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― Ei, tio Taehyung, quando você percebeu que era gay que gostava de alfas machos?

― Huh? ― O ômega deixou cair a espátula que estava usando para virar os hambúrgueres na grelha para olhar para o seu sobrinho Minhyuk.

   

Era  uma noite de segunda-feira, na estação de bombeiros, e os pais do pequeno alfinha, Younghoon e Chanhee o deixaram com ele enquanto iam num jantar. Adorava passar o tempo com Minhyuk e os caras na estação não se importavam com ele por ali. O capitão não se incomodava, apenas disse que se uma chamada aparecesse Minhyuk tinha que sair para o escritório.
Taehyung tinha realmente aprendido a amar trabalhar em Daegu. Sentia como se a cidade abrisse seus braços e aceitasse. Sempre seria casa para ele. Era perto do bando do qual se tornou parte e também era onde Minhyuk vivia. O pequeno alfa lembrava tanto com sua mãe Dahyun, a falecida irmã de Taehyung. Não queria perder um momento do crescimento do menino.

 ― E então? ― O alfinha o cutucou no braço.

― Hum, por que pergunta? ― O ômega abaixou-se e pegou a espátula, limpando-a em um pano. Inspecionou e achou que parecia limpa o suficiente.

― Estou apenas curioso, é tudo. ― Minhyuk cruzou os braços magros sobre o peito.

Taehyung olhou para Minhyuk. Fazia cinco anos que veio morar em Daegu e Minhyuk havia mudado muito desde que o conheceu, com cinco anos. Agora olhava para um magro garoto alto, de dez anos, com grandes olhos azuis e cabelo castanho desgrenhado, como o seu próprio. Em pouco tempo o alfinha seria um adolescente e Taehyung muitas vezes se perguntava onde o tempo ia.

 
  ― Porque não pergunta a seus pais? ― Taehyung voltou sua atenção para a mesa.

― Ah, sim, como se isso não seria estranho ou qualquer coisa assim. ― Minhyuk zombou. ― Eles fariam isto se tornar uma coisa imensa, pensariam se apenas perguntei a eles e se só estava me perguntando. Não estou dizendo que sou. 

― Compreensível. ― O ômega teve que morder o lábio para não rir. Podia imaginar o que Chanhee faria se Minhyuk perguntasse a ele. Faria um negócio tão grande por ser ciumento com seu filhote, fazendo com que Minhyuk ficasse longe do conselho de seu pai ômega sobre outros ômegas machos.

― Então, quando soube? ― O alfinha olhou para ele ansiosamente, como se sua vida dependesse da resposta de Taehyung.

O ômega deu de ombros enquanto pensava sobre isso. 

― Acho que realmente percebi quando tinha uns treze anos. Todos os meus amigos estavam conversando sobre ômegas e alfas fêmeas e querendo beijá-las e não parecia interessante para mim. Mantive o que senti para mim, porque o meu pai alfa não aceitava aqueles que eram diferentes. ― Esse era o eufemismo do século, mas Minhyuk não precisava saber mais nada sobre seu avô bastardo.

― Então, você escondeu? ― Perguntou Minhyuk.

― Um pouco, sim. ― Um sorriso surgiu em seu rosto quando se lembrou do primeiro alfa que tinha beijado. Foi mágico, como se uma luz tivesse ligado em sua cabeça e tudo parecia muito mais claro. ― Minha irmã, Dahyun. ― O ômega passou a mão pelo cabelo de Minhyuk, sorrindo com carinho. ― Sua mãe, foi a primeira pessoa para quem disse, depois Jimin. Dahyun disse que suspeitava há algum tempo e estava feliz por ter dito a ela, prometeu não contar a nosso pai. 

― Você estava com raiva de ser gay? Quero dizer, de si mesmo? ― O alfinha trouxe o dedo à boca e começou a roer a unha.

― Não. ― Respondeu honestamente. ― Era quem eu era e nada do que fizesse mudaria isso. Tive sorte que tinha uma confidente como Dahyun e um melhor amigo que também fosse gay, então não me senti sozinho. Estou feliz de ser quem sou, Minie. 

Um Ômega para libertá-loOnde histórias criam vida. Descubra agora