Capítulo 7- Meu namorado

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Léo me chamou para passearmos juntos. Eu já não tinha nenhuma forma de divertimento a não ser sair para procurar emprego. Então não parecia ruim sair com um amigo. Eu me arrumei mais que o normal. Eu sabia que ele gostava de mim e não queria decepcioná-lo com minha aparência cansada dos últimos dias. Não que eu tivesse interesse nele, mas o fato de ter a certeza de que ele se interessava por mim me deixava um pouco mais vaidosa que o normal.

Ele me buscou à tarde com seu carro. Minha mãe fazia gosto de meu namoro com Léo, afinal, ele era de uma família de muito mais renome do que a nossa. Na verdade, acho que ela queria que eu me envolvesse com qualquer homem que pudesse proporcionar melhores condições financeiras para nossa família. Não sei se esse era o sonho de todas as mães do Reino de Noriah, mas da minha mãe era. E sim, meninas da minha idade eram usadas muitas vezes como moeda de troca entre as famílias, atendendo somente à interesses financeiros. Por sorte minha família jamais me obrigaria a casar com um homem se não fosse da minha vontade. Independente da situação que estivéssemos vivendo.

Quando entrei no carro dei um beijo no rosto dele. Léo estava bem vestido e perfumado. Mas não era novidade, pois ele sempre estava assim. Era um homem apresentável, com seus mais de 1,90 metros bem distribuídos. Ele tinha olhos claros e cabelos loiros lisos. Eu não o considerava um homem bonito, mas também não era feio. Ele não era o tipo de homem que eu me envolveria ou mesmo teria interesse se não fosse o fato de ele sempre ficar em cima de mim, fazendo-se notar o tempo todo.

- Kat, obrigada por aceitar meu convite. Eu estava com saudade.

- Obrigada por convidar, Léo.

Logo estávamos em uma praça sossegada. Ele comprou dois sorvetes e sentamos no chão, no gramado, observando o movimento e o balançar das árvores floridas anunciando a primavera.

- Kat, eu gostaria de conversar seriamente com você.

Eu terminei meu sorvete e deitei no chão, olhando o céu azul com nuvens se movendo rapidamente por causa do vento. Eu não queria ter aquela conversa. Estava com tantos problemas...

- Kat, você me ouviu? - ele perguntou.

- Sim...

- Achei que não tivesse ouvido.

- Eu... Ouvi. Pode dizer. - falei sem realmente me interessar pela conversa. Nem olhei para ele.

Quando percebi, Léo virou-se para mim e me deu um beijo na boca. A brisa leve me afagou e de alguma forma eu gostei de beijá-lo.

- Eu... Quero que você aceite ser minha namorada. - ele falou mais uma vez, sendo que aquela não era a primeira vez que me pedia.

- Eu aceito. - falei, sem pensar muito.

Se eu queria ou não... Nunca tive certeza. Mas estar sozinha há tanto tempo, com tantos problemas me fez ter um pouco de piedade dele... E de mim mesma. Se não desse certo nós terminaríamos e tudo bem. Continuaríamos sendo somente amigos novamente.

Ele quase não acreditou no que ouviu. Vi um sorriso largo brotar da boca de Léo. Achei que ele perguntaria o motivo de eu ter aceitado, mas ele não o fez. Simplesmente me abraçou e ficou como eu, olhando para o céu, com medo de qualquer palavra estragar aquele momento.

Depois demos uma volta pelo parque, de mãos dadas, trocamos alguns beijos e quando estava anoitecendo, ele me deixou de volta em casa.

Quando entrei em casa, minha mãe e Leon estavam sentados à mesa, conversando. Assim que cheguei, eles me chamaram ansiosos.

Eu queria contar para minha mãe que eu e Léo estávamos namorando, para alegrá-la um pouco. Mas ela estava com um sorriso tão imenso que acho que ela nem precisava daquela notícia.

A DAMA DE COMPANHIA (DEGUSTAÇÃO - OBRA REGISTRADA)Onde histórias criam vida. Descubra agora