Beatriz
Enquanto estávamos parados no semáforo, Hector e Antonella cantavam Like It. Ver a animação deles cantando, era colírio para os meus olhos. A diversão encantava meus pequenos.
Antonella, uma belezinha em miniatura. Com seu sorriso encantador e seus grandes olhos de amêndoa. Hector, um homenzinho em versão miniatura. Seu espírito aventureiro e animado, topa qualquer aventura. Eram minhas bênçãos. Eu poderia ser considerada uma mulher muito privilegiada por poder sentir esse amor incondicional e confiante daquelas crianças inocentes.— Mamãe, onde estamos indo? — perguntou Hector, jogando a cabeça para o lado – já que ele estava sentado na janela do carro e não tinha a visão do meu rosto.
— Como vocês dois se comportaram bastante esse ano, nós vamos escrever cartas ao Papai Noel. E depois, vou levar vocês para a casa da vovó.
— É serio? — eu assenti positivamente, sem tirar os olhos da rua — Nella, vamos escrever pro Papai Noel. Já vai pensando no que pedir.
O entusiasmo dele era contagiante. Embora eu soubesse que ele ainda sentia a falta de seu pai, ele era um menino forte. Nunca se deixou abalar por qualquer coisa e para a sua idade, era um menino que compreendia muitas coisas.
Chegamos rápido ao correio e as crianças, sozinhas, já se soltaram de suas cadeirinhas. Era contagiante a alegria deles.— Ei, ei! Lembrem-se de olhar para os dois lados antes de atravessar a rua. Nella, me dê a sua mão — peguei a mão da pequena que não protestou com o gesto. Hector era mais grandinho e estava na fase de querer ser independente. Eu o respeitava mas também, havia hora que eu tinha que xingá-lo.
Atravessamos a rua e os dois correram para dentro do estabelecimento. Como eu estava andando mais devagar, os dois voltaram e me puxaram pela mão, me pedindo para ir mais rápido.
— Calma, gente. O correio não vai sair correndo.
— É mamãe, mas ele fecha. Vamos logo.
— Vamos, Mama.
— Me esperem aqui que eu vou pegar o papel e o envelope. Não saiam daqui. Hector, olhe sua irmã, por favor.
Assim, me distanciei um pouco de minhas crianças mas não tirando os olhos deles. Sei que não sairiam dali mas não sei quem passaria ali. Peguei os papéis e envelopes e logo voltei para o lugar, os os dois me esperavam impacientes. Hector puxou o papel da minha mão e saiu correndo em direção à bancada que havia ali. Antonella, em vez de puxar o papel, me puxou em direção ao irmão. Coloquei-a sentada sobre aquela bancada e como ela ainda não sabia escrever, fiz um acordo com ela. Ela falava o que era para mim escrever e como dito, eu escrevia para ela. E assim foi. Hector me perguntou algumas vezes como se escreviam certas palavras mas terminou rapidamente e não queria de jeito nenhum, me deixar ver qual foi o seu pedido. Não demorou muito para que eu terminasse o de Antonella e logo que acabei, foi colocar o selo e mandar a carta ao Papai Noel.
Eu sei, aquelas cartas nem iam para o Papai Noel. Papai Noel nem se quer existe. Mas a cidade sempre fazia uma ação onde pessoas apadrinhavam crianças e davam presentes como se fossem o próprio Papai Noel.
Antes mesmo de chegarmos no carro, Antonella soltou um grito ardente, que eu tenho certeza absoluta que o bairro todo escutou.— O que aconteceu? — perguntei preocupada.
— Mama, algodão-doce — pela sua idade, Antonella ainda não conseguia formar frases muito cognitivas. Às vezes soltava algumas palavras e deixava no ar.
— Você quer algodão-doce?
— Sim, mama — ela apontou para um senhor que tinha um carrinho de algodão-doce um pouco mais a nossa de frente.
— Acho melhor não. Está muito cedo e vocês dois estão comendo mundo doce.
— Mamãe, prometemos que escovamos os dentes assim que chegarmos a casa da vovó. Por favor — Hector interviu.
— Ok! Mas vão ficar um dia sem doce, estamos entendido? — os dois assentiram positivamente — vamos pegar os algodões-doces, então.
Saímos saltitando até o carrinho de algodão-doce. Antonella escolheu o rosa já Hector, preferiu o azul, dizendo que aquilo era cor de homem. Eu disse que a cor não significava nada, pois eu tinha roupas azul e nem por isso eu era um homem. Ele entendeu mas ainda preferiu o azul. Depois de pagar por eles, agradecemos o senhor e voltamos para o carro.
Coloquei-os devidamente nas cadeirinhas e eles ainda comiam os algodões-doces. Voltei-me para o banco do motorista e liguei o carro. A casa de minha mãe não ficava tão longe de onde estávamos mas aposto que seria o tempo suficiente para as crianças dormirem. Eu definitivamente não sei o que acontece mas é só elas entrarem no carro que apagam. Quando viajamos de carro, eles sempre me dizem que irão me fazer companhia mas depois de cinco minutos dentro do carro eles caem no sono.
Não passara dez minutos e já tínhamos chegado na casa de meus pais, com as crianças toda lambuzadas e adormecidas. Peguei um lenço umedecido e limpei o rostinho de cada um. Eles estavam dormindo tão profundamente que me neguei a acorda-los. Chamei meu pai para que me ajudasse com as crianças, ele pegou Antonella e eu Hector. Coloquei ambos nas camas que minha mãe tinha arrumado para eles e me despedi dos meus pais. Normalmente, eles não dormem aqui mas hoje eu tenho um evento para ir, em comemoração a um nova filial do nosso escritório, ou seja, sem crianças.
Voltei para minha casa e fiz todas aquelas coisas que normalmente, mães fazem quando estão sem seus filhos. Isso mesmo, limpar a casa. Fiz uma bela de uma faxina na casa toda, limpando até o deque. Depois tomei um belo banho, me arrumei e sai de casa, indo em direção ao local do evento. Ele iria acontecer no edifício em que trabalhávamos mesmo, no Hall do prédio, já que era bem grande e acomodava bastante gente.
Chegando em frente ao edifício, aquele falatório chegou aos meus ouvidos, foi inevitável virar os olhos. Não que eu seja uma mulher que não curta uma festa mas sendo sincera, desde a morte de Noah, eu só havia ido em festas infantis que por um acaso era dos meus filhos.— Bea, que bom que veio — Carly me recebeu com um abraço caloroso.
— Carly, como vai?
— Eu vou bem! Tá cheio de gente bonita hoje aqui, faz o favor de aproveitar. Sua mãe disse que está com as crianças então, nem tente arrumar uma desculpa.
— Anda falando com minha mãe as escondidas, dona Carly? — cerrei os olhos e ela riu — eu nem iria dar a desculpa que tenho filhos mas porque eu realmente não quero. Não hoje.
— Temos um avanço olha. Esse não hoje, já é um bom começo.
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Um papai de Natal
Любовные романыBeatriz Bittencourt é uma grande arquiteta viúva, que dedica sua vida exclusivamente para seus filhos, Hector, de seis anos e Antonella, de dois anos. Eles são os sua força desde que um trágico acidente de carro custou a vida de seu marido. Na épo...