¹³roller coaster of emotions

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Seu corpo era tão pesado quanto uma bigorna cheia de cimento envolvido no ferro fundido. Seus pés pareciam não querer sair do lugar, como se houvessem tijolos presos nos seus tênis azuis, ou como se quisesse mexer-se em areia movediça. Estava completamente propenso a correr eternamente e nunca chegar a porta que o levaria até a paz, fazendo-o morrer por dentro a cada novo ruído alto próximo de seu ouvido. Diversas lágrimas corriam feito gotas de um chuveiro quente e faziam um caminho ondulado nas bordas de seu rosto intercalado entre ficar pálido pelo medo e vermelho pelo nervosismo, sempre voltando em toda dor no peito que sentia. Queria novamente espernear, urrar, fugir. Mas não, não podia, porque estava sem controle de seu corpo neste exato momento, como se fosse uma marionette barata. E então, finalmente, aquelas mãos ásperas o capturaram pela terceira vez no mês, cobrindo qualquer resquício de visão que ainda lhe restava.

Até que Felix se impulsiona na cama e acorda, suado e assustado.

Forçando sua cabeça a funcionar, demorou para perceber que as cenas horríveis que acabou de presenciar sobre si mesmo eram ilusões que sua cabeça criou enquanto dormia. Foi apenas um pesadelo, repetiu. Um pesadelo exatamente igual, talvez um pouco pior, ao que teve duas semanas antes. Estaria condenado eternamente a viver com essa angústia até em momentos em que deveria acalmar sua mente e descansar do trabalho árduo.

Por seu azar, acordou vários minutos adiantado e com certeza estava indisposto a voltar a dormir. Jogou os pés para fora da cama irritado, se desconhecendo quando deu de cara com o espelho que havia prometido descartar no começo de tudo. Aparentava ter mais de trinta anos pelo que sua fisionomia apresentava, e uma pessoa de mais de trinta anos magra demais para os padrões que costumava presenciar no dia a dia. Quiçá um café da manhã leve fosse bom naquele dia nublado.

Dito isso, procurou centrar-se no que precisava fazer mais do que no que lhe causava arrependimentos. Feito um robô prontamente programado, andou em passos manuseados até a cozinha e se fixou no saco de pães, o estômago se preparando para receber comida logo de manhã. Pressionou os dentes um no outro, os de cima esmagando os de baixo. Queria vomitar somente em olhar os inocentes pães recém comprados que mais estavam servindo de decoração. Felix teve que rezar para sua produção interna não lhe passar a perna e o fazer passar mal depois.

ㅡ Não aja como se estivesse tomando veneno, Felix ㅡ balbuciou na tentativa de encorajar a si próprio. ㅡ É só um pão, seu idiota.

Felix agora é um diretor de redação, e um bom diretor tem que ser digno para o cargo. Imaginou os funcionários cochichando entre si sobre como o novo diretor de redação era fraco, um covarde, e pôde enfiar o primeiro pedaço de glúten na boca. O segundo veio quando repetiu que não deveria se aviltar mais e decepcionar Wheein, que o escolheu tão carinhosamente para esta evolução importante. Assim, terminou o pão e preparou um café extremamente forte para suas pálpebras se manterem abertas no resto do dia.

Olhando a gaiola de Buyeob sem agitação, mergulhou na cafeína. Sabia que o líquido quente o faria criar uma quimera em que o sono não fosse necessário para o bom funcionamento de seus organismos por, pelo menos, algumas horas, então não capotaria em cima da mesa de trabalho. Apesar disso, gostaria de voltar no tempo e espancar seu eu da noite passada apenas para o obrigar a dormir mais cedo.

Balançou a xícara sutilmente, se dando conta de que foi a mesma que Changbin usou quando foi tentar o consolar. Aquele dia foi realmente estressante para Felix. No entanto, também foi libertador gritar em palavras mudas seus tormentos em meio as milhares de lágrimas salgadas correndo em sua face. E de bônus, teve a chance de presenciar Seo Changbin pedindo desculpas e admitindo preocupação. Pensando por esse lado, não foi de todo o ruim.

Como se não bastasse travar seus pensamentos nas memórias que teve soluçando no peito do tenista, uma chamada de voz brilhou na tela de seu celular bem quando achou que nada o poderia deixar mais nervoso, e nervoso no sentido de aflito.

NOT ME! ♡ ChanglixOnde histórias criam vida. Descubra agora