Capítulo 2

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Uma semana se passou dês de que fui na casa de Vivian. Ver ela trazer pequenos vasinhos com flores pra mim logo de manhã dizendo que sua mãe enviou pra mim fazia do meu dia bem melhor, é muito bom quando algumas pessoas demonstram realmente gostar de você.

Consegui me adaptar no colégio, mas alguns olhares ainda me incomodavam, alguns já não se importavam mais em me perseguir com os olhos, já outros me fuzilam todas as manhãs. Não posso fazer nada pra evitar e isso me deixa irritada, eu só queria ser comum.

_ Acho que atirei pedras na cruz _ Sussurro a mim mesma atravessando os portões do colégio, Vivian teria ficado doente de madrugada e não pôde vir. Eu não sei mais estar nesse colégio sem ela do lado, é assustador.

Todas as manhãs, ela me espera no portão, as vezes me bate por atrasar e as vezes me recebe sorrindo, sinceramente eu não me importo dês de que ela esteja ali me esperando todas as manhãs. Parece clichê, mas ela é como minha alma gêmea.

O sinal toca, e caminho até meu armário no final do corredor. Diretora Ana havia me dado um armário a dois dias, e nem sabia que poderia ter um.
Apanho os livros de literatura e fecho a porta do mesmo.

Até o ver encostado ao lado do armário, como alguém que não se importaria se eu me assusta-se ou não. Travor...

Como eu disse, era óbvio que me assustaria, eu poderia esperar qualquer pessoa nesse lugar menos esse garoto _ Meu Deus! _ Digo colocando a mão no peito durante um pequeno salto.

_ Achei que tinha me visto chegar_ Diz, a voz dele é tão grave...

_ E-eu, não te vi chegar _ Digo já sentindo meu rosto queimar.

_ No que estava pensando? _ Sorri de canto mostrando sua covinha.

Que tipo de pessoa começa uma conversa com alguém desse jeito? _ Mas, o que você quer comigo?

_ O que foi? preciso de motivo pra falar com você? _ Desvia o olhar.

_ Não é isso. Digo, você nem se quer perguntou meu nome.

_ Eu não preciso perguntar seu nome _ Sorri.

Ele sabe meu nome?

_ Você... sabe? _ Sinto minhas bochechas arderem, não consigo controlar.

_ O que você acha? _ Sorri debochado _ Soube seu nome assim que te vi entrar por aquele portão.

_ O que? _ ... o que?.

Sorri de canto, e sai me dando as costas _ Te vejo por aí, Angel...

Mas que porra foi essa.

Eu mal soube como reagir, eu poderia esperar que um raio caia duas vezes no mesmo lugar mas não imaginaria que ele viria falar comigo.

As primeiras aulas pareciam não ter fim, era perceptível que minhas turmas já se acostumaram comigo, um garoto gentil até me ajudou a desenhar uma maçã na aula de artes, não sou muito boa com desenhos.

Me sentei na grama do pátio externo como de costume, Vivian disse que preciso tomar mais banhos de sol, minha pele é muito pálida. Disse que se não fosse pelas asas eu seria um vampiro. Os dias quentes se tornaram mais agradáveis e o sol aquecia minha pele, deixando as bochechas mais rosadas.

_ Gosto da sua pele pálida, se tomar tanto sol vai deixar de ser tão agradável _ Aquela mesma voz de antes.

_ O que faz aqui? _ Digo sem mesmo ter olhado para trás, eu sabia que era ele.

_ Posso me sentar? ou não me quer aqui.

_ Pode... _ Por que eu disse isso?

O mesmo se senta, não muito distante mas perto o suficiente para que sinta seu perfume amadeirado e o cheio de cigarros que invade meu nariz.

Fallen AngelOnde histórias criam vida. Descubra agora