Capítulo 1

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"Não sei se a vida é curta ou longa demais para nós, mas sei que nada do que vivemos tem sentido, se não tocarmos o coração das pessoas."

- Cora Coralina

1 ano antes

Fecho a porta do carro e faço o caminho até a parte de trás da casa, cede da Fazenda Amaranto. Miguel não tira da cabeça que devo conhecer o amigo de Danilo que veio passar o fim de semana aqui, geralmente eu fujo de encontros arranjados, mas o meu amigo me mostrou algumas fotos do cara, então meu lado devasso deu as caras e mudou de opinião sobre a operação cupido que está sendo armada para mim.

Minhas botas claras em couro, com design de bico quadrado fazem o cascalho do caminho chiarem e se ouriçarem sob meus pés. Trabalhei até pouco tempo, infelizmente não tive tempo de tomar um banho e me arrumar como gostaria para a nossa reunião de amigos, tenho preferido nomear assim desde que fui intimado. Passo as mãos pelo meu Jeans Wrangler de corte reto e apertado, me livrando de qualquer sujeira, repetindo as batidinhas de mão na camisa polo verde com o nome da fazenda que é o meu uniforme na maior parte da semana. A minha sorte é que fui em casa no meu horário de almoço, tomei um banho, troquei de uniforme, pelo menos não estarei tão desleixado pois trabalhei o resto da tarde no escritório.

O barulho alto dos meus passos é amortecido pelo som abafado da grama recém molhada, ao qual eu piso. Ouço uma música tocar baixa e a risada exagerada de Miguel substitui a melodia de Lulu Santos, me aproximo da área da piscina bastante iluminada, deparando-me com Miguel abraçado a Danilo enquanto o mesmo o aperta contra si e, o amigo, meu crush, está de costas para mim.

Miguel me avista, seu sorriso se alarga e a
euforia me toma conforme diminuo a distância do trio, focando disfarçadamente nas costas largas de Adriano. Os braços de Miguel rodeiam meus pescoço em um abraço e eu o devolvo, levantando-o do chão no processo. Desde que ele chegou a Monte Alegre, em meio a tanto trabalho que estou tendo, quase não tivemos tempo de nos encontrar, o que não significa dizer que não mantenhamos contato diário através de mensagens.

- Já chega! - Danilo ralha rabugento e solto Miguel, nós dois sorrindo do olhar ameaçador que o Amaranto me lança.

- Seu Danilo... - Me atenho a tratá-lo dessa forma para aumentar a provocação. Confesso que adoro vê-lo se morder de ciúmes, acho engraçado que um homem tão polido se transforme em um ciumento descontrolado. Eu jamais imaginaria que Danilo fosse esse tipo de pessoa. - ... Você já roubou o Miguel de mim, quem deveria sentir ciúmes e vontade de esganá-lo deveria ser eu.

- Ai, nem começa com as provocações, Elias! - Miguel pede, segurando o riso. - E você, amor, se for dar importância para tudo o que o Elias diz, vai acabar tendo um treco. - Mostro todos os dentes para Danilo, que me devolve um olhar enfadonho, eu sorrio mais ainda. - Adriano, esse aqui é o Elias, veterinário da fazenda e meu amigo.

Disfarço a timidez que, de vez em quando, aparece. Miguel, em momento algum, me preparou para essa apresentação tão direta e curta, deixando a cargo de nós dois, incrementar o cumprimento. Prendo o ar por um instante, esticando o braço e oferecendo a mão para o homem charmoso à minha frente. Por foto, Adriano já aparentava ser um pedaço de mal caminho, mas pessoalmente... minha nossa! O homem está na casa dos 1,90cm, em ótima forma, a musculatura rígida dos braços à mostra pela camisa azul, colada ao peitoral. Não é nada exagerado, na verdade, sou mais malhado que ele, os músculos bem definidos, porém, é evidente que ele está em muita boa forma.

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