Cap 2

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"E ele diz
Eu queria ser como as crianças descoladas
Porque todas as crianças descoladas
Elas parecem se encaixar"

(Cool Kids - Echosmith)

Desci do ônibus quando este parou na rodoviária de Echo Creek, na Califórnia. A rodoviária era enorme, tive de olhar para todos os lados até encontrar um ponto de táxi. Enquanto andava avistei uma garota que parecia ter minha idade. Loira de olhos azuis. Muito bonita. Parecia bem animada e simpática. Usava roupas coloridas e alegres e um arco vermelho de chifres na cabeça. Achei seu visual inusitado e diferente. Estava com uma mochila e uma mala. Pensei em ir até ela pedir informações, mas ela saiu andando em direção a um táxi e partiu. Suspirei e resolvi fazer o mesmo. Peguei um táxi.

- Internato Echo Creek, por favor.

O motorista nada disse. Apenas ligou o taxímetro e deu a partida. Pelo caminho fui vendo a cidade. Passamos por um centro comercial com várias lojas, perfumarias, pizzarias e até academias. Espero que no colégio tenha uma academia para eu poder treinar meu karatê. Mandei uma mensagem para minha mãe avisando da minha chegada e que já estava a caminho do internato. Depois de mais 15 minutos, paramos em frente a uma portaria. Paguei e desci pegando minhas mala.

O portão era marrom, o muro bem alto com cercas elétricas como medidas de segurança. O muro tinha belos grafites bem chamativos. Olhei as horas no celular. 12:40h. O portão estava aberto e eu entrei. Passei por um gramado bem aberto e espaçoso. Tinha algumas árvores e a grama estava aparada. A frente, um prédio de 2 andares. Avistei uma quadra de basquete ao lado mais pra frente e vozes de pessoas jogando e gritando.

Cheguei na recepção e entreguei meus documentos ao que parecia ser o diretor. Era um homem de meia idade, cabelos castanho presos a um baixo rabo de cavalo e um pouco acima do peso. E também usava óculos com armação quadrada.

- Sou o diretor Skeeves, Sr. Diaz. Me acompanhe por favor.

Fui levado colégio a dentro. Ele me mostrou tudo. Onde ficava os dormitórios, o refeitório, as quadras - haviam duas: uma de basquete e outra de futebol - , os banheiros, secretaria, laboratório de ciências, aula de artes, biblioteca e, para minha alegria, uma academia. A academia era bem grande e tinha equipamentos, inclusive de lutas. O diretor contou que recebeu muitos alunos que praticavam algum estilo de artes marciais nos últimos anos. Portando, providenciou novos equipamentos para o local.

- Aqui será o seu quarto. 665. Sua colega de quarto chegará a qualquer momento. - ele disse isso e foi embora.

Impressão minha ou ele disse "sua colega"? Dividirei meu quarto com uma garota? Já vi que aqui eles não dividem os dormitórios entre masculino e feminino. Abri a porta do quarto e vi que era bem aconchegante. Tinha uma beliche no canto; um lavabo a direita; um armário embutido, bem grande por sinal. Um criado mudo ao lado da cama com duas gavetas e um abajur em cima. Tinha até um relógio alarme digital. E uma escrivaninha de dois espaços. A janela dava para a parte de trás da escola onde era possível ver as quadras e os vestiários.

Coloquei minha mala na beliche de baixo e me sento respirando fundo. Comecei a desfazer minha mala e vi que na parte direita do guarda roupa já estava ocupado. Já tinha algumas - poucas - roupas femininas. Todas bem chamativas. Vestidos, meias calças e botas. E nas paredes da parte de dentro tinha alguns adesivos bem infantis, como um arco-íris, unicórnio , uma aranha de cartola, um narval e um cupcake rosa. Ok. A essa altura eu já estava curioso para conhecer minha colega de quarto.

Escutei alguém entrar e me viro imediatamente. O cabelo loiro, os olhos azuis, as roupas coloridas. Era a garota da rodoviária.

- Oi! Parece que você é meu novo colega de quarto! - Ela deu um sorriso radiante.

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