Saiki Kusuo no Psi-nan +

Sem alianças, muito menos amizades

Mayonaka Mikadzuki (Mikadzuki = 三日月 = Lua Crescente), pai de Mayonaka Mangetsu e Mayonaka Singetsu. A última vez que tinha visto seus filhos foi em uma cidade longínqua, a terra natal de ambos os três. Mangetsu partiu primeiro no mundo, primeiro para estudar em uma universidade, depois para trabalhar em várias cidades do Japão. Já sua filha caçula, Singetsu havia partido a poucos meses para estudar em uma cidade de melhor infraestrutura que sua atual, recomendada por seu irmão mais velho. 

O pai, naquele momento solitário, recebeu a inesperada visita de Mangetsu e junto o convite para que fosse morar com ele. A decisão de sair da cidade em que nasceu e cresceu parecia absurda, mas a vontade de ficar próximo dos amados filhos mostrou-se mais forte que o orgulho. Mesmo sem muito estudo, o velho, concervado, carismático e empenhado Mikadzuki rapidamente conseguiu o emprego temporário de segurança na mansão da família Saiko, o que ajudaria nas contas do apartamento que dividia com seu filho.

Tirando essa parte sensível da família Mayonaka, o que contaram aos afetados com a confusão foi a verdade depois disso. Tudo foi feito sem que Mayonaka Singetsu soubesse, porque seu irmão estava esperando o momento adequado para dizer a ela que agora ele e seu pai ficariam fixamente próximos de onde ela estudava, logo ela não precisaria morar de favor na casa de seu colega Saiki. 

Infelizmente, o trabalho de Mangetsu como "captador de mangakás" de uma nova editora no mercado não o permitiu parar por sequer uma semana, por isso, Mikadzuki resolveu tomar uma atitude. Escreveu uma carta para sua menina, mesmo sem ter muito jeito com as palavras, dando indícios de que estava mais próximo do que ela poderia imaginar. No dia em que iria enviar a carta, a tal foi perdida, ou melhor dizendo, foi pega por uma das empregadas da mansão, a qual colocou-a junto das coisas de Metori.

O garoto achou que a carta era uma verdadeira ameaça de sequestro, algo que qualquer um desacostumado com a escrita do pai dos irmãos Mayonaka pensaria, assim como Kuboyasu, que também leu a carta. Como nenhum dos dois mostrou a carta para os seguranças da mansão, nem para Singetsu, a confusão não fora desfeita antecipadamente a toda aquela confusão violenta aconteceu. Tudo isso foi explicado a Kuboyasu e à família de Metori.

Juntando a felicidade em rever o pai, e a vergonha por achar ter agravado toda aquela bagunça, Singetsu não fora vista na escola por dois dias seguidos. Isso acendeu a preocupação de quase todos seus colegas, com exceção daqueles que não tinham interagido devidamente com ela e Saiki K., que sabia que ela estava bem, porque a seguiu até sua casa e leu sua mente por precaução. Quando Singy finalmente retornou, parecia normal, conversando com seus colegas com a mesma frieza no tom da voz de antes, a única distinção é que estava evitando Kuboyasu. Desviando olhares, evitando aproximação, aquilo não era natural dela e Kubo percebeu isso. Não sabia o motivo e isso o irritava por algum motivo.

Ao fim do dia ela decidiu falar a verdade para o ex-rival quando ficaram a sós na sala de aula.

-Kuboyasu... - o rosto da garota estava sério como em toda aquela manhã.

-Finalmente decidiu falar comigo?💢 Pra que ficar me ignorando a manhã toda? 

-Dá pra calar a boca?💢 Desse jeito eu vou me arrepender de te pedir desculpas💢

-Que?

-É... Eu quero me desculpar por... Toda aquela confusão que com você e o Saiko se meteram por minha causa. - Ela olhava para o ex-delinquente com quem tanto convivera a tempos atrás. Sua "eu" do passado nunca pensaria que um dia Itami fosse pedir desculpas a ele.

-A culpa não foi sua. - Kubo também ficara sério. - Nós não pensamos em te mostrar a carta. Foi burrice nossa.

-É, foi mesmo. - "Que belo pedido de desculpas" era o que Aren pensava, mesmo sabendo que era verdade. - Mesmo assim... Se eu não estivesse aqui, você não teria se metido numa confusão dessas.

-O que você quer me dizendo tudo isso? 

Ela fez um pouco de silêncio e suspirou fundo. Seus sentimentos eram indescritíveis para si mesma, não conseguiria explicá-los tão de repente, mas tinha certeza de suas decisões.

-Nada, Kuboyasu. Só saiba que vou finalmente te deixar em paz.

-Mesmo? - seu olhar era animador.

-Sim. Bem, até amanhã.

No dia seguinte, Avisaram que a aluna Mayonaka havia mudado de turma.