Siyoon - Acorrentada (Chained Up)

Capítulo XXII

Jeong Heyoon POV

  Mesmo que eu não tivesse o direito de me sentir assim e menos ainda a vontade, eu estava destruída e magoada. Por mais que tenha evitado e lutado ao máximo contra meus sentimentos por Sina por quase dois meses para evitar que isso acontecesse, não adiantou. Novamente eu me sentia péssima e não conseguia controlar minhas lágrimas.

 Claro que eu só estava assim por ser uma idiota. Era uma grande idiota por não ter feito nada referente aos meus sentimentos e agora estar chorando por alguém que nem sabia deles, mas uma idiota maior ainda por ter pensado mesmo que por um momento que algo de bom poderia surgir daquilo.

 Mesmo se Sina soubesse que eu gostava dela não significava que fosse recíproco. Eu percebi sim que ela tinha alguma atração por mim, mas atração e sentimentos não necessariamente estão sempre ligados.

 De qualquer forma, eu não deveria estar tão perdida por conta dela e de Noah. Eles podiam fazer o que quisessem, eram solteiros e livres. Ele teve atitude e eu não, e independente do que poderia ter acontecido se eu tivesse dito a ela, não importava mais. Se em algum momento seus sentimentos foram mútuos aos meus, isso já havia ou estava mudando.

 Enquanto ando apressada, sem enxergar muito bem pela visão embaçada que aquele choro ridículo me proporcionava, esbarro em alguém e quase caio se não fosse segurada pela pessoa.

— Desculpa...— consigo soltar num fio de voz cortada, enquanto volto a andar procurando qualquer lugar isolado que eu pudesse me enfiar. Porém sou impedida por uma mão que agarra meu braço e me puxa pra um abraço que eu não retribuo, minhas mãos muito ocupadas tentando manter as lágrimas em meu rosto só pra mim.

— Ei, calma, calma! O que aconteceu, Heyoon? Por que você tá assim? — ouço a voz de Josh enquanto ele me mantém espremida em seu abraço caloroso.

— Eu vou molhar sua camisa... é besteira minha. Só me deixa ir. Eu quero sair daqui. — falo tentando quebrar aquele contato, mas ele não me solta.

— Não tem problema, pode molhar. Mas eu não vou te deixar ir sozinha assim a canto algum. Então ou eu continuo te apertando até que você me conte o que aconteceu ou eu te acompanho até onde você pretende ir.

— Você é um chato! — tento mais uma última vez me livrar de seu abraço, percebendo que era inútil ir contra a força dele.

— Sou sim, com muito orgulho! Então, onde vamos? — ele pergunta com um sorriso no rosto me encarando. Eu devia estar ridícula.

— Eu não sei...— admito. Não fazia ideia de onde ir, simplesmente não queira estar em lugar nenhum.

— Nesse caso acho que sei de um lugar, vem! — diz me guiando enquanto me abraça de lado.

Quando chegamos no local percebo que é uma grande sala muito familiar:

— Prática de dança? — o encaro franzindo o cenho.

— Claro! Tem lugar melhor? — pergunta com um ânimo exagerado e vai até a caixa de som central, a ligando e conectando seu celular a ela fazendo uma música ecoar pela sala.

— Eu não quero dançar agora, Josh. — falo cansada, tentando conter aquela porcaria de choro.

— É claro que quer. Você sempre fica feliz quando tá dançando. E eu não gosto de te ver assim, então nós vamos dançar até eu ver um sorriso nessa cara! — ele fala conseguindo tirar um leve riso de mim.

— Você é maluco. — falo sorrindo, vendo ele se aproximar com cara de pateta.

Josh se curva fazendo uma referência  engraçada com o braço e me oferecendo a mão para que eu pousasse a minha sobre: