Avisos: linguagem informal; linguagem impróprio; conteúdo sexual; universo ABO; Leorio top; Kurapika bottom; Familia; HisokaAs passagens já estavam compradas desde o início do mês, então não tinha escapatória. Uma simples desculpa não seria suficiente para apaziguar persistência de Gon, e Kurapika sabia disso!
Nunca tinha conhecido um moleque tão teimoso! Mas o que ele poderia dizer? "Desculpe, mas vou ter que dar até me acalmar" / "o QUE ..?", era o único desfecho que ele podia pensar agora.
As crianças ainda estavam na fase de "segurar as mãos", e era assim que ele queria que fosse: uma relação pura com brincadeiras e competições de quem abraça mais forte. Sem necessidade mensal de ser inundado por esperma.
Mas até onde ele sabia, os dois nunca tiveram contato com malícias – além da desgraça do Hisoka – então nas suas expectativas, Gon não entenderia a situação como algo chulo.
Já Killua... Talvez...
Porém, depois de tantos conflitos, era a primeira viajem em família, e ele não queria estragar tudo. Enquanto olhava para o nada tentando pensar em um plano, aproveitou para cheirar o blazer sob medida azul marinho que estava apoiado nos seus ombros, que pro sinal, eram bem menores do que os de Leorio.
Não conseguia pensar em nenhuma solução...
- Vamos? – Leorio perguntou se aproximando – Conseguiu fechar as malas? Lembro que estava em dúvida se levava mais um par e casacos para o Gon e o Killua.
- Leorio...
- Eles já são bem grandinhos para saberem se vestir! – ele disse em meio a uma risada.
- Leorio!
- Que foi?
Com a concentração total nos olhares, o quarto ficou tenso mas Kurapika não precisou falar nada... O cheiro doce e provocante dos hormônios no ar já dava a entender a problemática:
- Mas... Agora?! – ele perguntou atordoado.
- E eu escolho?!
- Gon e Killua já estão no táxi... O motorista está sofrendo por sinal! Consigo ouvir ele discutindo com os meninos sobre ligar ou não o ar-condicionado! – ele completa a fala com uma risada escrota, do tipo que diz "meus garotos".
A leve infantilizada que ele apresentou já foi o suficiente para o bottom questionar suas escolhas... Talvez fosse os hormônios a flor da pele ou o simples fato de seu parceiro ser um completo idiota quando ele quer, o que era a maior parte do tempo. Do dia a dia para a noite ele realmente é um sujeito completamente diferente:
- Hã... Toma... – Leorio falou enquanto ele entregava a gravata ao loiro em troca de seu terno, botando a mão delicadamente na gola da vestimenta, mas foi interrompido rapidamente pela mão do parceiro. Seus olhos estavam coloridos de vermelho escarlate, sinal que o pequeno já estava no seu limite – Vamos precisar cuidar disso... Use as lentes por enquanto.
- Da última vez não deu certo. Lembra? Quando eu usei dava para ver o brilho por traz.
- Fazer o que se seu olhar é tão penetrante... – ele deu uma risada.
Os olhos perderam o brilho quase instantaneamente, um sinal claro de um broche terrível para o Kuruta, porém, era uma vitória para o futuro médico. Leorio pode ser extrovertido, mas sempre procura garantir a segurança e o conforto de seus tesouros.
A primeira decisão que fizeram juntos foi lutar para que aquele grupo estranho pudesse se chamar 'família'. Ignorando o fato de que Kurapika sempre tomava a frente nas decisões e tinha maior responsabilidade e respeito dentre os quatro, Leorio ajudava no que podia, como distrair os meninos e ensinar biologia:
- Leve a gravata com você caso precise, mas vou estar junto.
- Acho que isso só me deixa mais inseguro...
- Eu estudei por meses esse comportamento. Realmente sei como te satisfazer sem precisar atrapalhar os meninos.
O tom sério, quase bravo que o moreno usou junto com a encarada por cima de seus pequenos óculos redondos, era de um homem ofendido com o questionamento de suas habilidades.
"Por que ele só raramente agia assim?" – pensou o loiro encarando de volta sem se intimidar.
-Como você é teimoso! Anda! Pega as suas coisas, que o motorista já está surtando! E eu também!
- Por quê? Quem tem que checar os cintos de segurança sou eu. Você só fica na frente conversando com o taxista... – falou o loiro, agora com seus olhos escuros novamente fechando a última mala e preparando para levar ao carro.
- Parece mentira, mas seus feromônios são mais provocantes do que o Gon perguntando quanto tempo falta pra chegar...
- Cala a boca e vai para o carro!
Leorio saiu rindo satisfeito com o sucesso da provocação. Kurapika saiu logo atrás, só chegando por último pois ainda guardou na mala mais um par de casacos azuis e verdes.