AGENT HENDRICKS- THE FIRST SANDSTORM. V1

I. PILOTO

2008, Miami-Flórida

Eu não entendia bem o motivo do Elliott me deixar angustiada toda vez que  vinha à Rikers me visitar na Prisão Penitenciária Feminina de Miami de Segurança Máxima, onde eu estava presa, cumprindo pena por um crime que eu não havia cometido. Era esquisita aquela sensação que Elliott me fazia sentir e honestamente era melhor não saber. Era melhor assim… A única coisa que eu sabia naquele exato momento era que toda vez que eu via o Elliott era como se algo não estivesse certo, e talvez de fato não estivesse. Mas o que eu podia fazer em relação a isso? Ou fazer para parar de me sentir assim? Absolutamente nada. Eu me sentia muito mal com toda a situação que qualquer um podia imaginar, mas por mais que eu implorasse ou mesmo tentasse impedir o Elliott para que ele nunca mais colocasse os pés nessa prisão eu não tinha muita sorte quando esse era o assunto. Quando ele colocava uma coisa na cabeça ele não desistia por nada.

Ninguém conhecia o Elliott como eu conhecia, e conhecendo ele era melhor pedir  perdão do que permissão. 

A questão é  que não era nada  justo e muito menos com o Elliott  sempre que  largava a vida que ele tinha em New York, por minha causa e decidia deslocar -se  à  milhares de quilômetros entre New York,  para Miami;  e á uma cuja distância, e de tão longe de casa só para me ver na Penitenciária Feminina de Miami, onde permanecia presa, cumprindo pena de 25 anos de prisão por um crime que não cometi, em que fui condenada por uma grande injustiça do destino há cerca 5 anos atrás sem piedade ou até  mesmo sem remorso algum. Os autores responsáveis que me prenderam naquela específica noite apenas deduziram que eu havia matado aquele homem branco de meia-idade  que tinha encontrado nas ruas por estranhas circunstâncias. E então  quando me viram na cena do crime com aquele homem eles me prenderam como se eu fosse a pior criminosa de todas as espécies… Eu não tive nem a oportunidade de explicar de fato o que realmente aconteceu naquele dia. Eu só havia estado ali por uma grande  coincidência. Eu estava passando pela cidade apenas de passagem quando de repente vi um  homem culto e de idade caído nas ruas de Miami, parecia mais como se estivesse tendo um ataque cardíaco e precisando de ajuda. Naquele instante tudo o que eu fiz foi tentar ajudá -lo como uma boa cidadã. Só isso. 

O que era para ter sido um dos melhores  dias acabou se tornando a pior noite da minha vida. Aquela noite foi apenas o começo de uma vida de pesadelos intermináveis nos tribunais, onde tiveram coragem de me acusaram por homicídio doloso;  respectivamente passei praticamente todos os meus dias daquele ano perante à um Tribunal, respondendo por algo que eu não fazia a menor ideia do motivo eu estava em julgamento, e o porque  não outra pessoa? A minha vida acabou se transformando em um inferno pessoal… Eu não tinha descanso nem nos fins de semana ou nos feriados de fim de ano para finalmente ter uma pausa longe disso tudo.

Eu já estava farta de tudo isso, e então depois do ano novo, quando eu realmente pensei que as coisas iriam melhorar, as coisas não poderiam ficar piores do que já estavam para o meu lado. Eu tinha pensado que todo esse assunto  iria ser esclarecido, e que por fim eles iriam consertar todo esse mal entendido daquele falso julgamento, mas não foi o que aconteceu. E novamente me enganei mais uma vez. Para mim era só o início de uma vida de sofrimento depois  do Júri ter decidido que eu era culpada por me considerar ter sido capaz de tirar a vida de alguém. Eles nem ao menos nem tentaram ouvir o meu lado da história. Eles não se importavam se eu era inocente ou não. Eles só queriam alguém na capa dos jornais para eles poderem contar a história distorcida deles. Ambos apenas decidiram que eu era culpada e ponto final  devido  ao tom escuro que a  minha pele era. Uns bando de racistas que pensam que são melhores que todo mundo.

As pessoas que supostamente deveriam me proteger falharam comigo, e desde então eu não confio em mais  ninguém. Não confio nem mesmo na minha própria sombra, porque uma vez que a confiança no Sistema é quebrado  jamais volta a ser a mesma de antes.