16. Temos um encontro?

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[Washington, D.C: 16 de outubro de 2020]
POV Cristal

   O-que-quer-que-seja-aquele-troço-armado continua se aproximando.

   Respiro fundo para não perder o controle e me concentro em atingi-lo com o pedaço afiado de madeira que tenho em mãos, fruto do que antes formava uma cadeira. Foco em meu alvo, até que escuto um barulho atrás de mim, como um grito, tirando minha concentração e dando uma brecha para o "psicopata" me imobilizar, segurando minhas mãos e o que restou da cadeira acima da minha cabeça porém deixando minhas pernas livres. Sorrio e dou-lhe um chute bem nas partes fazendo-o sair de cima de mim cambaleando. Aproveito a oportunidade e começo a golpeá-lo com minha "arma" costumizada.

   - CRISTAL! - A voz soa familiar mas na dúvida continuo batendo até que meu alvo encontrou um jeito de se levantar, me desarmar e me colocar sobre seus ombros, caminhando até o corredor por onde ele veio.

   Fico me debatendo na intenção de me soltar, mas quem quer que esteja me segurando é muito forte, tornando os meus murros raivosos em apenas cócegas em suas costas musculosas.

   - ME SOLTA SEU... - Procuro um xingamento adequado na minha cabeça. - MALUCO.

   Continuo xingando até que ele me bota no chão e as luzes voltam.

   Levanto a cabeça para me acostumar com a iluminação e me arrependo no mesmo instante.

   - Sério mesmo? - Para pra respirar, provavelmente ofegante por ter carregado uma louca se debatendo nos ombros. - "Maluco"? - Coro envergonhada mas logo me recomponho.

   - Me desculpe se eu me assustei ao ver a sombra de um possível psicopata segurando uma arma! - Repasso a frase na cabeça e me viro com uma expressão de desconfiança. - A propósito, posso saber por que estava com uma arma? - pergunto e assisto seu rosto perder a cor.

   - Eu não tava com uma arma! - Responde nervoso.

   - Eu vi a sombra! Se não era uma arma, o que tinha na sua mão? - Pergunto ainda desconfiada.

   Ele coloca as mãos no bolso da calça e tira de lá um chaveiro.

   - Eram as chaves do corredor do curso que dou aulas, estava trancando tudo quando ouvi uma louca gritando. - Fala me provocando.

   Se o que ele queria era mudar de assunto, funcionou! Não vou deixar me chamarem de louca de graça...

   ... mesmo que eu tenha dado motivos.

   - Louca?? - Falo indignada. - Me deixaram no breu! E ainda mais sozinha.

   - Me desculpe se eu não sabia que uma destemperada tinha se perdido do grupo! - ah não ele não falou isso - Além do mais, eu tentei te chamar várias vezes! Como não reconheceu minha voz? - Por isso que aquela voz era familiar...

   - Eu tava assustada e completamente desesperada, não iria reconhecer qualquer voz que fosse! - Admito e ele me observa com curiosidade.

   - Sua reação hoje teve algo relacionado ao que conversamos aquela noite no meu carro? - Percebo que ele se referia ao assassinato dos meus pais e o meu trauma de ambientes escuros.

   - Talvez! - confirmo tentando soar firme.

   Ele me olha com pena e tento cortar o assunto. Odeio que sintam pena de mim.

   - Falando naquela noite... posso saber por que levei um gelo? - Falo e me arrependo logo em seguida por ter sido tão direta.

   - Não te dei um gelo, apenas estava muito ocupado essa semana e nunca nos encontrávamos no elevador! - Me pareceu uma bela mentira, mas eu iria questionar? Não mesmo! Já tive emoções demais por uma noite.

   - Quer saber? Não importa, eu tô cansada e morrendo de fome. - admito. - Boa noite! - Falo e vou saindo até que sinto uma mão segurando meu braço e me impedindo de continuar.

   - Não tão rápido senhorita! - Fala com uma voz rouca, me trazendo pra perto de novo.

   Ele me olha nos olhos se aproximando cada vez mais. Sinto sua respiração perto do meu pescoço e fecho os olhos já imaginando o que virá a seguir.

   - Tá me devendo uma cadeira! - Fala cortando o clima, gargalhando logo em seguida.

  - Idiota! - Falo e o-empurro.

   - Tô falando sério! - Ela fala tentando parar de rir. - Era minha cadeira favorita. Tá me devendo...

   - tá bom e quanto eu tenho que te pagar? 10 dólares? - Entro na brincadeira.

   - Que tal um jantar no "The Pembroke" amanhã às 20:00? - fala estendendo a mão como em um acordo.

   - Está me chamando pra sair, Teddy Alcapone? - Sorrio maliciosa.

   - Não mesmo! Tô te chamando pra pagar uma dívida. - Ele fala retribuindo meu sorriso ainda com a mão estendida.

   - Fechado! - Dou um sorriso e aperto sua mão firmando nosso "acordo".

   Saímos juntos da faculdade e ele me acompanha em silêncio até a garagem onde está meu carro e sua moto.

   Chegando no estacionamento ele se vira pra mim.

   - Então temos um encontro? Quer dizer, jantar para tratar de negócios? - Fala brincando.

   - Parece que sim! - Falo e entro no carro.

Ele me olha com uma expressão leve como se estivesse esperando uma deixa para começar um beijo ardente em pleno ambiente de trabalho.

- Boa noite, Alcapone! - Digo fechando a porta para sua surpresa.

   - Boa noite, Giorno! - fala e sobe em sua moto, indo embora logo em seguida, sua jaqueta preta se fundindo ao céu sobre nossas cabeças ao longe.

Decido ligar para a Renata quando o trânsito parou para perguntar uma coisa fundamental.

- Renata, se você tivesse sido convidada para um jantar com um cara lindo de olhos azuis que você tá investigando no trabalho e que pode ser um criminoso, o que você usaria?

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   Ouviram? o segredo pra ir jantar com o crush tá em quebrar uma cadeira nas costas dele, fica a dica! Rsrs
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   Obrigada por ler a fic!

   ~Mah

The Ocean Eyes [+16] PAUSADAOnde histórias criam vida. Descubra agora