estrelas

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primeiramente me perdoem qualquer erro ou informação que não condiz com a época, com os fatos históricos ou com a geografia do local em que se passa a história.

boa leitura <33
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Auburn, Washington 1986

O vento frio que batia balançava seus curtos fios pretos, o escuro da noite a fazia se sentir acolhida e a ansiedade corria entre suas veias.

Podia mentir e dizer que não havia motivo algum para está na frente da enorme porta do colégio, o qual passou os melhores e piores 3 anos da sua vida, mas ela sabia que o "tudo bem" que saiu de seus lábios aquela tarde, confirmando a ida ao encontro daquela noite, tinha apenas um motivo.

Laury Willy

O nome a arrepiava por inteiro e fazia sua mente vagar por tardes de risadas, passeios em campos, flores, desejos e noites mal dormidas. Não que a insônia a tenha abandonado, ainda passava as noites observando o céu ou apenas chorando.

Falando sério, não sentia tanta falta do ensino médio em si, era mais da falta de responsabilidade, passeios na praia ou apenas andar na rua deserta repleta de pessoas do lado, rindo de alguma bobeira que alguém do grupo disse. Sentia falta dos romances bobos e das falsas paixonites passageiras, por mais que só tenha se apaixonado verdadeiramente, uma vez na vida.

Aquela cidadezinha de fim de mundo, onde cresceu, agora dava uma sensação gostosa de nostalgia. Via pessoas nas quais passou a adolescência, agora passar pelas portas de vidro, alguns a cumprimentaram, mas ela apenas escolheu ficar ali parada, contando as estrelas, tomando coragem para enfrentar o passado e se preparando para provavelmente, encontrar ela.

88. Foi onde parou a contagem das estrelas. Provavelmente havia mais, mas ela decidiu que não adiaria mais aquele encontro. 88. Respirou fundo quando passou pelas portas de entrada. 88. Aquele número....

- Quantas estrelas deram?

- Acho que 88. E pra você?

- O mesmo.

- Gosto do número oito - começou Laury

- Se virarmos, é como o símbolo do infinito. - completou Jade.

riu

- Isso mesmo.

Estavam deitadas num campo aberto, afastadas das outras cabanas dos outros alunos que as acompanhavam no passeio escolar. Jade virou a cabeça para encara-la. Ela ainda sorria. Que sorriso lindo. Os olhos delas sorriam juntos, parecia magia. Ela tinha a lua nos olhos quando sorria.

Aquela lembrança estava sempre presente em seu dia a dia, no colar que ganhou dela como promessa do "pra sempre" que ela lhe prometeu, que ainda mantinha no bolso da jaqueta velha de couro; na tatuagem nas costas, de céu estrelado, cujo algumas estrelas formavam o numero oito; ou simplesmente na mente que as vezes fazia questão de lhe mostrar novamente a imagem do sorriso e olhos de lua dela, naquela madrugada.

Parou em frente ao ginásio e sentiu-se tremer pela ansiedade. Respirou se aproximando da porta, vendo-a ser aberta antes que pudesse fazê-lo. Foi puxada e sem que nem percebesse, já estava em uma mesa com pessoas que mal se lembrava.

Finalmente reconheceu o furacão que a havia puxado; Henry, seu melhor amigo do ensino médio, o único daquela bagunça que ainda mantinha contato.

- Eu achei que você nunca iria chegar!!!

- E-Eu acabei me distraindo, desculpa.

- Eu amei o novo corte de cabelo, te valorizou mais! Você está tão linda, eu senti sua falta. - disse o garoto, a puxando para um abraço, que foi bem recebido.

- Eu também senti a sua. - disse sorrindo pequeno. Realmente sentia falta dele, era o único garoto do mundo que confiava, e seu abraço ainda a fazia sentir em casa, se permitia rir e ser ela mesma com ele. E já que ele estava aqui, era o que faria hoje, rir e ser ela mesma, como a tempos não fazia

- Quer dançar?

- Ah não, eu não sei dançar e você com certeza deve está esperando por ele. Ele não vai chamar você pra dançar se estiver dançando comigo.

- E daí? Eu quero dançar com a minha melhor amiga agora, depois eu penso nele. Você sabe que eu não preciso que ele venha me puxar pra dançar como uma dama envergonhada, eu mesmo vou até ele quando quiser e o chamo pra dançar.

- Vai ferir a masculinidade dele.

- Essa é a melhor parte.

Eles riram enquanto ele a arrastava para um cantinho onde não havia ninguém. As outras pessoas não tinham noção de espaço e nenhum dos dois gostava de gente assim.

Era impossível ficar sem rir perto de Henry, ele contava coisas que aconteceram na última semana e não tinha como alguém ter uma vida mais turbulenta que a dele. Ele rodava a garota de cabelos escuros quando aconteceu. Quando ela apareceu.

E tudo pareceu sem cor, comparados as cores vivas dela. De longe viu aquele olhar que tanto sentiu saudade e quando o olhar dela caíu em si, Jade comprovou que, sim, as borboletas na barriga ainda não haviam morrido.

Carta para Laury Willy - de sua JadeOnde histórias criam vida. Descubra agora