NOT ME! ♡ Changlix

²⁴hey minho!

ㅡ Preste atenção, Minho!

Minho esfregou os palmas suadas no rosto, prestes a estraçalhar os restos de paciência que ainda tinha borbulhando em seus tecidos internos jogando tudo que tinha entalado para fora.

ㅡ Prossiga. ㅡ Deitou suas costas na cadeira, frustrado.

Aquela sala cegante de tão branca tinha um ar condicionado forte exalando um ar gelado ao presentes e os fazendo se encolherem dentro dos casacos. A caneta entrelaçada nos dedos finos de Minho rodopiava e sofria impactos contra a mesa, o que causava ruídos irritantes para a conversa que estavam tendo. Kwon Yuri, a agente principal da dupla, voltou a tagarelar sobre seus planos com os tenistas aos empresários e ao assessor que não queria estar ali.

ㅡ Acho uma boa idéia ㅡ um de cabelos grisalhos e voz rouca disse.

ㅡ Também não é preciso investir tanto dinheiro, aparentemente ㅡ uma mulher de óculos anotou as opiniões em um caderno cheio de linhas preenchidas.

Outras pessoas debateram a respeito da ideia repentina de Yuri e chegaram a conclusão de que seria ótimo para atrair mais fãs a eles. As pessoas da agência saíram aos poucos da sala e voltaram a seus respectivos deveres, exceto por Minho e Yuri.

ㅡ Não acha que os colocar em outra coisa assim logo depois deles voltarem da ITF Futures, que por sinal, ainda não tem data prévia de descanso a eles, é muito?

ㅡ Acho que não. Changbin se importa bastante com os lucros e fama, não irá se importar ㅡ Yuri dizia ao recolher sua bolsa e a colocar sobre o ombro.

ㅡ E quanto ao Chan?

ㅡ O Chan irá fazer o mesmo que Changbin fizer. ㅡ Deu de ombros. ㅡ Ah! E entregue essa cartinha minha ao Changbin. Aconteceram muitas coisas desde que ele fez aquele vídeo com o amigo jornalista dele.

Yuri se virou em sua direção e um longo tempo de encaradas se iniciou ali, presos em um ambiente frio tanto pelo ar condicionado quanto pela falta de simpatia que tinham um pelo outro desde que Minho chegou a essa empresa. Era uma guerra em que o ódio que nutriam se transformavam em barras de vida e cenhos franzidos eram as armas, quando não viam a utilidade de palavras afiadas. Fingir que gostava dela como parceira de trabalho era um de seus piores momentos, deixando-o encurralado nos olhares desconfiados dos colegas e a risada cínica da agente.

Pois, mesmo sendo um mero assessor, tinha de cuidar de todo o trabalho enquanto Yuri fazia planos que não gastavam nem metade de seu precioso tempo. A mulher era tratada como uma divindade por ser uma pessoa extremamente relevante, sendo a que comanda a agência, tem as ideias e sempre tem contatos com investidores. No entanto, nunca em sua vida, Minho teve a proeza de ver Yuri se importando de verdade com a saúde e vida pessoal de seus esportistas.

ㅡ Não entendo a razão de me convocar para essas reuniões patéticas se eu não posso dar opiniões e nem sou um dos empresários ㅡ ponderou raivoso, mantendo limites nos palavreados que pensou em jogar. ㅡ Você não se importa com os sentimentos deles, e é por isso que perdeu três jogadores em um mês.

Ouvindo o total de zero respostas, Minho se retirou não só da sala, mas da construção. Estava possesso com toda essa baboseira de Kwon Yuri e ninguém se opusesse contra seus atos gananciosos que podiam prejudicar a saúde de um dos esportistas - coisa que, como assessor, Minho presava. Ao seu ver, a mulher era a vilã perversa de seu drama no qual chamava de vida. Não entendia como alguém conseguia implicar com ele tantas vezes em um só dia. E ele tinha certeza de que não era apenas ele.

Furioso, abriu a porta de seu carro violentamente e entrou em bufadas. Mas, ao invés de dar a partida de uma vez e sair de perto daquele lugar repleto por energias odiosas, Minho começou a encarar seu reflexo no espelho retrovisor. De início, apenas contemplava como seu olhar parecia amedrontador, mas depois percebeu que havia uma movimentação estranha atrás de seu carro. Simples surtos percorreram sua cabeça ao pensar que era Yuri o seguindo para argumentar novamente.