Make me Jily • One Shot

Acabou

Com a cabeça encostada ao peito dele, inspirei fundo e senti o cheiro de seu perfume. Um dos meus cheiros favoritos, e também um dos melhores lugares no mundo... seus braços.

Seus braços musculosos e quentes, ao redor do meu corpo, me aquecendo naquela noite fria de luar.

Por mais que o sorriso brincalhão em nossos rostos sugerisse que estava tudo bem, não estava.

Estávamos terminando.

Era uma fase ruim... apenas uma fase ruim, que poderia sim ser superada, poderíamos dar um jeito em tudo, lutarmos juntos... mas não tínhamos força o suficiente para aquilo.

Todas as promessas e juras de amor, estavam sendo desfeitas e caindo em pedaços naquele chão frio de concreto, tal como nosso coração despedaçava ali.

O que parecia certo... o que parecia o melhor para James e o melhor para mim, pareceu errado quando eu soube que aquele seria nosso último abraço.

Se era o certo a se fazer porque estava doendo tanto?

Eu deveria ser egoísta e ficar com ele ou deixá-lo ir para sempre?

Eu não conseguia solta-lo... não conseguia.

Apenas queria que aquele momento durasse para sempre. Que eu pudesse congelar e parar ali no tempo, que eu continuasse em seus braços, ouvindo cada batida de seu bondoso coração, nos braços de quem eu tanto amava... sem solta-lo, sem que ele fosse embora.

Era o fim.

— Vai ficar tudo bem.— Sussurrei, tentando demonstrar firmeza, mas minha voz trêmula denunciou que eu não acreditava nas minhas próprias palavras.

— Está dizendo isso para mim ou para si mesma?— Sua voz rouca sussurrou acariciando meu cabelo levemente.

Ergui meu olhar e toquei delicadamente em seu rosto, tentando lembrar cuidadosamente de cada traço e da barba levemente por fazer que meus dedos acariciaram.

— Estou falando isso para nós dois.— Agarrei levemente sua mão e entrelacei nossos dedos mindinhos.— Vai ficar tudo bem.

Ele me puxou novamente para um abraço e beijou minha testa.

Naquele momento meu peito doeu, sabendo que eu estava perdendo-no.

Diga que o ama, não o deixe ir, diga que vamos dar um jeito, diga que tudo pode se resolver... minha mente gritava para mim, desesperadamente, implorando que eu pudesse impedir o fim.

Mas eu não tinha mais forças para isso.

Ele engoliu em seco e limpou sua garganta, procurando forças para se despedir.

— Então é isso... desculpa.— Falou timidamente, se afastando de mim.— Preciso ir, está tarde.

Estendeu-me sua mão e eu a agarrei.

— Sim, sim. Vamos trabalhar amanhã... vida que segue.— Sorri tristemente.— Qualquer coisa me manda mensagem, sempre vou estar aqui.

E conforme eu me afastei, você esticou sua mão como sempre fazia em nossas despedidas, até que eu a soltasse lentamente enquanto me afastava, quando não tinha mais como segura-las...

E ali era o fim.

Quando eu olhei em seus olhos antes de virar as costas, pensei se deveria te beijar... um último beijo. Apenas para me despedir.

Eu apenas precisava de seus macios lábios contra os meus uma última vez.

Nossos olhos se encontraram por uma última vez, com um misto de tristeza... mágoa, amor, saudades e arrependimentos. Porque nos arrependemos ali, apenas não dissemos nada.

— Tchau, James— Falei baixinho enquanto segurava cada lágrima que insistia em querer cair.

James respirou fundo e continuou ali, parado, sem reação, sem saber o que fazer. Provavelmente passava o mesmo que passava em minha cabeça: estou perdendo alguém que eu amo.

— Tchau, Lily... boa noite.

Dei-lhe um sorriso triste e desviei rapidamente o olhar de você, antes de me virar e entrar para casa.

A cada passo que eu dava em direção a minha casa, tentava me concentrar apenas na escuridão a minha frente, evitando de olhar para trás.

Se eu olhasse para trás e te visse ali, ainda parado, meu mundo desabaria e eu voltaria.

A cada passo que eu dava meu coração gritava "não podemos fazer isso, volte lá e beije ele! Discuta! Lute por esse amor".

E então a primeira lágrima caiu, antes que eu pudesse entrar em casa.

Mas eu não olhei para trás.

Precisava te deixar ir.

Você demorou a ir... mas foi.

Demorou pelo menos cinco minutos a ir embora, mas eu não tive forças pra ir até lá e falar tudo que eu sentia por você. Que podíamos dar um jeito em tudo...

Eu estava sentada encostada a porta chorando, com meu mundo desabando.

Eu tinha perdido o amor da minha vida, a pessoa que eu mais gostava no mundo... minha dupla, meu par, minha melhor companhia.

Doeu em você como doeu em mim?