Choram as rosas

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Semanas se passaram, quando chega em sua casa uma carta e ao ver o selo das forças armadas Rosa sabe que é pra ela. Em uma luta interna, a ruiva decide abrir e põe-se a chorar enquanto a lia. Seu pai, já preocupado, pergunta o que aconteceu e a jovem não responde, só pede para ser levada ao hospital da cidade.

Ao chegar, é abordada por uma senhora que disse que o seu filho queria vê-la, ela, já imaginado do que se tratava, tentava (e falhava miseravelmente) se preparar para o que estava por vir. Entrando no apartamento quatro, Rosa encontra Cravo, deitado, medicado e pálido, de uma forma que ela nunca vira antes, a olhando e sorrindo como se a tivesse vendo novamente pela primeira vez. Como um sinal de desespero, ela pega a mão do jovem e pergunta o que acontece e ele responde "me desculpa, era isso que eu não conseguia contar", enquanto escorria uma lágrima do seu olho. Rosa, pela catarse da cena em que se encontrava, chora novamente e diz que está tudo bem, enquanto abraçava de forma cuidadosa e afável o seu amor. Cravo, com uma voz fraca, pede para ela nunca esquecer dos momentos perfeitos juntos, do primeiro beijo, da primeira dança, da primeira transa e de que ele a ama. Ouvindo tudo e consentindo tudo, enquanto, mentalmente, rezava para o amor da sua vida melhorar, Rosa sente a respiração de Cravo falhar, seu coração desacelerar e, finamente, parar.

Horas se passaram desde o óbito e o pai de Rosa, já preocupado pela saída repentina de sua filha, a encontra no quarto do hospital, sozinha, com uma Rosa murcha na mão e, sabendo da reposta, pergunta: - E agora?

Rosa, com uma voz baixa, soturna e cansada responde:
- E agora? Agora choram as rosas.

O Cravo e a Rosa Onde histórias criam vida. Descubra agora