Uma nau presa a calmaria da vida...

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Quando jovem ao mar eu me lancei

Com toda a força e juventude lutei

Em muitas águas revoltas, eu naveguei

Tempestades e tormentas, enfrentei

Por todos os mares e oceanos, eu já passei

E, em muitos, muitos portos atraquei

Sempre perseguindo algo que nunca conquistei

Pois, a felicidade, de fato, jamais eu encontrei


Agora, estou aqui, preso a uma calmaria

Num lugar, onde eu jamais imaginaria

Numa situação que nunca eu pensaria

Desde o início, nunca soube aonde eu iria

Nem pensava em tudo que conquistaria

Em todo conhecimento que eu acumularia

Ou na sabedoria que eu amealharia

Conquistando, até mais do que desejaria

E, nunca pensei que assim, um dia, eu estaria

Pois, imaginava que a felicidade encontraria

E num feliz amor, para sempre eu viveria

Não podia supor, que tanto, um dia, eu sofreria


Mas, nunca é tarde para reiniciar

Jamais devemos nos acomodar

E numa morna calmaria, se entregar

A uma vida sem nada a nos alegrar

Sempre é tempo de desejar

Nunca é tarde para se amar

Nosso cérebro nunca para de pensar

Nossa mente nunca para de imaginar

Nosso corpo, mesmo cansado, ainda quer lutar

E nossa vida, novamente, movimentar

Então, desejo voltar a navegar

E, a inércia da calmaria, eu devo quebrar

Minhas velas preciso levantar

E ao sabor dos ventos, me entregar

Um novo porto, eu irei buscar

Aonde eu possa me alegrar

E, talvez, a felicidade, enfim, eu possa encontrar!

Poemas IIOnde histórias criam vida. Descubra agora