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𝚋𝚊𝚌𝚔 𝚝𝚘 𝚝𝚑𝚎 𝚛𝚘𝚞𝚝𝚜

𝚋𝚊𝚌𝚔 𝚝𝚘 𝚝𝚑𝚎 𝚛𝚘𝚞𝚝𝚜

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[2 de novembro de 2018]

    NADA MELHOR DO QUE estar de volta à terra que viu Luísa nascer e matar saudades da propriedade portuguesa. Ouvir a língua linda - mas complicada para muita gente - ser falada pelos locais, respirar o ar típico português e, acima de tudo, matar saudades da família. Luísa decidiu voltar a Portugal para fugir dos problemas em Frankfurt. Também porque assim foi decidido, pela diretora do hospital, que Luísa deveria tirar uns dias fora do mundo da medicina. Refrescar as ideias, para voltar mais forte e como a jovem que entrou no curso com garra e capacidade para fazer aquele curso com uma perna às costas, tal como o seu pai.

    Isaak Weber era o melhor cirurgião que Frankfurt alguma vez teve e o homem mais humilde que podiam pedir. Numa viagem de trabalho a Portugal, Isaak, seu pai, conheceu a sua mãe, Carlota dos Santos. Durante a sua visita, os dois aproximaram-se muito e Isaak decidiu ficar pelo Porto.

    Nessa altura, o seu pai tinha apenas 18 anos. Mas como ele era um cirurgião com apenas 18 anos? Isaak era um superdotado, o seu QI era alto o que fez com ele tivesse acabado os estudos aos 17, os seus pais quiseram que ele tirasse a primária e o básico como uma criança normal, após o nono ano passou automaticamente para a Universidade. Luísa, a única filha no meio de 3 rapazes, foi a única a querer seguir os seus passos, não só porque o seu pai ficava a falar sobre o corpo humano e quão incrível é a forma como o mesmo trabalha, como ela, e os seus irmãos também, adotaram um pouco da sua inteligência. Segundo o seu pai, os seus genes eram tão bem estruturados que eles eram uma cópia do mesmo, mas barata.

    Ele era muito brincalhão e irônico, mas era único e bom no que fazia. Infelizmente, ele faleceu durante uma cirurgia, quão irônico não é? Há cerca de uns cinco anos, os pais de Luísa foram de férias para Espanha e no caminho de volta, de carro, um homem todo embriagado foi para a faixa dos mesmos chocando de frente. A Carlota saiu ilesa, mas Isaak entrou em coma imediato tendo que ser operado também. E conhecendo as condições de Portugal como se conhece, devido à falta de higiene na sala operatória, uma bactéria ataca o sistema do cirurgião, este que tinha hipótese de se safar da morte. Podia ficar sem andar, mas ao menos ainda vivia mais uns anos. Nenhum dos seus filhos teve oportunidade de se despedir dele.

    "Filha, eu e o teu irmão vamos às compras. Queres alguma coisa?" A voz de Carlota assusta Luísa que encosta a mão no peito.

    "Credo mãe, assustaste-me." A morena fala endireitando-se no sofá.

    "Desculpa querida, não era a minha intenção." A mesma força um sorriso.

    "Não faz mal, e não, não preciso de nada." Coloca uma mecha de cabelo atrás da sua orelha. "Só preciso de descansar mais um pouco. Depois acho que vou dar uma volta pela cidade."

    "Se fores antes de eu voltar, por favor tem cuidado." Sua mãe avisa com uma cara de preocupada, Luísa já não está habituada a andar nas ruas portuenses.

    "Não te preocupes mãe." Beija a sua testa transmitindo segurança. Carlota deixa a sala de estar e Luísa volta a colocar-se confortável no sofá preto, pondo o canal da Fox Life a dar. A série de Anatomia de Grey salta-lhe à vista e um sorriso é esboçado na sua cara. A série representa quase metade da vida da luso-alemã enquanto médica e cidadã na Alemanha.

    Porto de noite é uma cidade lindíssima. Principalmente junto ao rio, as luzes fazem reflexo no rio e iluminam a cidade de uma forma ainda mais bonita. Luísa anda a seu passo normal, observando a cidade que ela tanto sentiu saudades. Várias famílias, grupos de amigos, casais passam pela mesma, também no seu mundo, a admirar a beleza da cidade. Ao virar para o interior da cidade, onde já não tem tanta luz, a jovem vê-se obrigada a semicerrar os olhos para ajustar a sua vista à luz que se direciona para si. Luísa coloca a mão direita à frente do seu rosto de modo a bloquear a luminosidade que vem das lanternas dos telemóveis pertencentes a um grupo de jovens.

    Estes começam a meter-se com a morena dizendo coisas que nenhuma mulher gosta de ouvir. Um dos jovens aproxima-se de Luísa com um sorriso na cara, ela revira os olhos tentando passar por eles, sem lhes dar paleio.

    "Então, então? Onde é que vais com tanta pressa?" Ele fala num tom de voz rouco e com o sotaque carregado. Luísa empurra o corpo do rapaz para longe de si.

    "Para bem longe de vocês."

    "Mas eu não quero te fazer mal nenhum." Este diz claramente com ironia na fala.

    "Mas vocês comem merda às colheres? Não tenho nem paciência para vos aturar nem tenho a vossa idade. Por isso tirem essas luzes da minha cara e deixem-me em paz." Luísa levanta o seu braço no ar batendo nas mãos dos mesmos fazendo as luzes saírem do seu rosto.

    "Não a ouviram? Além disso, ela já tem companhia para a noite." Um rapaz, talvez da idade de Luísa, coloca-se ao seu lado, abraçando a cintura da jovem médica, puxando-a para si, e de seguida entrega-lhe um copo de café para as mãos.

    "E tu és?" O líder do grupo pergunta, fazendo frente ao rapaz que acaba de salvar a Luísa do momento.

    "Sou o namorado dela. Agora ponham-se a andar e brinquem entre vocês." Fala o jovem moreno, o seu cabelo forma pequenos caracóis, alguns deles caem na sua testa perfeitamente, as suas sobrancelhas estão bem definidas fazendo os seus olhos de mar castanho sobressaírem. O grupo de jovens afasta-se deles dizendo alguns palavrões e chamando alguns nomes não agradáveis. "Estás bem?" O seu sotaque algarvio chama a atenção de Luísa e esta olha para os seus lábios que também são bem definidos.

    "Estou sim, obrigada." A jovem estica o copo de café na sua direção sorrindo.

    "Oh pois, já me tinha esquecido disso." Ele solta uma pequena gargalhada agarrando o copo onde tem escrito Diogo, provavelmente o nome do amigo. "Eu sou o Rodrigo."

    "Luísa." Ela sorri mais uma vez. "Muito obrigada por me salvares de um grupo de adolescentes com as hormonas aos saltos."

    "O prazer é todo meu."

    "Bem, eu tenho de ir. Mais uma vez, obrigada."

    "Ficas bem sozinha?"

    "Fico sim, qualquer coisa tenho gás pimenta na mala." Ambos soltam uma gargalhada e Rodrigo assente, despedindo-se da jovem antes de se juntar ao amigo que está à sua espera a uns metros de distância. Já Luísa retoma o seu passeio pela linda cidade do Porto.

 Já Luísa retoma o seu passeio pela linda cidade do Porto

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Sejam bem vindas ao primeiro capitulo de "Phases". Espero que gostem desta história.

Queria avisar que me enganei no elenco, era suposto colocar o Daniel quando estava na Red Bull Racing e coloquei-o quando estava na Renoult, mas qualquer das formas na história vai haver essa transição mais tarde.

Espero que tenham gostado do capitulo vemo-nos na próxima semana! 

Chaoticmooxn 


Phases | Daniel RicciardoOnde histórias criam vida. Descubra agora