The Deal - (Jerrie)

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"Quem mais demora a fazer uma promessa é quem a cumpre mais rigorosamente."

-Jean-Jacques Rousseau

Meu pai e eu não conversamos direito sobre aquele assunto, na verdade pelo excesso de trabalho dele e meus estudos a gente quase não conversou na semana que se passou. Isso até se tornou normal, meu pai era chefe de uma das maiores imobiliárias de Londres e mal tinha tempo para ficar em casa durante uma semana. Já eu estudava de manhã e tinha alguns cursos de tarde. Então nosso tempo juntos era durante os finais de semana.

Quando o sábado finalmente chegou meu pai fez questão de me acordar cedo dizendo que nós faríamos uma viagem apenas nós dois. Fiquei confusa, afinal nunca saímos sem minha mãe e meus irmãos, mas mesmo assim eu me arrumei rapidamente e fui.

Durante todo o caminho meu pai e eu brincamos, cantamos, demos risada e nos divertimos. Nossa relação sempre foi maravilhosa, ele sempre foi meu melhor amigo e nossa conexão é simplesmente incrível. Não havia tempo triste com nós dois e apesar de todos os problemas que tínhamos durante uma semana, o fim de semana era todo nosso. Sem problemas, só nós dois.

Depois de alguns minutos finalmente chegamos em outra cidade, meu pai dirigia tranquilamente como se conhecesse cada rua da cidade que até agora era desconhecida para mim. Parece ser uma cidade pequena, casas antigas mas bem conservadas, pessoas andando sem pressa. Totalmente diferente da cidade que eu fui criada.

Meu pai dirigiu até chegar em um parque bem no centro da cidade. Definitivamente era a coisa mais linda que eu já tinha visto. Haviam montanhas em todas as partes, crianças brincando, árvores grandes e uma trilha que levava até uma enorme cachoeira. Meu pai e eu andamos por todo o parque até chegar em uma parte mais isolada, onde havia a cachoeira com caimento para um rio enorme.

- Ali atrás é a represa da cidade. - Meu pai falou como se pudesse saber que eu estava me perguntando para onde iria aquele rio.

- É lindo, pai.

- Sim. Eu costumava trazer sua mãe aqui quando éramos mais jovens - ele começou a falar se sentando em um banco e me fazendo sentar ao seu lado. - Ela ainda era minha funcionária mas eu já sabia que sentia algo por ela. Mas foi exatamente aqui que eu percebi que eu faria qualquer coisa para fazê-la feliz. A 20 anos atrás eu sentei com ela nesse banco e jurei que a partir daquele momento ela seria a única mulher da minha vida.

- Isso foi quando vocês se conheceram?

- Não Pez - ele riu e olhou para a água como se tentasse se lembrar exatamente o que aconteceu a 20 anos. - Eu sou bem mais velho que sua mãe, quando conheci ela eu já era casado com outra mulher e isso dificultou as coisas. Principalmente no período do divórcio, foi complicado para mim e sua mãe.

"Sua mãe tinha apenas 18 anos, eu já estava com quase 30. Eu era o chefe dela e obviamente tinham comentários naquela época, comentários que nos afastaram várias e várias vezes. Mas de uma forma estranha nossos caminhos pareciam se cruzar sempre. Como se nós estivéssemos destinados a ficar juntos.

"Naquela época eu era como você, Perrie. Totalmente descrente de tudo, nada do que me falavam sobre amor eu absorvia porque eu simplesmente não acreditava. Quer dizer, eu era casado mas nunca cheguei a amar de verdade minha ex mulher. Eu só era casado e pronto, nada de interessante nisso.

"Quando finalmente conheci sua mãe foi como um choque para mim. Ela era linda, a mulher mais linda que eu já havia visto. Ela era séria e comportada, mas tinha um jeito cativante que me fazia querer conhecê-la a todo custo, mas eu tinha medo.

- Medo de que? Da mamãe? - perguntei.

- Medo de como eu reagia perto dela. Eu ficava nervoso, gaguejava, começava a suar e parecia patético. Todos na empresa sabiam que eu era casado e eu precisava manter minha imagem porque uma "traição" arruinaria toda minha carreira e toda visão que Londres tinha de mim e dos meus negócios. Por causa disso eu me forcei a tratar sua mãe da forma mais profissional que podia, mas ela era intrigante demais, eu queria saber mais dela.