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*esse capítulo irá demonstrar o ponto de vista de cada um*

Ariella

- Ariella, querida.. isso pode incomodar um bocado. - Pomfrey me avisou com a voz rouca.

- Eu aguento, só.. - menti. - faça parar de doer.

Não fazia ideia do que tinha acontecido lá embaixo.. da onde raios Snape surgiu?!

Me lembro de ter pulado em frente à ele e.. bom, é isso.

Remus foi brutal, tudo doía. Não acho que tinha uma parte sequer do meu corpo que não tinha sido ferida, mas isso não me importava, o que passei a ida inteira até a ala hospitalar pensando, foi que Lupin provavelmente estava arrependido e magoado.

Não é culpa dele.

Por quê caralhos Severus estava lá?

Pomfrey passou algo gelado e ardente no corte em meu pescoço.

Se existe um remédio em igualdade ao inferno, era aquele.

Abafei um grito.. mas não sabia até quando conseguiria ficar quieta.

- Pomfrey.. - ofeguei, meus malditos olhos marejados. - por favor, me deixa falar com Remus.

- Williams, eu.. - ela sacode a cabeça.

- Por favor! - grito, era idiotice mas precisava me desculpar à ele.

Pomfrey me olha com uma certa dó e confusão.

- Vou chamá-lo, - ela cede. - não se mexa.

Ela sai correndo pela porta, sabia que os garotos me esperavam no corredor logo atrás dela, conseguia ouvir as breves discussões e reclamações vindas de Sirius.

A poção infernal que Pomfrey havia aplicado nos meus machucados estava fazendo efeito, estava perto de explodir em lágrimas.. mas não podia.

Não antes de falar com ele.

Comecei à olhar ao redor da ala hospitalar, iluminada com a breve luz do amanhecer invadindo as janelas simultaneamente, só estava ali havia algumas horas.. eu acho.

Vi um quadro pendurado ao centro da parede em minha frente, um quadro que eu havia pintado aos doze anos para Pomfrey depois de uma de nossas diversas luas cheias.

Um garoto sentado na grama de costas pra mim, nunca consegui pintar Remus de frente mesmo.. ele não se achava digno daquilo, sempre reclamava de como suas cicatrizes ficariam na tinta.

Segundos depois de minha breve análise do lugar, Pomfrey entrou com Remus, parecia trêmulo e nervoso.

Peguei a mão dele assim que se abaixou do lado da minha maca.

- Não foi sua culpa. - disparei.

- Eu.. - ele interrompia.

- Não, Remus. Não foi sua culpa. - continuo, tentando manter a voz firme.

Pomfrey nos observava ao mesmo tempo em que pegava outro artefato pra utilizar na cura das feridas.

- Sinto tanto, Ella. - ele sussurra. - Nunca quis.. você não..

- Eu sei. - assenti. - Remus, olha pra mim.

Ele ergue o rosto e me encara, trincando os dentes ao ver o sangue que manchava os lençóis da cama.

- Eu amo você. - digo. - Não aguento mais segurar.. - minha voz traidora e chorosa. - o que ouvir por trás daquela porta, não é por sua causa.

𝐌𝐚𝐫𝐨𝐭𝐨𝐬 𝐀𝐩𝐚𝐢𝐱𝐨𝐧𝐚𝐝𝐨𝐬 || 𝒔𝒊𝒓𝒊𝒖𝒔 𝒃𝒍𝒂𝒄𝒌Onde histórias criam vida. Descubra agora