Ryan subiu as escadas até o apartamento de Kelly. Havia muitos degraus em mal estado e áreas sem corrimão. Parecia-lhe incrível que não caiu pelas escadas em alguma ocasião. Não sabia se ia encontrá-la no apartamento, mas passou pelo restaurante antes de ir a sua casa e um homem bastante desagradável, um tal Ralph, havia-lhe dito que Kelly não estava ali. Franziu o cenho ao ver que a porta de seu apartamento não estava fechada com chave. Abriu-a e encontrou Kelly de joelhos no chão, procurando algo debaixo da cadeira de balanço.Viu que murmurava frustrada enquanto se levantava do chão.
–O que acha que está fazendo?
Kelly gritou sobressaltada e girou para olhá-lo.
–Fora daqui! –exclamou ela.
Levantou as mãos para que se acalmasse.
–Sinto ter te assustado, mas a porta não estava fechada com chave.
–E acha que isso te dá o direito de entrar sem bater? Não te ocorreu bater na porta? Se não ficou claro ontem, mas não quero vê-lo aqui, Ryan.
Kelly foi à cozinha e a seguiu. Viu que abria e fechava todos os armários. Parecia estar procurando algo com desespero. Já tinha imaginado que não gostaria de vê-lo ali, mas teve a esperança de que estivesse um pouco menos zangada nesse dia.
Perdeu a paciência ao ver que ficava de novo de joelhos. Foi até onde estava e a ajudou a levantar-se.
–O que está procurando?
Kelly se afastou para que deixasse de tocá-la.
–O cheque. Estou procurando o cheque!
–Que cheque?
–O cheque que me deu.
Tirou-o então do bolso e a olhou.
–Este cheque?
Kelly tentou agarrá-lo, mas ele o elevou por cima de sua cabeça.
–Sim! Troquei que opinião e vou recebê-lo.
–Sente-se, Kelly, por favor. Explique-me o que aconteceu. Depois de esperar seis meses e de jogar o cheque em minha cara, como é que mudou de opinião? Ficou louca?
Ficou surpreso com a afirmação dela. Kelly se deixou cair em uma das cadeiras da cozinha e cobriu o rosto com as mãos. Ficou perplexo ao ver que começava a chorar. Não sabia o que fazer. Nunca pôde suportar vê-la assim. Sentiu-se muito aborrecido.
Apoiou o joelho no chão e, com suavidade, afastou-lhe as mãos do rosto. Kelly afastou a vista. Parecia envergonhada, como se não quisesse que ele a visse nesseestado.
–O que aconteceu, Kelly? – perguntou-lhe.
–Me despediram do trabalho do dia e o da noite não é o suficiente . – respondeu ela entre soluços – E foi por sua culpa.
–Por minha culpa? O que eu fiz?
Ao ouvir suas palavras, Kelly o olhou indignada.
–O que você fez? Nada, não é? Nunca é sua culpa, não é a primeira vez que ouço isso. Aposto que tudo é minha culpa, como foi tudo o que ocorreu durante nossa relação. Limite-se a me dar o cheque e saia daqui. Não terá que voltar a preocupar-se comigo.
–De verdade espera que eu vá e que te deixe assim? –perguntou ele com incredulidade enquanto voltava a guardar o cheque – Temos muito do que falar, Kelly. Não vou a nenhuma parte e você tampouco. O primeiro que vamos fazer é ir a um médico para que faça uma revisão das suas condições. Não tem bom aspecto. Sinto sertão direto, mas alguém tem que lhe dizer isso.
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Segunda Chance
RomanceDepois de ser traída, rejeitada, descobrir estar gravida, e tentar recomeçar. Kelly não esperava que a vida pudesse lhe dar mais obstáculos, mas o jogo só estava começando