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A viagem de volta para casa foi feito em silêncio. Jeongguk era grato por isso. Não tinha palavras para os amigos. Mas o pior de tudo, não tinha nenhuma palavra para Taehyung. Tudo estava indo tão bem. Havia tocado e beijado o ômega e isso o fez se sentir vivo. Então, quando fizeram amor, foi além de perfeito. Era como se sua alma tivesse sido posta em liberdade e, pela primeira vez nos últimos cinco anos, não se sentia tão sozinho.
Quando pararam na casa do casal de amigos, Yoongi estacionou o carro e Jeongguk saiu. Esperou enquanto Hoseok abria a porta. Não disse nada, apenas caminhou até o banheiro e fechou a porta. Fez questão de virar a fechadura e abriu a água quente do chuveiro. Tirou a roupa, entrou sob a água, rezando que a água escaldante lavasse todos os seus medos e inseguranças.

Não tinha notado quando a primeira lágrima caiu, uma vez que foi lavada. Não foi até que estava ofegante e soluçando tão forte que seu corpo tremia. Caiu para trás contra a parede de azulejo e deslizou para baixo até que se sentou em sua extremidade, a água caindo em sua cabeça.
Não queria terminar com Taehyung, mas não estava pronto para se apaixonar novamente. O medo de ser deixado sozinho, como com Eunwoo lhe fizera, ainda doía muito profundamente. Claro que Taehyung nunca iria machucá-lo intencionalmente, mas a vida não tinha garantias e não tinha certeza se poderia abrir o seu coração novamente só para tê-lo esmagado.

A água começou a esfriar, então se levantou e saiu do chuveiro.
Secou-se, depois enrolou uma toalha na cintura e abriu a porta. A casa estava em silêncio e apreciou que os amigos entendessem que precisava de um tempo sozinho. Entrou no quarto, sem se preocupar em ligar a luz. Deslizou sob o edredom macio, sem colocar qualquer roupa de baixo.

O luar entrava pela janela e olhou para ele. Esgotamento se abateu sobre ele e não podia mais manter os olhos abertos. Sua mente corria com tantos pensamentos sobre Taehyung, Eunwoo, e se apaixonar novamente. Estava mentalmente drenado. Tinha medo que não iria ter um pouco de sono, mas estava errado. Não foi até que o sol se derramou através de sua janela para aquecer seu rosto que percebeu que tinha mesmo adormecido.

Jeon saiu da cama e vestiu uma calça jeans larga e uma camiseta vermelha. Deixou seus pés descalços e se dirigiu para a cozinha. O cheiro amargo do café enchia o ar e seguiu o nariz para o pote abençoado. Encheu a caneca que estava ao lado da máquina de café. O tempo todo, podia sentir a presença de Hoseok na sala. O ômega não disse nada, apenas esperou até que Jeongguk se virasse.

― Bom dia. ― Jeon disse quando se sentou à mesa.

― Bom dia, Goo. ― O ruivo olhou-o, finalmente, chegando a uma conclusão sobre algo e acenando com a cabeça. ― Você se sente melhor hoje?

― Acho que sim. ― Encolheu os ombros.

― Quer falar sobre isso? 

― Se eu disser que não, você vai desistir? 

― Não. ― Hoseok balançou a cabeça, sem parecer nem um pouco culpado por sua resposta. ― Você é meu amigo e preciso lembrá-lo, sou seu amigo, mesmo depois que drogou  Yoongi e trancou em uma jaula. Então, por favor, aprecie o quão compreensivo que sou e fale comigo, Goo. 

Sabia que seus amigos não trazem esse fato até para que se sinta mal, apenas gostam de apontar quanta compreensão tinham.

― Nunca vai me deixar esquecer?― Jeongguk riu e tomou um gole de seu café.

―Por que, quando me dá tanta influência sobre você? ― Hoseok piscou para ele.

― Então, verdade.

― Mas, falando sério, o que aconteceu? ― A preocupação enrugava a testa de Hoseok.

― Entrei em pânico. ― Jeon respondeu, simplesmente porque era a pura verdade. ― Tudo estava indo muito bem até que ele disse que éramos companheiros destinados. ― Engasgou com a última palavra e teve de tossir para limpar a garganta.

Um Ômega para libertá-loOnde histórias criam vida. Descubra agora