Numa noite chuvosa eu me encontrava no terraço, tentando distrair minha cabeça do caos que minha vida estava quando sinto sua mão em meu ombro, ela estava quente, sabia que tinha acabado de sair da coberta, pois eu também havia saído de lá.
"está chovendo" eu dizia para tentar distraí-lo de meu rosto inchado e do meu rosto rosado de tanto chorar enquanto olhava para a cidade a minha frente.
"eu sei, é uma tempestade, faz tempo que não vejo uma assim" eu sei que ele não estava falando somente sobre a chuva, faz tempo que eu não ficava tão mal assim e me sinto culpada dele estar no frio, sentado ao meu lado, simplesmente ali... Ali pra mim...
"será que essa vai passar logo?" meu nariz funga enquanto tomo ar pra falar, tava ficando um pouco difícil já que só me restava isso agora, às lágrimas que eu tinha já se foram e agora só sobrou um rastro que queimava minhas bochechas, mas que ao mesmo tempo gelava por conta das gostas de chuva.
"não sei, mas se quiser, posso te trazer um guarda-chuva" um guarda-chuva era tudo que eu precisava, eu já tava molhada demais e não queria me molhar mais, por mais que não fosse ajudar muito, ainda assim seria incrível.
"agradeço se conseguir um" rio baixo sabendo de todo o duplo sentido em nossas falas, chegava a ser engraçado como ele conseguia saber o que eu precisava, Deus me deu um presente incrível quando o conheci.
"eu já volto" o vejo ir apressado pegar o guarda-chuva e voltar em menos de 5 minutos.
Já em seu colo e embaixo de um guarda-chuva, posso finalmente descansar um pouco, sinto minha mente voltar pro lugar, passamos um tempo assim até eu finalmente espirrar por conta do frio.
"poxa! Eu já estava quase dormindo aqui" brinco com a verdade, seu colo era a coisa mais relaxante do mundo e seu cafuné só melhorava isso... Eu me sentia em outro mundo quando ficávamos assim, era tão... Confortável, um conforto que eu nunca entendi o porquê.
"mas temos que ir, senão você pode pegar um resfriado ou até uma gripe, venha, vamos" ele diz levantando, o que me força a levantar também.
Ao entrarmos ele logo abre a torneira da banheira e me dá uma toalha, depois arruma um lugar pro guarda-chuva.
...
"primeiro as damas" ele diz apontando para a banheira em uma reverência mal feita.
"obrigada" me curvo levemente em um ato recíproco ao de sua reverência. "mas e você? Não vem? Também pegou chuva e eu não quero que fique doente"
"tá tudo bem, meu sistema aguenta uma chuvinha"
"oras, por favor, eu insisto, venha. Eu prometo que não mordo"
...
Após muita insistência, ele aceita e ficamos lá abraçados em plena banheira, encharcando o banheiro de água.
Nada além de um terno abraço e um banho aconteceu, isso que deixa sua presença mais agradável ainda, ele nunca via malícia nas coisas e quando via, era sutil demais pra demonstrar, ele era perfeito... Ele era um doce... Ele era o meu pedacinho de céu...
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one-shit qualquer
RomanceIsso aqui são historinhas que eu vou criando a partir do que me der na telha. Mais um diário de emoções que uma história pública, então... Não me julgue se sair ruim. Enfim... Vão ter imagines, crônicas, narrativas e afins. Na maioria serão história...