Tudo de Mim [h.s. fanfic]

Capítulo 7

Narrador's pov 

London, UK xx 07 de setembro de 2020 xx 15h 00min Biblioteca de Cathrine. 

A Psicologia diz: “Nós reconhecemos nos outros as coisas que escondemos em nós mesmos.”

 - Tão inteligente para falar sobre amor, e tão burra para amar. - Recitou Heloísa enquanto encarava o nada, triste. 

- Clarice Lispector. - Sorriu Cathrine ainda lendo um outro livro qualquer. - Você devia conversar melhor com o Niall, não acha? 

- Não estou a fim de levar outro fora! - Resmungou, observando Cath abaixar o livro e tomar mais um gole de chá. 

- Eu avisei que era melhor você pensar com o coração e não com a cabeça! - Cath se levantou e se aproximou da amiga. - Eu tenho minhas dúvidas sobre o que aconteceu de verdade... 

- Está dizendo que eu estou mentindo? - Heloísa perguntou indignada. 

- Não, eu só tenho minhas dúvidas sobre se tinha algo que deixou Niall grosso, ele não me parece ser uma pessoa rude. - Sentou-se ao lado dela, a olhando atentamente. 

- E não é, por isso machucou muito. – Heloísa disse e soltou o ar pesado, prestes a chorar novamente. 

- Sem choro, Heloísa Rodrigues! - Olhou brava a amiga. - Você não vê que me machuca ver seu sofrimento? - Desviou seus olhos dela, apenas por não querer que os visse marejados. - Aquela vez, há uns 3 anos foi a mesma coisa. Niall não é a pessoa certa para você, e é claro que a pessoa certa está próxima, mas seu cérebro faz de tudo para não dar razão para o coração, deixe ele ganhar dessa vez e veja de quem você precisa... - Cathrine parou de falar ao notar a presença de Harry, que acabará de entrar ali, na biblioteca. 

 Heloísa rapidamente enxugou as lagrimas e sorriu forçado, tentando esconder sua dor. 

- Me desculpe interromper, mas tem uma pessoa aí querendo falar com você, Helo. - sorriu deixando suas covinhas a mostra. 

- Quem? - Helo perguntou sem algum interesse. 

- Vai lá ver, não sou copeiro! - Harry respondeu rindo e fazendo-a revirar os olhos ao se encaminhar pra sala. 

- Chá? - Cathrine ergueu o Bule e sorriu o vendo se aproximar com uma xícara já em mãos. 

À cada passo que dava,Heloísa sentia seu coração acelerar, geralmente isso só acontecia quando ele estava por perto. Ao passar pela sala, não encontrou ninguém, mas viu um vulto passar pelas escadas indo até os quartos da mansão. Mesmo estranhando, a curiosidade falou mais alto e ela subiu as escadas em dois em dois degraus seguindo pelo enorme corredor. 

 Havia muitas portas, todas iguais. Mas apenas uma lhe chamou a atenção. A entreaberta. Seus passos eram calmos e precisos, como se soubesse o que lhe esperava. 

 O suor que sentiu ao segurar a maçaneta, o arrepio ao sentir o gélido dela. O que estava acontecendo? Ela sabia muito bem quem lhe esperava, mas apenas não queria assumir o que sentia sobre essa certeza consistente que não a deixava se iludir. Talvez Cathrine estivesse certa a respeito de o coração saber mais das coisas do que o cérebro, ele sempre tem razão em coisas do gênero. 

- Entre logo! - Uma voz sussurrou ao seu ouvido.

 Ela não sabia de onde viera a pessoa a quem a voz pertencia, mas agora ela encontrava-se atrás de Heloísa, que, tomada pelo susto, não conseguiu identificar quem era a que estava ali. A mesma pessoa, dona da voz, tampou a boca da mulher que ameaçou soltar um grito. O corpo de Heloísa foi tomado pelo calor quando sentiu o mesmo se chocar com o do homem. Sim, homem. Ela havia identificado apenas pelo perfume fraco e gostoso que ele usara.