Capítulo 2

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A Kelly custou controlar a ira. Olhou-o enquanto tentava se acalmar.

–Isso não é da sua conta. —Viu que Ryan apertava com força os dentes.

–Se esse bebê é meu, tenho que saber. Cruzou os braços e o olhoucom firmeza.

–Por que ia ser? — Ryan teve a desfaçatez de acusá-la de não ser fiel. Por isso não entendia que entrasse dessa maneira em seu apartamento com a suspeita de que obebê pudesse ser dele.

–Por que me pergunta isso? Estivemos comprometidos para nos casar. Vivíamos juntos e tínhamos relações sexuais como todo mundo. Tenho direito de saber se essebebê é meu.

–Bom, temo que isso não há maneira de saber. — disse ela sem deixar de olhá-lo – Depois de tudo, transei com tantos homens ao mesmo tempo... inclusive seu irmão, que se esqueça – adicionou enquanto dava de ombros. Foi até a cozinha e Ryan a seguiu. Sabia que estava furioso, podia senti-lo.

–É uma prostituta, Kelly. Uma prostituta fria e calculista. Estragou tudo o que tínhamos em troca de uma aventura sexual fora de nossa relação.

Girou-se para olhá-lo ao ouvir suas duras palavras. Apertou os punhos. Desejava esbofeteá- lo mais que tudo no mundo, mas conseguiu controlar a ira.

–Saia daqui. Vá e não volte nunca mais – ela disse. Ryan parecia tão zangado e frustrado quanto ela.

–Não vou a nenhuma parte, Kelly. Antes, tem que me dizer o que quero saber.

–Esta criança não é sua, certo? Já está contente? Agora, saia de minha casa.

–Então, é de Jarrod?

–Por que não pergunta a ele?

–Porque nunca falamos de você – respondeu Ryan.

–Eu tampouco quero falar de vocês. O que quero é que saia de minha casa. Não é seu bebê – insistiu ela– Saia de uma vez de minha vida. Eu fiz o que me pediu e saí da sua.

–Não me deixou mais saída que lhe pedir isso. Cada vez estava mais furiosa, nãopodia acreditar.

–Como? Ao menos você pôde tomar uma decisão, eu não tive tanta sorte. Ryan a olhava com incredulidade.

–Certamente... Vejo que continua sendo a mesma e que adora se fazer de mártir.

Foi até a porta principal e a abriu. Esperava que Ryan se desse por aludido. Mas não se moveu.

–Por que vive assim, Kelly? Não posso entender por que fez o que fez, eu teria lhe dado tudo. De fato, fui o bastantegeneroso ao te dar bastante dinheiro quando rompemos. Preocupava-me que pudesse ver-se em uma situação complicada sem meu apoio econômico.Por isso me surpreende tanto ver que vive em um apartamento como este e que tem um trabalho que está muito abaixo de sua capacidade.

Nunca odiou tanto alguém como odiava Ryan nesse momento. Deu-se conta de que o odiava tanto quanto o amou. Tinha um nó na garganta e não podia respirar. Recordou o dia em que se viu frente a ele, completamente destroçada, e vendo como preenchia um cheque e o entregava sem mal olhá-la. Seus olhos tinham demonstrado então que não a queria, que nunca amou. Quando mais tinha necessitado dele, Ryan a decepcionou, tratando-a como se não fosse mais que uma prostituta. Sabia que nunca iapoder perdoá-lo.

Muito devagar, voltou para a cozinha. Abriu a gaveta onde guardava o cheque. Tinha-o dentro de um envelope. Era um aviso de todos os sonhos que se romperam e de até que ponto alguém podia chegar a trai-la. Olhava-o de vez em quando, mas prometeu a si mesma que nunca o descontaria, por mais necessitada que estivesse. Tirou-o da gaveta e voltou para o vestíbulo. Apertou o envelope entre suas mãos e o atirou a ele.

Segunda ChanceWhere stories live. Discover now