Capítulo 1

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  Acordo com o som de algo vibrando em meus ouvidos, fazendo minha cama vibrar levemente também. Sem fazer muito esforço para abrir os olhos, procurei pelo meu celular em baixo dos travesseiros em que eu estava deitada.

  Deslizo meus dedos na tela para desbloqueá-la. Desativo o despertador e sento-me na cama preguiçosamente.

Passo algum tempo olhando para o nada, colocando os pensamentos em lugar, tentando "ligar" meu cérebro de vez. Sou péssima em acordar cedo.

  Após levantar, me arrastar para o banheiro e tomar um banho quente, coloco meu jeans skinny preto, uma t-shirt branca e meu supra vermelho.

     ***

  Depois da "viagem" de ônibus até o centro de Prescott, desso em frente a nova escola e paro em frente á ela, observando sua grandiosidade.

  Jamais pensei que Sweet Amoris seria imensa, até porquê a cidade de Prescott não é tão grande assim. Mas, pelo tamanho da cidade, sinceramente esperava que a escola fosse menor.

- Hey!

  Uma voz masculina soa atrás de mim, me tirando do meu transe e me fazendo dar um pulo com o susto que levo, virando me para ver um garoto alto, uns 1,85cm mais ou menos, de cabelos vermelhos e compridos me encarando irritado.

- Vai ficar parada aí? Não esta vendo que você ta no meio do caminho? Está atrapalhando todo mundo, babaca?!

  Me assusto com seu tom rude, mas reconheço que estava no meio do caminho. Porém, ele foi rude comigo sem motivos, ele poderia ter pedido licença ou, pelo menos, não me chamado de "babaca".

- Me desculpe, vossa alteza. Não sabia que estava a lhe atrapalhar o caminho.

  Digo com tom de ironia, levantando ocasionalmente uma das sombrancelhas.

- Por favor, me permita.

  Digo, ainda com tom de ironia, gesticulando para que ele passe em minha frente.

  Eu não tinha reparado até então, mas algumas pessoas já estavam a nos observar á discutir. Que ótimo jeito de começar as aulas (ironia).

  Voltando ao garoto de cabelos ruivos, ele sorri ao ver minha reação, mas não um sorriso sincero, e sim um sorriso malicioso. Ele cruza os braços em frente ao peito e não faz nenhuma menção de que irá se mover, muito menos passar em minha frente ou me deixar em paz.

- Quem é você, afinal?

  Ele pergunta, ainda sorrindo para mim.

- E você, quem é?

  Retrucou de volta, também cruzando os braços, me fazendo de durona.

  O ruivo, até então sem nome, usa uma camisa vermelha com algum símbolo que me lembro de ter visto em algum lugar, mas não me lembro onde. Fora uma jaqueta de couro preta e jeans azul escuro. Ele aparenta ser magro, mas não tenho certeza pela quantidade de pano largo que ele usa.

- Gostei de você, garota.

  O ruivo diz, logo notando que eu também não iria ceder.

- Mas, não me lembro de ter te visto aqui na SEA antes.

  Complementa ele.

- Bem, deve ser porquê nunca estive aqui antes.

  Digo, me sentindo um pouco melhor com sua presença.

  O primeiro sinal de entrada soa e meu humor logo muda. Meu coração dispara ao lembrar de que não conheço nada na escola. E grande do jeito que ela é, irei me perder facilmente, ainda mais sem um mapa escolar.

- O que foi, novata? /Ruivo/ Está nervosa?

- Por que estaria?

  Minhas palavras soam mais rudes do que eu gostaria e acabou me entregando com meu tom de voz. Ele sorri novamente, em um claro divertimento com a minha péssima atuação em esconder o nervosismo.

- Que pena que não esta nervosa. /Ruivo/ Seria ótimo te ver entrar em pânico por não saber, ao menos, onde é a sua primeira aula.

  Irônico? Sim. Obviamente. Ele esta praticamente rindo de mim, então decido finalmente ignora-lo.

  Viro as costas para ele e entro na escola, tentando conter o meu início de pânico por medo de não conseguir chegar nem na minha primeira aula do dia.

  Entro na SEA (Sweet Amoris) através de portas pesadas de madeira robusta, encontrando um enorme corredor com pessoas andando, e ocasionalmente correndo, de um lado para o outro, em todas as direções.

  Sinto minhas mãos se molharem de nervosismo ao ver aquelas pessoas. Todas pareciam tão perdidas quanto eu, mas, se repasse em apenas uma pessoa, descobri que todas elas sabiam exatamente para onde ir. E a única perdida era eu mesma.

- E então, novata? Não vai para sua aula?

  Nem precisei virar-me para saber que era o ruivo que estava atrás de mim ao dizer essas palavras. E, também não precisei olhar para ele para saber que ele estava sorrindo.

- Que tal você parar de me irritar?

- Me diga seu nome primeiro, querida.

  "Querida". Como ele ousa? Primeiro me chama de babaca, depois zomba de mim, ri de mim e agora me chama de querida? Qual o problema dessa garoto?

- Se me disser seu nome, talvez eu a ajude a encontrar a sua sala.

  Ele sussurra em meus ouvidos, me causando arrepios pelo ato inesperado dele. Eu ainda não tinha me virado de frente para ele, então ele estava atrás de mim enquanto eu encarava o "caos" de corpos em minha frente. Bufei em derrota antes de dizer...

- Karine. Karine Figueiredo.

Amor DoceOnde histórias criam vida. Descubra agora