dois

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amelia's point of view passado

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amelia's point of view
passado

Alguns dias haviam se passado. Ayla estava no horário de almoço, mais um motivo para aquele momento ficar completamente chato.

Os corredores da farmácia estavam vazios e aquilo era tranquilizante, ao menos eu podia sentar um pouquinho e refletir sobre a minha vida miserável.

Okay.

Refletir não era tão legal assim, mente vazia é oficina do diabo.

E por falar em diabo, todo o local reluziu assim qur aquele pontinho amarelo entrou no local.
O cabelo do garoto estava amarelo ovo, sério, Ayla tinha razão.

Ele caminhou em direção as tinturas outra vez e eu hesitei em ir até lá, eu já estava suando frio mas eu simplesmente não tinha escolha. Eu era a única atendente que havia ali no momento, como eu iria conseguir fugir?

Respirei algumas vezes enquanto observava pela câmera, o rostinho perdido dele, tentando encontrar alguma coisa. Dei alguns passos para mais perto e aquela distância foi diminuindo, antes que eu pudesse dizer algo, ele se virou quase imediatamente.

— Moça! Você pode me ajudar?

Oh droga.

— Olá! Posso sim!

Minha respiração estava acelerada, mesmo com a máscara, ele era simplesmente muito bonito. Aqueles olhos em um perfeito castanho mel, fazia meu coração acelerar e minhas mãos começarem a suar.

— Então... eu preciso de um ruivo! Mas nada muito laranja, uma coisa mais escura e natural.

Assenti, procurando por uma das minhas cores favoritas. Um ruivo sutil e natural, sério, se eu não fosse medrosa, eu compraria para mim.
Logo encontrei a caixinha, entregando nas mãos dele enquanto o sorriso crescia no meu rosto.

— O que acha dessa? Ela provavelmente vai ficar da cor da caixinha já que seu cabelo está claro.

— Eu gostei. O que você achou amor?

Fiquei em choque, como assim? Meu coração acelerou no mesmo segundo, mesmo eu sabendo que provavelmente tinha falado sem querer. Por um momento esqueci como se respirava, mais alguns segundos e eu iria desmaiar.

— A moça acabou de dizer que vai ficar assim mesmo, pode ser essa?

Só então reparei no celular e nos fones. Era uma chamada de vídeo, consegui ver a rosto da namorada dele enquanto ele mostrava a tinta. Era claro, como eu poderia ser burra ao ponto de não perceber aquilo?

— Certo, vou levar essa, obrigado mais uma vez.

— Imagina, por nada. — Forcei um sorriso, ele sorriu também e então saiu. Enquanto conversava com ela.

E então eu voltei para a realidade. Ele não me queria e nunca iria querer.

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