Determinante Eu

III

Muitas das histórias começam, se desenvolvem e terminam, as vezes até sob ótica nebulosa. Aqui já temos um fim, intransponível e inviolável. A originalidade é uma categoria de quem tem instância de poder ousar, e essa ousadia conseguir ser interpretada tal como é objetivada. Só que sem freios nem contrapesos, as coisas são como são, e só me resta abusar dessa liberdade condicionada.

Mont, desde sempre deteve em si uma desconfiança nata, um ponto de partida pessimista pra poder ver a natureza humana, lhe causando sempre espanto o evidente estigma individualizante. Mas o que lhe devia ter sido categoria para enxergar a beleza com a qual cada pessoa apresenta por si só, o levou a caminhos diferentes, ao incompreensível do gênero humano, e quando pôde olhar pra trás e ver o que da vida ele fez, já não tinha mais volta, as escolhas já foram feitas, as marcas já foram infringidas, e os 16 já foram mortos.

Sua ocupação dentro do programa era como a de um detetive com atividades de um agente de campo, cumprir missões e entregar relatórios, nisso se restringia a essência dos seus atos, e sendo sincero consigo mesmo era uma atividade bem simples e dinâmica. Desde 5 anos atrás, quando ocorreu a promoção, encontrou algo mais, uma coisa ruim e que não tinha contato até antes do atual cargo. Ele virou uma das 5 serpentes, os mais completos agentes de campo do APOGEMA, e com isso fora liberado a ele novos segredos, tal qual é o caso dos antigos 17 anciões, dos quais 4 já foram eliminados desde sua entrada.

Agora que só falta um dos anciões da resistência, Mont se vê preso a esse objetivo, tão perto, mas ao mesmo tempo tão impossível, esse último empecilho é visto pelo APOGEMA como a linha tênue que lhes separam da paz plena em Mapos.