Capítulo 3

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Ryan subiu as escadas até o apartamento de Kelly. Havia muitos degraus em mal estado e áreas sem corrimão. Parecia-lhe incrível que não caiu pelas escadas em alguma ocasião. Não sabia se ia encontrá-la no apartamento, mas passou pelo restaurante antes de ir a sua casa e um homem bastante desagradável, um tal Ralph, havia-lhe dito que Kelly não estava ali. Franziu o cenho ao ver que a porta de seu apartamento não estava fechada com chave. Abriu-a e encontrou Kelly de joelhos no chão, procurando algo debaixo da cadeira de balanço.

Viu que murmurava frustrada enquanto se levantava do chão.

–O que acha que está fazendo?

Kelly gritou sobressaltada e girou para olhá-lo.

–Fora daqui! –exclamou ela.

Levantou as mãos para que se acalmasse.

–Sinto ter te assustado, mas a porta não estava fechada com chave.

–E acha que isso te dá o direito de entrar sem bater? Não te ocorreu bater na porta? Se não ficou claro ontem, mas não quero vê-lo aqui, Ryan.

Kelly foi à cozinha e a seguiu. Viu que abria e fechava todos os armários. Parecia estar procurando algo com desespero. Já tinha imaginado que não gostaria de vê-lo ali, mas teve a esperança de que estivesse um pouco menos zangada nesse dia.

Perdeu a paciência ao ver que ficava de novo de joelhos. Foi até onde estava e a ajudou a levantar-se.

–O que está procurando?

Kelly se afastou para que deixasse de tocá-la.

–O cheque. Estou procurando o cheque!

–Que cheque?

–O cheque que me deu.

Tirou-o então do bolso e a olhou.

–Este cheque?

Kelly tentou agarrá-lo, mas ele o elevou por cima de sua cabeça.

–Sim! Troquei que opinião e vou recebê-lo.

–Sente-se, Kelly, por favor. Explique-me o que aconteceu. Depois de esperar seis meses e de jogar o cheque em minha cara, como é que mudou de opinião? Ficou louca?

Ficou surpreso com a afirmação dela. Kelly se deixou cair em uma das cadeiras da cozinha e cobriu o rosto com as mãos. Ficou perplexo ao ver que começava a chorar. Não sabia o que fazer. Nunca pôde suportar vê-la assim. Sentiu-se muito aborrecido.

Apoiou o joelho no chão e, com suavidade, afastou-lhe as mãos do rosto. Kelly afastou a vista. Parecia envergonhada, como se não quisesse que ele a visse nesseestado.

–O que aconteceu, Kelly? – perguntou-lhe.

–Me despediram do trabalho do dia e o da noite não é o suficiente . – respondeu ela entre soluços – E foi por sua culpa.

–Por minha culpa? O que eu fiz?

Ao ouvir suas palavras, Kelly o olhou indignada.

–O que você fez? Nada, não é? Nunca é sua culpa, não é a primeira vez que ouço isso. Aposto que tudo é minha culpa, como foi tudo o que ocorreu durante nossa relação. Limite-se a me dar o cheque e saia daqui. Não terá que voltar a preocupar-se comigo.

–De verdade espera que eu vá e que te deixe assim? –perguntou ele com incredulidade enquanto voltava a guardar o cheque – Temos muito do que falar, Kelly. Não vou a nenhuma parte e você tampouco. O primeiro que vamos fazer é ir a um médico para que faça uma revisão das suas condições. Não tem bom aspecto. Sinto sertão direto, mas alguém tem que lhe dizer isso.

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⏰ Last updated: May 10, 2021 ⏰

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