Cap 3

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Star e Tom me guiaram para longe do colégio. Passamos por cercas, matas e tudo o que indicava estarmos longe da civilização. Entramos em um parque cheio de árvores, grama, grandes rochas que era possível escalar e sentar lá em cima e relaxar. Eles se aproximaram de um grande carvalho. A árvore era bem majestosa. Estava no seu auge e com certeza proporcionava uma agradável e sugestiva sombra nos dias ensolarados de verão. O ar estava abafado e eu já sentia minhas roupas coladas no meu corpo suado. Ainda bem que lembrei de passar desodorante antes de sair do quarto. Última coisa que quero é causar uma má impressão na frente dos meus novos amigos.
Finalmente nos sentamos embaixo do carvalho e o silêncio se fez presente.

- Então... Lugar bacana. - Resolvi tomar a iniciativa.

- Sim, encontramos esse lugar no primeiro ano. Aqui é nosso cantinho. - Disse a loira.

Notei que Tom mexia freneticamente seus dedos. Sua unha do polecar mexia na ponta do seu indicador. Cada vez mais forte. Parecia ansioso. Mas antes que eu falasse algo, Star se virou pra ele e segurou de leve em sua mão o policiando pelo seu ato.

- Obrigado. - Ele disse bem baixinho e parou o que estava fazendo. - Me fale de você, Diaz!

Me assustei com sua mudança de tom, mas olhei para ele.

- Eu vim pra cá para fazer Educação Física.

- Qual esporte você prática?

- Eu luto karatê.

- Uau, isso é bem legal. Consegue se livrar de valentões.

- Bom...espero não arrumar briga com ninguém aqui.

- Eles sempre resolvem arrumar briga com alguém... - Star entrou na conversa. - Principalmente novatos.

Star prende seus cabelos loiros em um coque bagunçado, provavelmente para aliviar o calor. - Que sede, queria ter trago água.

- Não sabíamos que íamos vir aqui. - Tom disse em lamento.

- Eu tenho água. - Tiro do meu bolso um pequeno cantil de metal e mostro a eles.

- Mas o que...? Como? Você leva isso com você? - Star pega o cantil e confere o líquido que tem dentro tomando um gole logo em seguida.

- Ei! Deixa pra mim! - Tom pega o cantil dela e toma um gole também.

- Ah eu sempre ando prevenido. - Digo como se não fosse nada, mas eles me olharam como se eu fosse louco. Então me senti levemente envergonhado. - Bom, nunca se sabe o que pode acontecer. Tom me devolve o cantil que agora está vazio.

- Desculpa. Nem deixei pra você...

- Tá tudo bem, eu nem tava com tanta sede. - guardo o cantil no bolso novamente.

Tom se levanta dando uma leve espreguiçada soltando a camisa do corpo. - Melhor a gente voltar...hoje tá muito quente.

- Até eu concordo com você. Chegando lá vou tomar um banho gelado! - Star e eu nos levantamos e voltamos ao colégio bem a tempo da palestra terminar.

Todos se levantaram e o nos dirigimos aos nossos quartos. Tom se separou de nós no corredor e eu o vi entrar no quarto 667. Eu e Star seguimos nosso curso e entramos no quarto.

- Marco, eu vou lá tomar um banho. - Ela pega uma toalha rosa bebê e uma bolsa com seus produtos pessoais. Sua bolsa tinha uma estampa com as nipes do baralho - copas, ouro, espadas e paus.

- Tudo bem. Eu vou dar mais uma arrumada nas minhas coisas. - Ela acena e se retira indo até o vestuário feminino. 

Pego minhas camisas perfeitamente dobradas e as coloco na gaveta do meu lado do guarda roupa. Logo em seguida guardo meus sapatos, minhas calças, meias e principalmente, meu kimono. O coloco dobrado dentro de um plástico e o guardo bem no canto do guarda roupa. Fico satisfeito com o resultado, sei que tenho problemas com perfeccionismo, mas sem nada no lugar eu não vivo.

Continua?

Closet [Tomco]Onde histórias criam vida. Descubra agora