Capítulo XV

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Sina Maria Deinert POV

Após o sufoco que passei pra sair da casa de Heyoon, segui caminho direto ao hotel. Cheguei lá quase meia hora de caminhada depois e me atirei na cama exausta. Passado um tempo descansando um pouco, me levantei e fui tomar um banho quente para relaxar e me acalmar um pouco, afinal, se alguma coisa tivesse acontecido, Heyoon já deveria ter me ligado ou mandado mensagem.

Quando terminei e secava meu cabelo com ajuda da toalha, abri minha mochila para tirar meu celular de lá e conferir como a garota estava. Depois de revista-la inteira umas três vezes e também os bolsos da roupa que eu tinha usado, me desesperei. Onde caralhos tava aquela merda?

Será que eu deixei cair no caminho até aqui e não vi? Ou deixei na casa da garota? Eu não me lembrava se o tinha pego ou não, Heyoon tinha me apressado tanto, e o pai dela lá embaixo já estava me deixando nervosa e ela também. Qualquer uma das minhas suposições fossem verdade, aquilo era muito ruim. Era possível que ela tivesse precisado de mim e me ligado e eu nem sequer ouvi.

- Que grande namorada você é, Sina!- soltei chateada comigo mesma.

Não dava para continuar ali sem fazer nada. Eu precisava fazer alguma coisa, saber se o homem tinha descoberto algo, saber como a menina estava. Se só por seus pais saberem de seus sentimentos por mim já os havia feito colocá-la naquele castigo ridículo, imagino o que aconteceria se soubessem que estive com ela em sua casa e o que fizemos.

Não adiantava perder a cabeça agora, precisava pensar em algo para me comunicar com ela logo.
O som do toque do meu celular devia estar alto ainda, já que o tinha deixado assim para caso ela entrasse em contato comigo, então seria inviável tentar encontrá-lo, pois poderia lhe prejudicar caso ele estivesse em sua residência. Também tinha o celular novo que eu dei a ela, talvez por meio dele eu conseguisse entrar em contato com a morena. O problema é que não decorei o número e nem o anotei em lugar algum.

- Que burrice a minha! - reclamei batendo com o punho sobre o criado mudo ao lado da cama. - Devia ter anotado essa porcaria pra uma situação dessas.

Pensando mais um pouco, não estava tudo perdido. Heyoon ainda podia ter acesso a internet com ele, então talvez conseguisse entrar em contato com ela através de alguma rede social sua. Me levantei apressada em busca do meu notebook e assim que o conectei a internet entrei no Instagram, mandando uma dm para ela. Repeti o processo em todas suas outras redes sociais, torcendo para que ela desse sinal de vida em alguma.

Assim que enviei através de todos os recursos possíveis, chegou a parte mais difícil, esperar. Esperar sem poder fazer nada além. Eu até poderia ir até sua casa novamente, bisbilhotar as janelas, tentar jogar um bilhete no seu quarto. Entretanto, isso poderia só piorar tudo se alguém além de Heyoon me pegasse no processo.

Mais uma vez, sem que eu percebesse, estava descontando minha inquietação nas minhas unhas e na pele ao redor delas. As horas pareciam não passar, já era início de noite e nada de Heyoon dar sinal de vida em qualquer uma de suas redes sociais. Apesar de estar me corroendo por dentro, estava lutando contra a vontade de ignorar todos os contras e ir logo atrás dela pessoalmente. Mas a consciência de que poderia piorar tudo ainda estava conseguindo me manter ali, só não sabia até quando.

Fiquei assistindo os minutos passarem lentamente, enquanto minha mente continuava criando cenários horríveis com o que poderia ter acontecido entre ela e seu pai, embora tentasse me segurar a esperança de que talvez isso não passasse de um exagero meu, de uma paranóia, que ela poderia estar bem.

Porém, como de costume, era mais fácil me convencer do pior, e sem mais controle algum sobre minha inquietação e preocupação, decidi ir logo atrás dela. Me vesti apropriadamente para encarar o clima gélido de fora, peguei minha carteira e conferi se meus cartões estavam ali e quanto tinha em dinheiro físico.

Siyoon - Acorrentada (Chained Up)Onde histórias criam vida. Descubra agora