one-shit qualquer

A Noite.

Após um dia de muitas reuniões e encrencas no Reino, finalmente voltamos para nossos aposentos, onde podemos nos concentrar só em nós mesmos nem que seja pelo pouco de tempo que há em uma noite.

Eu tinha acabado de sair do banho quando o vejo entrar soltando fumaça pelos ouvidos de tão enfurecido que estava.

"o que houve, meu amor?"

"o bendito do Maven que não sabe o que faz, toda reunião é a mesma merda de sempre, ele nunca vai aprender que seus métodos não estão adiantando? Já tô até vendo esse reino cair diante das mãos dele"

"não diga isso, querido... Você não é o conselheiro dele? Então, mas que tal você deixar essa indignação pra amanhã de manhã, Hm?" passo minhas finas mãos por seu corpo forte, tirando seu uniforme do exército, que por sinal era bem pesado. "você havia prometido que quando chegasse não ia mais falar de trabalho até o dia seguinte".

"tem razão querida, me perdoe, eu fiquei muito transtornado com o dia de hoje, sinto muito" o sinto segurar meu queixo com o máximo de cuidado possível e puxar meu rosto levemente para perto do seu, para que possamos nos beijar.

"eu já preparei a banheira, não deve estar tão fria, quer tomar um banho? Pode te ajudar a desestressar"

"seria perfeito, tudo que eu mais quero agora é relaxar"

O vejo dar um terno sorriso enquanto vai pro banheiro.

"depois do banho te faço uma massagem, caso queira" me apoio na porta do banheiro, o vendo entrar na banheira e soltar um suspiro tão longo quanto a barra de meu vestido.

"eu vou querer, é óbvio, os dias de reunião são o mais tensos, vou precisar de toda ajuda possível para relaxar, mas uma coisa me intriga... Você não vai entrar aqui comigo?"

"eu já tomei meu banho, então... Não fofo, não irei tomar banho com você hoje" dou um sorriso de canto ao ver sua expressão de insatisfação.

"poxinha... Justo hoje, quando eu mais preciso, bendita reunião que me fez atrasar pra chegar" sua mão bate na água como se fosse uma criança com raiva, o que logo me faz rir, pois era de fato engraçado um homem crescido agir como uma criança mimada. "do que está rindo?" ele me pergunta curioso e eu logo o respondo: "de sua infantilidade"

"infantil? Eu?"

Eu aceno com a cabeça, respondendo sua pergunta que mal havia sido feita.

"chega mais perto pra eu te mostrar quem é infantil" sua expressão agora é outra, seu bom humor voltou e com ele um pingo de malícia que fica estampado em seu sorriso sem filtro.

"não sei se é uma boa ideia, tô bem por aqui, obrigada"

"oras, por favor! Não se faça de difícil, de difícil já basta meu dia"

"se pedir com mais jeitinho, quem sabe eu não mudo de ideia"

Ele se ajeita na banheira, de modo que fique com a cabeça apoiada em seus braços cruzados em cima de uma das laterais da banheira, seu olhar me dava duas sensações completamente diferentes: a de ser uma presa preste a ser capturada e a de ser uma joia preciosa que necessitava ser admirada e então, até sua voz muda, fica mais grave... Mais rouca... Mais gostosa.

"Amor... Eu preciso de você."

Aqueles olhos me lembravam os de um tigre, mas ainda bem que eu sabia como lidar com eles.

"Hmm... Você já vai ter sua massagem depois, acredito que aguente tomar um banho sozinho..."

Me viro sem esperar resposta e arrumo a cama enquanto o ouço suspirar de decepção, mas sem muita demora ele termina seu banho e se deita, só de toalha.

Sento ao seu lado e passo minha mão por suas cicatrizes espessas por conta das guerras pelas quais lutou bravamente, pego um óleo e derramo delicadamente sobre suas costas, o suficiente pra não derramar no lençol de linho recém feito (segundo a empregada...).

Aperto levemente por onde passo minhas mãos e ao descer para as pernas, ouço seus gemidos de dor e alívio e sei que quando chega nesse ponto, é hora de dar um passo a mais e apesar do óleo já ter secado, minhas mãos ainda estavam tão quentes quanto antes.

Finalmente tomo coragem e início com minhas próprias mãos uma noite que se sucedeu quente e que consequentemente me fez tomar outro banho.

De manhã, acordo sentindo sua respiração em meu pescoço o que me causa arrepios e me faz perder o fôlego ao lembrar da noite que passamos, mas vê-lo dormir tão bem depois de tantas noites de insônia e preocupação, aliviaram meu coração que já estava saltitando só por seu respirar.

Após alguns instantes o vejo abrir seus olhos lentamente e o sinto dar um riso nasal, nem preciso olhar pra saber (ou sentir) que ele acordou bem rápido.

"está cansada demais? Meu próximo compromisso é só de noite, podemos aproveitar nosso estado pra continuarmos a noite de ontem, o que acha?" ao ouvir essa palavras com sua voz de sono no pé do meu ouvido, meu coração erra uma batida e penso seriamente em aceitar, mas... Mas? Não tenho nenhum motivo pra recusar, por algum milagre estamos ambos com tempo livre, então por que não?

" Eu acho uma belíssima ideia" digo já subindo em seu colo e o beijando, mas paro por um instante e nisso recebo um olhar de dúvida que, após eu admirar a visão mais linda que poderia ter, justifico falando:

"Eu te amo, meu amor", recebendo assim um "Eu também te amo, gatinha"

Dou um sorriso e voltamos onde paramos e assim ficamos até de tarde, quando ele finalmente se lembrou de que tinha uma reunião importante e teve que se arrumar correndo pra não se atrasar

Ao fim do dia, tudo voltou a normalidade. Tomamos um banho juntos, dessa vez foi só um banho e logo dormimos já que ambos estavam cansados apesar de felizes.