CAPÍTULO TRÊS
{flashbacks}
Naquele dia havia sido o aniversário de dezesseis anos de Amélia, para todas as meninas do mundo esse dia era extremamente especial, significava que ela estava saindo da vida infantil e ingressando para a vida adulta, e realmente teria sido um dia especial se ao menos o seu pai se lembrasse. Eles mal se falavam, e as vezes, Richard trocava olhares severos e profundos com a filha quando ela fazia algo de "errado" e nada além disso, mas isso já não acontecia mais, ela já deixará de ser importante ao ponto de ele se dar ao trabalho de repreende-lá e essa atitude a magoava.
Com o tempo, Amélia foi aprendendo a lidar com a frieza do homem, sua mãe morreu quando deu à luz a mesma, "foi uma tragédia" todos diziam, "não é sua culpa", mas no fundo a garota tinha certeza de que não era bem isso o que o pai pensava.
Tentava ao máximo ser independente, ia a escola sozinha, não pedia ajuda com o dever de casa, preparava sua própria comida e nos dias de sorte a sua vizinha, uma senhora idosa e bondosa que se chamava Rose, a convidava para jantar em sua casa. Sem exagero algum, Rose e a senhora Sprouts da biblioteca, eram as únicas amigas que ela possuía, porque a escola era recheada de garotas cabeças de vento que adoravam explorar e maltratar qualquer um que não se encaixasse em seus padrões, e assim, Amélia levava à vida, sem mãe, sem o amor do próprio pai e sem amigos de sua idade.
— Espero que algum dia as coisas possam mudar para melhor. — Suspirou a garota cansada, senhora Rose preparou-lhe um bolo mais cedo e as duas haviam acabado de cantar parabéns para você na cozinha, agora ela já se encontrava deitada em sua cama abraçada ao seu bichinho de estimação, o bola de pelo, ele era um gatinho muito dócil e preguiçoso, mas fazia companhia. O bichano se limitou a respondê-la com apenas um miado e isso foi o suficiente para arrancar um sorriso dela, pelo menos ele a escutava, e isso fazia toda a diferença.
Os irmãos e irmãs Pevensie haviam retornado ao mundo real, depois de viver anos em Nárnia como monarcas e adultos, a vida de adolescentes comuns que lhes foram empregada era extremamente irritante.
Pedro estava se envolvendo em mais uma briga, foram oito só naquele mês, então Edmundo foi obrigado a defendê-lo mais uma vez.
— Nem agradece — diz Edmundo. Todos se sentam em um banco próximo.
— Não precisava ter se metido — sugere Pedro raivoso — Eu estava ganhando.
Todos os alunos se movimentavam pelo curto corredor da estação após os instrutores os repreenderem por formar uma roda de briga.
— Claro, estava nítido que daria conta de vencer cinco garotos três vezes maiores que você — responde ironicamente.
Para o mais velho, as confusões eram uma forma um tanto exagerada de demonstrar insatisfação com a atual situação em que se encontravam, já para Edmundo e suas irmãs, Pedro estava fazendo nada mais e nada menos do que papel de tolo, porque não importava em quantas lutas ele se envolvesse, nada os faria retornar ao mundo por detrás do guarda-roupas.
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Perdida Em Nárnia, Edmundo Pevensie
FantasyAmélia andava pelas ruas longas e frias de Londres, o ano era 1957 e toda a Inglaterra estava envolta por uma névoa branca e desconhecida, mas o que ela não imaginava era que está mesma fumaça misteriosa a levaria para a maior aventura de sua vida...