar uma historinha medonha para ficar mais a vontade? LUFFY, QUE TAL UMA HISTÓRIA???

- EBAAAAA!!! HISTÓRIAA! S/N VEM CÁ, AS HISTÓRIAS DELE SÃO AS MELHORE... ah você tá aí - o capitão falou parando do meu lado bufando com euforia e com um sorriso que não cabia no rosto. Eles eram tão legais comigo e se tratavam tão bem. Era legal estar com eles.

Usopp contava a história de uma forma que prendia a atenção de todos. Conforme a história corria, o círculo de pessoas aumentava, mas só notei quando acabou.

Ele havia contado uma história sobre um demônio marinho que se disfarçava de lindas mulheres, fingia estar à deriva para subir em navios piratas e seduzir homens de lá, afundando o navio, e matando toda a tripulação afogada. 

A lenda diz que esse demônio é a alma de uma jovem que se apaixonou por um marinheiro que contava histórias de suas grandes aventuras. A garota era inocente e sonhava com histórias incríveis de aventuras. Um dia, ela pediu ao seu amante para levá-la a uma aventura. O marinheiro a levou, porém sua felicidade durou pouco. Ela descobriu a verdade sobre seu amado. Ele era um pirata cruel, o qual não hesitava em matar e torturar por diversão.

 Horrorizada com o que havia visto, desceu aos barrilhões de pólvora e os acendeu. Dizem que dentre as explosões e fogo, podia se ouvir gritos que juravam acabar com todos aqueles monstros no mar. Assim, começou sua caçada por navios de crueldade.

- Uma sereia? - Sanji disse com o olhar pervertido

- Caraca... Será que ela entraria no nosso bando? - Luffy questionou e Nami deu uma resposta rápida.

- PARE DE SER TÃO TAPADO - a ruiva falou dando um soco em sua cabeça- já chega de aberrações!

- Ei! Eu to ouvindo! - resmungou uma voz logo atrás de mim, quando me virei tinha um...

- ESQUELETO!! MORTO!! ALGUÉM ME SALVA PELO AMOOR! - disse me agarrando ao pescoço de Usopp, acho que nunca tive tanto medo na minha vida.

-Viu? - a ruiva se gabou convencida.

- Yohohohoh... Que simpática. Não precisa ter medo... - ele disse num tom tão amigável que fiquei aliviada - Meu nome é Brook. E você é...

- Cara, quase que você me mata do coração - disse rindo um pouco - Me chamo S/N.

Depois disso, fiquei lá sentada no chão, conversando com Usopp e por um segundo, eu estava tão bem ali que não queria ir embora. Não queria descer na próxima ilha como o combinado, mas eu também não poderia ficar, eu não deveria...

- Ei, S/N... você tá bem? - Eu não tinha percebido, mas eu estava chorando - Eu falei alguma coisa?

- Não... Não é você. É que eu não me lembro de nada - não menti, mas também não falei a verdade. Eu não me lembrava, mas esse não era o motivo de minhas lágrimas.

- Como assim ''não se lembra''? Você se lembra pelo menos um pouco, afinal sabe seu nome. Não é?

- Não... Eu li esse nome gravado na aliança de alguém que eu roubei, e me apropriei dele. A primeira coisa que eu me lembro é de estar acordando nua na praia, com um corpo de um homem ao meu lado. Ele que era dono dessas joias e roupas.

Usopp me puxou para um ''abraço'' me fazendo apoiar a cabeça em seu peito. Luffy se agachou na minha frente, tombou a cabeça e sorriu segurando o chapéu de palha.

- Relaxa, a gente descobre quem você é... Todos aqui temos objetivos, esse pode ser o seu.

- Verdade! Eu vou te ajudar no que puder. - Usopp apoiou a ideia do capitão.

- Obrigada. Vocês são demais. - Era reconfortante, de qualquer modo.

Nessa hora, ouvimos a porta da cozinha batendo.

- O almoço tá pronto. Venham antes que esfrie. - Ele estava com uma aura pesada, mas fazia parecer que estava tudo bem.

Luffy e Usopp correram para a cozinha como se estivessem mortos de fome. Sanji veio até mim e disse:

- Ele que te fez chorar? - Ele carregava uma expressão séria, apenas balancei a cabeça em um não. Sanji passou o polegar em minhas bochechas para enxugá-las. - Não chore mais ok? - Novamente, apenas balancei a cabeça, dessa vez em um sim. - Vamos. Fiz algo especial hoje...





OBRIGADA POR LER ATÉ AQUII!!

Desculpem a demora por postar, estava com bloqueio criativo... dá estrelinha pff

Em alto marOnde histórias criam vida. Descubra agora