Jack Portier, não seja um babaca

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Passada a adrenalina pós-surto por: a) ter perdido a checklist sexual; b) ter achado que a perdera na redação e que seu editor-chefe ficara escandalizado ao achá-la; c) James Potter, seu vizinho, tê-la achado e, por último, mas certamente não meno...

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Passada a adrenalina pós-surto por: a) ter perdido a checklist sexual; b) ter achado que a perdera na redação e que seu editor-chefe ficara escandalizado ao achá-la; c) James Potter, seu vizinho, tê-la achado e, por último, mas certamente não menos importante; d) James Potter ter se oferecido para ajudá-la e tê-la beijado (contra a parede que, toda vez que Lily passava por ela, lembrava-a do beijo intenso que dividiram); Lily conseguiu, enfim, começar a pensar mais racionalmente.

Naquela noite de sábado, depois que James saiu do seu apartamento, a conversa por ligação telefônica com Marlene não fora nada útil para acalmá-la. Elas riram mais da situação inusitada do que qualquer outra coisa e Marlene se glorificou algumas vezes pela ideia da lista sexual, afirmando que, ainda que Lily não desejasse, de fato, colocá-la em prática, já tinha sido mais prestativa que todos os ex-namorados da Evans juntos por ter lhe fornecido muitas risadas, um bom amasso contra a parede e uma agitação sem igual na vida calma demais de Lily Evans.

Marlene tinha razão em cada palavra, Lily conseguia admitir.

Quando acordou no outro dia, ela decidiu fazer um café mais forte antes de deixar que seus pensamentos voassem para James e a proposta dele, só que acabou ouvindo o barulho da porta do apartamento ao lado se abrindo e, sem conseguir se conter, largou a chaleira elétrica e saiu correndo, escorregando pelo corredor do seu apartamento com as meias macias e parando na própria porta, para poder espiá-lo pelo olho mágico.

Ele já havia apertado o botão para chamar o elevador, usava roupas confortáveis e ajeitava o fone de ouvido nas orelhas.

Lily sabia que James costumava se exercitar – e não tinha nada a ver com o fato de ter dado uma conferida nos músculos e nos ombros dele há menos de vinte e quatro horas –, porque já o encontrara pelo prédio com roupas parecidas e com uma linha de suor sobre a pele. Ela reparou, na primeira vez, que James deixava os óculos de lado nessas ocasiões e colocava lentes de contato. Apesar do charme que os óculos davam a James, Lily gostou do modo que sem eles o rosto bonito do Potter ficava mais exposto.

Ele olhou por cima do ombro, quase como se soubesse que Lily estava logo ali atrás da porta. O elevador chegou e James entrou, oferecendo a ela uma imagem frontal sua. Cabelos castanhos desordenados, o rosto mais em evidência sem os óculos e com uma expressão um pouco sonolenta ainda.

Bonito, sem dúvidas. Gostoso, Lily podia afirmar que sim.

Todavia, tais pontos não eram os únicos a serem considerados; se fossem, a Evans teria aceitado na hora a oferta dele.

Lily era o tipo de pessoa cautelosa. Ela não tomava decisões – pelo menos as que poderiam influenciar o rumo de alguma área da sua vida – sem ponderar as opções, o que poderia ser visto como uma bênção ou uma maldição. Mostrou-se a última opção quando Lily arrastou o namoro com Amos por mais tempo que o necessário, refletindo sobre o futuro com ou sem ele, se valia a pena tentar salvar o relacionamento. Ela demorou, agarrando-se às migalhas de bons momentos daquela relação, mas chegara ao ponto de entender que, enfim, não valia.

Cross the line / JILYOnde histórias criam vida. Descubra agora