STRING | Fantasy AU Bakudeku/ KatsuDeku

O suspiro do rio

Bem vindos a mais uma história!!! 

Antes de começarmos, uns avisos: essa história vai ser bem curtinha, vai ser no mesmo "universo" de Instant Shock (mas Bakugo e Deku seriam outros personagens, já que instant shock é uma historia original minha adaptada para fanfic) e vai ter personagens originais. Qualquer dúvida, notas finais!

Só isso mesmo. Beijos. 

| Primeira Capital |

Às vezes a vida podia se parecer com um sonho. 

Terminando de atravessar a  rua, Izuku percorria o caminho até a biblioteca central observando as cerejeiras e o crepúsculo que começava. 

Ele fazia aquele mesmo caminho quase todos os dias; tinha pelo menos uma hora e meia para ficar na biblioteca antes de começar a ficar um pouco tarde para ir para casa a pé. Por isso ele optava por pegar o ônibus para chegar em segurança. Não era um caminho difícil para um garoto de dezessete anos. 

Enquanto se esquivava de algumas pessoas, Izuku ia murmurando consigo uma música; pensava na escola e em como estava finalmente perto de se formar. 

Ainda preciso preencher aqueles formulários e depois tentar mandar o e-mail com a carta de recomendação... - Izuku murmurava. 

Ele se preparou para atravessar a segunda pista, distraído pelas próprias palavras. Logo, foi despertado quando uma luz o cegou e uma buzina forte soou.

- Cuidado aí, garoto! - alguém berrou e o puxou para trás. Ele piscou algumas vezes.

Quase fora atropelado por um carro pequeno. 

- D-desculpe - ele murmurou depressa, agradecendo em seguida para quem o puxou de volta para a calçada. 

O sinal abriu; Izuku terminou seu caminho e chegou à biblioteca. Não sabia exatamente o que iria ler naquele começo de noite. Talvez procurasse um novo romance. Um mangá, quem sabe? Izuku queria muito descobrir o que acontecia naquela que começou a ler alguns dias atrás. 

O garoto de cabelos e olhos esverdeados cumprimentou a bibliotecária, Renée; entregou seu cartão e os dois livros em sua mochila e assistiu enquanto ela carimbava a devolução. 

- Ei, Izuku - a bibliotecária chamou quando ele fez menção de virar após receber o cartão. - Chegaram alguns livros novos ontem de tarde. Uma coleção doada de uma senhora lá da Catedral. Acho que são romances ou livros de histórias. 

- Parece interessante - Izuku respondeu. - Onde estão? 

- Na mesa perto dos quadros - Renée respondeu. - No fundo da sala.  

Izuku agradeceu e cruzou o salão até o final; os tapetes vermelhos e as luzes fracas e amareladas lhe traziam um estranho conforto,  como se não houvesse nenhum lugar melhor que aquele para ler um livro. Havia sofás e mesas disponíveis, perto de algumas estantes abarrotadas de livros. 

A biblioteca estava mais vazia que o normal, mas Izuku não se importou. Gostava daquele silêncio. 

Ele finalmente chegou até a mesa perto dos quadros. Ele deu uma olhada rápida em um deles; os detalhes encantaram Izuku. A grama era tão verde e brilhante que poderia ser como estar olhando por uma janela, vendo o sol banhar um jardim. E as flores inclinadas em uma dança preguiçosa com o vento que o garoto podia imaginar tão bem que era quase como senti-lo. 

- Que bonito - ele sussurrou e desviou os olhos para a capa de um dos livros. 

Izuku examinou o livro nas mãos. Era pesado, mesmo não sendo tão grande. As páginas amareladas e grossas tinham letras e mais letras e algumas figuras também, ele descobriu enquanto o folheava. Puxou uma cadeira e se sentou para dar uma olhada melhor. 

"Os amantes da noite. 

Em uma terra distante, conhecida pelos andarilhos e poetas como Belmoria, vivia um rei com o coração mais puro que já existiu.

O rei tinha o nome de Johan e olhos tão dourados quanto o ouro que enfeitava as ruas e bosques de seu reino. E este era repleto de calmarias e magia, mergulhado na benção da Lua desde que o rei findou o horrível monstro que uma vez viveu no castelo perto do Lago de Gelo. 

O monstro era uma criatura das sombras que bebia do sangue daqueles que ele mesmo criava e assim vivia para sempre. 

Mas com seus pecados, veio sua ruína, pois nenhum homem pode viver para sempre. 

Aquela terra e seu nome se perderam no esquecimento do mundo onde existiam por causa dos pecados de seu guardião, o bebedor de sangue. E quando seu novo rei os livrou da criatura perversa que ali existia, resgatou a vida de toda uma terra..."

- Uau - Izuku exclamou e passou os dedos em uma figura desenhada no papel. Parecia um desenho feito a mão, bem como as letras caprichosas que ele lia. 

No desenho, a figura de um homem de cabelos brancos bebendo o sangue de alguém caído no chão era perturbadora - como se "o bebedor de sangue" estivesse espreitando sua vítima, seus olhos carregados de uma expressão cheia de horror fitavam Izuku como se fossem de verdade. 

Perturbado, o garoto desviou o olhar e o fixou sobre o quadro ao seu lado novamente. As flores ali ainda davam a impressão de estarem se balançando; e como se o lago ao fundo da pintura pudesse fazer qualquer barulho, Izuku jurava que escutava um sussurro distante. 

Ele se inclinou um pouco. Piscou algumas vezes quando percebeu que a água era tão bem pintada que parecia estar de fato se movendo.

- É tão realista - ele murmurou sozinho e se aproximou mais da pintura. O garoto se apoiou na mesa para ver melhor. Talvez estivesse com sono, mas Izuku podia jurar que estava vendo as folhas das copas das árvores se balançando. 

Não era possível, ele pensava enquanto encarava o quadro com atenção. O foco da luz mudava sutilmente quando as árvores se balançavam. 

A pintura estava se movendo. Ele podia dizer com certeza. Mas ainda mais do que se movendo, Izuku podia sentir a brisa contra o próprio rosto. E ele tinha certeza que a claridade que o cercava ficava cada vez mais forte e o sussurro do rio de repente era tudo que ele escutava. 

Ele se virou para chamar a bibliotecária - mas não havia mais nenhuma biblioteca, nem quadro algum ao seu redor.

Izuku estava no meio de uma clareira cheia de flores e árvores que se balançavam com o vento e o rio correndo enchia seus ouvidos como música.

Ele estava em Belmoria.

| Nota |

E aí, o que acharam? Estão curiosos pro próximo capitulo?

Caso tenham alguma duvida, podem comentar aqui!