17. Segredos

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[Washington, D.C: 16 de outubro de 2020]
POV Teddy

   Me atento às folhas do jardim de entrada, tentando captar alguma movimentação suspeita.

Estava saindo do trabalho quando o Barone nos chamou no rádio para avisar que viu os yagos nos arredores da faculdade. Aqueles filhos da puta estão me seguindo há semanas, o que não faz sentido já que eles não sabem que eu sou o líder do MC, mas de qualquer forma prefiro não me arriscar.

Os meninos chegaram aqui na universidade faz meia hora e desde então estamos vasculhando a área. Depois de um longo tempo, adentro a faculdade para verificar tudo até que escuto um grito fino.

Rádio on

"O que foi isso?" - pergunto alarmado.

"Algum de vocês gritou?" - reconheço a voz do Din.

"Não fomos nós, Teddy!" - o Barone avisa e logo todos os outros confirmam.

"Merda! Tem alguém lá dentro!" - Afirmo irritado.

"Quer que eu verifique, patrão?" - Folgadin se prontifica.

   "Não, vocês não conhecem o lugar e o barulho parece ter vindo da ala oeste, que é onde eu trabalho. Eu vou pela frente, e o resto vai por trás para me dar cobertura caso aconteça alguma merda" - ordeno.

Rádio off

   Nosso grupo se dispersa e eu vou em direção ao corredor de arquitetura e urbanismo para dar uma lição em quem for o desgramado que tá causando tumulto.

   Os corredores estão todos com as luzes apagadas e vazios já que o horário de aula já acabou e só restaram os novos alunos que estavam conhecendo a universidade com um guia, mas pelo jeito esses também já foram embora.

Me aproximo do lugar de onde veio o barulho e de repente escuto mais gritos.

- TEM ALGUÉM AÍ?? - reconheço a voz no mesmo instante.

"O que caralhos você tá fazendo sozinha na universidade cristal?" penso comigo mesmo.

Noto que minha sombra ganha forma na parede graças à pouca iluminação da janela e continuo seguindo a direção dos gritos para encontrá-la ainda com a pistola em mãos, afinal, ela é do FBI, não sei o que esperar. Sinto estar me aproximando dela cada vez mais até que vejo-a em pé gritando como se estivesse com medo de mim. Do mesmo jeito que ela me olhou 3 anos atrás.

   Com medo!

    Me sinto mal com a situação e corro até ela para acalma-la.

- Cristal! - tento chamá-la para que ela saia do transe ao reconhecer minha voz, mas nada funciona.

- NÃO CHEGA PERTO DE MIM!! - Grita.- SOCORRO! SOCORRO! EU NÃO POSSO MORRER AGORA!!! EU NÃO QUERO MORRER!!! - Grita em desespero mas continuo me aproximando para ajudá-la.

- CRISTAL! - continuo gritando.

Ela para de gritar por um momento como se estivesse pensando, até que observo-a olhar para os lados procurando algo e em seguida quebrar uma cadeira para tentar se defender.

The Ocean Eyes [+16] PAUSADAOnde histórias criam vida. Descubra agora