Não morra com eles

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O barulho do trovão assustou Suzune que logo percebeu Alex desmaiando no volante e perdendo o controle do carro em alta velocidade, ela começou a gritar:
- ALEX! O QUE ESTÁ FAZENDO! - Ela estava tentando controlar o volante desesperadamente enquanto o garoto voltava a si.
- O QUE?! - Ele viu que tinha apagado e que iriam bater em um carro mais à frente, mas com muito esforço ambos conseguiram evitar o desastre e custaram para se acalmarem:
- Você comeu merda por acaso? - Suzune pegava o livro que deixara cair no chão durante o desespero.
- Desculpa, não sei bem o que aconteceu - Alex agora estava sério observando a estrada enquanto dirigia.
- Vou te falar o que aconteceu idiota, aparentemente você me meteu em um pacato suicida e esqueceu de me falar. Prefiro viver mil anos a morrer minha única vida contigo. - A garota realmente estava irritada com ele, e tentava esquecer o que houve lendo o livro.
Após o incidente ambos ficaram calados até chegarem na casa de Suzune, e quando ela saiu Alex comentou:
- Por experiencia própria, morte nunca é a solução.
Suzune parou por alguns segundo por causa dele, porém continuou a entrar na sua casa enquanto o Alex, apático, seguia a garota a observando até a porta fechar.
Escorada na porta ela pensava no que acabara de ouvir e olhava o seu pulso marcado, lembranças de um passado não tão distantes estavam cravadas em seu corpo pelo resto de sua vida. Uma música animada chamou a atenção da garota, afinal a casa sempre fora silenciosa desde o ano passado, ela também conhecia a melodia já que era a favorita de sua mãe. Andando pelos cômodos enquanto lia ouviu duas pessoas conversando na sala de estar, e assim que percebeu quem eram e tentou evitá-las. Infelizmente seu pai a avistara e pediu para vir até ele, a garota obedecendo com relutância foi ao encontro dele e logo viu a noiva do homem, Penny:
- Como foi seu dia filha? Mal te vi hoje. - Perguntava ele.
- Foi bom.
- Seu pai fez uma torta de maçã maravilhosa, se quiser vou na cozinha pegar. - A mulher loira tentou se levantar, porém a resposta fria de Suzune a impediu.
- Não quero.
-Filha, amanhã vou com sua mãe em alguns locais para o casamento, se quiser pode faltar a aula para vir conosco. - Seu pai, Oliver, esboçava um sorriso calmo com seu bigode na esperança dela aceitar.
- Não quero, pai. Amanhã irei ver minha mãe, então pode ir junto com a Penny, vou dormir. - A menina se virava para a ir em embora até ele falar:
- Mortos não tem sentimentos filha, não morra com eles. Viva com os vivos.
A raiva tomou conta de Suzune que fechou o livro e olhou friamente para ele, a vontade de falar tudo que pensava quase a dominou, mas reparou naquele velho gordo e não já não sentia raiva e sim pena:
- Ela teve mais sentimentos do que o senhor. - Su apesar de séria ainda deixava cair lagrimas enquanto olhava para ele, e logo saiu do cômodo.
- Essa garota precisa de choque de realidade, você precisa falar para ela que a mãe dela não vai voltar e não pode se lamentar a vida toda por isso. -Penny acendia o cigarro se reclinando para trás no sofá que se sentava.
- Quero que ela aprenda logo a ser uma mulher de verdade, o mundo não é o mar de flores que aquela tola falou tanto. Ela tem que crescer logo para dar confiança para os investidores que as empresas Stones têm um futuro prospero. - O homem enchia seu copo preocupado.
Suzune não sabia por que ainda se escondia para ouvir as conversas de seu pai já que sempre se decepcionava, sem perceberem eles falavam tudo que pensavam e não tinham coragem de revelar para a garota enquanto ela estava no lado da entrada. A menina desistiu de ter esperança e foi para seu quarto cansada, ao abrir a porta Leslie, sua cadela, correu para cima dela e tentou subir em sua perna mesmo sendo tão pequena. Su a pegou do chão e abraçou forte enquanto se aproximava da cama, porém ainda tinha tarefa de casa para fazer e se sentou em sua escrivaninha até acabar tudo, não foi difícil já que sabia todas as respostas só era cansativo. Quando terminou Leslie já dormia confortavelmente em um canto da cama, após um banho relaxante ela se preparou para dormir, ao se sentar na cama ela olhou mais uma vez a foto de sua mãe e logo olhou para Leslie. "Seu nome é Leslie, ela fará companhia para você enquanto eu estiver fora, cuide bem dela porque ela é importante para mim." a última lembrança da mãe era aquele animalzinho que sempre trazia tanto amor e melhoravam seu mundo. Su então deixou o porta retrato com a foto de volta a mesinha e se deitou para dormir.
Suzune observava o lustre da sala de estar enquanto esperava sua mãe acabar o jantar, ao se virar viu aquela mulher de cabelos longos escuros cozinhando, o cheiro de macarronada estava abrindo seu apetite e mal se segurava para não comer algo antes do prato principal. A mãe murmurava sua música favorita enquanto servia a janta nos pratos, então os colocou na mesa e reparou no lindo sorriso de sua filha:
- Por que esta tão feliz filha?
- O meu dia foi muito bom mãe, tirei nota máxima em todas as provas e a aula de desenho foi bem divertida. -A menina comia com muita felicidade. - Você tem que me ensinar essa receita,
- Quando chegar a hora certa, vou te ensinar, por agora é melhor só ficar no doces mesmo. -Sua mãe riu de forma cínica.
- A senhora deveria confiar mais na sua filha, já tenho 17 anos.
- Por isso mesmo. -A mulher recolhia as panelas sujas para lavar enquanto Suzune acabava o jantar. Após limpar tudo que precisava ela observou que a geladeira estava fazia e decidiu sair ao mercado. - Vou sair rapidamente para fazer compras, volto logo.
Suzune ficou estática em sua cadeira, sua respiração ficou mais profunda e batimentos mais acelerados, ela sabia o que vinha depois. Lentamente virou seu rosto para a porta que se fechava:
- Não, não vá, por favor. - Lagrimas começaram a se formar, o medo tomou conta da garota que correu desesperadamente para a porta. -NAO! POR FAVOR MAE, NAO VÁ!
A porta sumira ao se fechar e a garota caiu no chão desolada, barulhos de ambulâncias aumentavam cada vez mais, uma luz vermelha piscando se tornava mais forte. Gotas de chuvas começaram cair, o chão ante da sua casa se transformara em uma rua. Lentamente sua visão que se voltou para frente e:
- Mae? ... - Ela via sua mãe morta no acidente de carro. Seu corpo já nem era considerado humano, aqueles ossos saltados para fora e os órgão misturados um dia já foram a querida mãe de Suzune.
A garota mal conseguia expressar alguma reação além de horror, a vontade de vomitar só crescia à medida que ela se aproximava do corpo dela, mas logo a chuva parou a cena de sua mãe morta bem na sua frente foi trocada por uma bela visão da sala de estar, era o pós enterro dela. Havia tantas pessoas reunidas ali, familiares e acionistas, Suzune não gostava de nenhum deles. Em uma casa repleta de gente a garota se sentia a mais só do mundo, os murmúrios estranhamente não falavam da falecida:
- Percebi que as nossas ações subiram 20% desde a notícia, não podemos deixar diminuir.
- Vou para uma reunião na Rússia tentar atrair mais investidores.
- Espero que o senhor Oliver consiga tocar a empresa e estou muito preocupado com o futuro dela, já viu a filha deles? Não passa segurança nenhuma - Todos esses comentários só mostravam que essas pessoas amavam a empresa e não sua fundadora, todos esses comentários irritavam cada vez mais a garota. Uma senhora gorda de cabelo ruivo se aproximara de Suzune perguntando:
- Me diga menina, quantos por cento tem direito a empresa mesmo?
A garota simplesmente não acreditou no que ouvira e pôs se a andar para a porta de saída, empurrando a mulher que lhe perguntou, quando chegou na saída ela parou por alguns segundos e olhou rapidamente para as pessoas da sala percebendo os olhares maldosos de julgamentos de todos. Ela partiu batendo fortemente a porta assustando a todos:
- O senhor não vai buscar sua filha?
- Não precisa, ela já é grande e deve aprender a lidar com isso sozinha, por hora voltemos a falar sobre as empresas em Tóquio. - Respondia seu pai enquanto se voltava para seus convidados.
Suzune correu por alguns quarteirões até se esconder em um beco para descansar, o lugar silencioso era bem melhor e menos sufocante que sua casa. Ela se escorou na parede enquanto tentava conter as lagrimas e passos começaram a se aproximar dela chamando sua atenção. Os olhos embaçados pelo choro demoraram para reconhecer aquela figura escura na sua frente. Um garoto com gorro vermelho, um odor forte e roupas velhas não calçavam a melhor impressão para a garota, receosa do que ele queria ficou em alerta:
- O que você quer?
- Assaltar uma garota, ficar rico, coisas básicas. -Respondia o desconhecido que empunhava uma faca.
- Pode levar tudo, não é como se tivesse sobrado algo - Ela simplesmente não ligava mais.
O homem vendo a situação dela abaixou a arma e perguntou:
- Não tem graça tirar de quem não tem mais nada, já passei por isso sabia. - Ele se sentou na frente da garota enquanto tirava uma garrafa de álcool para se embriagar - Deixa adivinhar, levaram sua casa? Fugiu de casa? Alguém morreu?
Suzune deu um pequeno suspiro ao ouvir a última pergunta dele.
- É uma dor imensurável e não vou mentir que entendo, você convivera com ela o resto de sua vida então trate de se acomodar com esse sentimento.
- Como você pode achar que é fácil? Você fede a mixo e se embriaga nas ruas, assalta pessoas. Para você quando algum ruim acontece você correr para essa garrafa idiota.
- Nunca disse que vai ser fácil, mas se você não aprender a viver como isso só sobra uma saída e não vale a pena ir por ela. - Um painel com comercial do pai de Suzune chamou a tenção do mendigo, que vendo aquele homem gordo deu uma risada de deboche - Um balão que sorrir e fala o que todos querem ouvir, será que ele alguma vez já pensou por si?
Suzune correspondeu a indagação engraçada esboçando leve sorriso, perguntou:
- "E flertando com o senhor vazio acabamos nos apaixonando por um sono tranquilo coberta por um grande pano vermelho", sabe quem falou isso?
- Scarlet Stones, uma mulher incrível que pensava além do mundo, é difícil esquecer de alguém genial como ela. - O bêbado virava mais uma dose de álcool.
- Ela era incrível, mas realmente ninguém a entendia bem, esse trecho é uma prova disso. Todos pensam que é sobre suicídio, mas ela não era idiota igual todos porque ela gostava da simplicidade; o trecho simplesmente fala que quanto mais olhamos o vazio mais vamos querer sonhar coisas boas da vida. Chega a dar pena de todos por não perceberem isso. - Suzune já parara de chorar esquecendo um pouco sua dor.
- Acredito que a continuação desse trecho é mais interessante.
- Você leu o livro. - Suzune se surpreendeu por tal homem ter lido o livro de sua mãe.
- Conheci um padre bondoso que me deu esse livro em vez de moedas e até hoje foi a melhor coisa que já ganhei na vida. Bom "Seremos eternamente estranhos para nós mesmo até o fim de nossas vidas, esperando um dia nos entender fingirmos acreditar no somos e aos poucos esquecemos quem nos procurar." O que acha que ela quis dizer quanto a isso? - O homem finalmente tinha chamado a atenção da garota que ouvia tudo com muita atenção.
- O foco desse trecho não é aceitar ou não o que achamos que somos e sim o tempo que perdemos discutindo isso, ela sempre falou que tudo que existe é o presente e se descobrir não é algo que saberemos então que aproveitemos a vida como quisermos.
- Uma percepção interessante, me lembra uma história: Um homem sempre sonhava com o impossível e era chamado de sonhador. Uma vez perguntaram para ele o que faria se parasse de sonhar e ele sorriu, um dia ela parou de sonhar e viu a realidade, ele morreu por isso. A história parece triste, mas sua mensagem é feliz, sonhe porque ao se conformar com a realidade você morrerá. - O homem se levantava cambaleando.
- A realidade é horrível, mas fugir dela é a solução? - Questionava a garota reflexiva.
- E viver sem sonhar é vida? - O homem se distanciava cada vez mais de Suzune sendo coberto por um grande clarão.
Seus olhos se abriram a trazendo de volta a realidade, o raio de sol varava por sua janela anunciando o início de mais um dia. O silencio típico da casa reinava nesse amanhecer frio e Suzune reparou que mais uma vez acordara antes de seu despertador tocar, assim que desligou o alarme abriu a porta do quarto para a Leslie sair e se arrumou para a escola. Como de costume ela preparou seu café da manhã enquanto lia "Introspeção humana" escrito por sua mãe. Logo depois de lavar a louça ela pegou sua bolsa já arrumada, entrou em seu carro e dirigiu até sua escola.
No meio da multidão ela passava por todos sem ser percebida, ao entrar na sala a barulheira era ainda maior do que nos corredores, ela andou até seu assento que se encontrava atras de Melory. Ao passar por sua "amiga" cumprimentou com a cabeça e a garota que escutava lofi acenou de volta. As aulas iniciaram e Suzune como sempre se fechava para o livro nem prestando atenção na aula, afinal ela já tinha lido todo o conteúdo do ano. Na aula de matemática o professor escreveu uma equação três vezes na louça e disse:
- Alex, Suzune e Melory, por favor poderiam vir até a louça e resolver essa questão.
As duas garotas se levantaram, mas Alex estava dormindo apoiado na seu mês. Vendo a situação do garoto o ministrador da aula foi até sua cadeira e bateu em sua cabeça suavemente. O garoto acordou assustado:
- MACONHA? QUERO.
- O que? - O professor não entendeu nada, mas a sala logo começou a gargalhar.
- O que? Nada. - Alex coçava os olhos ainda se acostumando com a luz.
- Por favor vá até a louça e resolva a equação.
- Ah velho, você não larga do meu pé? - Reclamava o garoto enquanto se levantava cambaleando de sono.
Todos resolveram as questões, Suzune terminara antes de Melory com diferença de segundos e logo voltou para a cadeira, a segunda avisou que tinha terminado e se dirigiu de volta ao assento. Por fim Alex acabou por último e foi dormir em seu lugar. O professor corrigiu as questões das duas meninas como corretas, mas a resposta do garoto era apenas uma desenhos de pau na louça. A risadaria foi persistente mesmo depois de ter apagado o quadro; ao fim da aula o ministrador pediu para que os três estudantes esperassem:
- Vocês são tão inteligentes e esforçados, não entendo por que não querem participar das olimpíadas do estado.
Suzune percebendo que a conversa era desinteressante saiu da sala sem dar satisfação;
- Não tenho interesse, então vou embora. - Melory pegou sua bolsa e se retirou logo em seguida.
- Eu tenho mais coisas para fazer, então estou saindo também. - Alex tentou acompanhas as garotas.
- Senhor Alex, o assunto que quero tratar com você é outro e peço para que fique mais um pouco. - Foi o que Suzune ouviu do professor antes de se distanciar pelo corredor.
"A Aula começa em 10 minutos, "Eu e sua mãe vamos chegar tarde, faça seu jantar", "Até onde irá pelo que deseja?" com a última mensagem estranha, ela desligou o celular e viu a luz forte da saída do corredor. Ela percebeu que Melory a tinha ultrapassado e estava com seus pais, eles pareciam tão felizes, ela já sentira isso a tempos distantes e Adam percebeu Su os observando:
- Quer vir conosco? Te damos uma carona até sua casa?
- Obrigada, mas preciso ir a outro lugar. - Ela logo seguiu para seu carro e respirou fundo antes de dirigir.
Já eram 16 da tarde no celular e Su descia do automóvel para a entrada do cemitério RellsVale, como sempre vazio e com alguma áurea misteriosa. A garota andava com um buquê de rosas brancas em suas mãos passando pelos vários túmulos, ela já conseguia andar sem desabar em choro e mantinha a serenidade no olhar. Ao passar por uma arvora, ela viu uma figura perto da lapide de sua mãe, o cabelo branco entregou a estranha, era Melory que ouvia lofi enquanto a esperava, ambas se cumprimentaram sutilmente e sem dizer algo elas se ajoelharam e começaram a reza em silencio. Passaram-se uma hora no local até o momento que as duas se levantaram para ir em bora, Su deixou o buquê na lapide e tirou um rosa para si e ambas começaram a andar para lados opostos quando Melory falou:
- Suzune.
- O que? - Respondeu a garota enquanto estavam de costa uma para outra.
- Ainda está com aquela ideia de fim? - Apesar de admirar o céu, não era nele que Melory pensava enquanto perguntava.
- Talvez, por quê?
- Um conselho, fracos morrem como baratas esmagadas pela vida, não me aproximo de baratas.
- Desde quando ficou sentimental? -Ver Melory falar algo assim era estranho para Su.
- Não é sentimento, só odeio estar perto de fracos, então acrescenta um virgula.
- Vou pensar - - Respondeu Su
- Cuidado com o beco - Com isso Melory seguiu seu rumo.
Suzune voltara para o carro, ainda tinha uma parada antes de ir para casa e dirigiu até lá, o beco vazio que vira em seu sonho. Adentrando mais ela chegou a um gorro vermelho jogado no chão onde colocou a rosa que guardara em cima dele, e começou a rezar. Após alguns minutos, ela voltara para o carro o mais rápido possível, pois sentia que choraria mais se continuasse ali. O caminho de volta para casa pareceu mais longo talvez por tudo que se lembrou, todos os momentos que vivera e o que perdera, no entanto seguiu firme. Ao chegar à residência ela sentiu o vazio e o silencio logo quando entrou, até seu cachorro estava calmo o que não surpreendia em nada a garota, sempre fora assim. Ela preparou algo para comer e deu ração para Leslie e ambas comeram juntas, logo após isso ela começou a fazer seus deveres de casa que não demorou muito pela facilidade das questões. Quando terminou ela arrumou sua bolsa para o dia seguinte e foi tomar um banho, ao sair do banheiro ela se aprontara para dormir e lia suas mensagens, Alex a incomodava sobre as tarefas apara manha, Lilyan perguntava onde fora depois da aula e mais uma mensagem estranha: "Você tem direito de ser feliz, então lute por ele" de um remetente desconhecido, essas mensagens começavam a ser mais recorrentes, porém mais uma vez ela ignorou e foi dormir.
Na mesma noite o carro de Alex se encontrava no porto como os faróis acessos o iluminando, ele tinha em suas mãos uma arma antiga carregada com uma bala. Jogando roleta russa ele mirou para sua cabeça:
- Ironia fala para ela não desistir, se eu mesmo não consigo - Foi o último pensamento dele.
Então ele atirou.

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