call out my name

6.4K 435 377
                                    

         one-shot baseada na música call out my name do the weeknd, aconselho ler ouvindo ela.

         obrigada por ler desde já! boa leitura!
 

( . . . )


           




          Nós encontramos um ao outro,

eu sei disso. É inegável, irrefutável. Porque nos conhecíamos a tanto tempo, e mesmo que tenhamos demorado para ver um ao outro, ficou tão claro que éramos para ser quanto adagas de cristais que se formam abaixo da janela do meu quarto no inverno.

            Inverno. Foi a primeira estação que você passou conosco, que passou comigo. Deixou a casa de seus pais na noite da véspera de Natal para viajar apertando minha cintura em minha vassoura até Godric's Hollow. Você estava com uma capa verde-escuro e as bochechas vermelhas por culpa frio, pontos brancos de neve se prendendo e se destacando em seu cabelo negro, um corvo de prata cravejado no anel em seu anelar.

               Acredito que foi a primeira vez que realmente parei para te observar, talvez procurando algo que eu nem sabia que tinha resposta. Foi a primeira vez que tentei te ver com outros olhos e percebi que não era tão difícil assim.

            E desde então não conseguia mais lembrar qual era a sua versão antiga que eu sempre tive em minha cabeça, pois aquela que foi descoberta parecia a única que realmente servia pra você.

             Você sorriu mais naquela noite do que no ano inteiro. E pelo menos não brigou sério com Sirius nenhuma vez, tirando a que vocês disputaram o último pedaço do pudim de Natal flamejante que minha mãe havia feito para ocasião.

                 Houve muitos presentes naquele ano. Sirius ganhou mais roupas do que qualquer coisa, Remus ganhou muitos chocolates, um suéter e livros, eu ganhei uma vassoura nova e uma camiseta do meu time de Quadribol e livros sobre o assunto. Todo mundo ganhou algo que gostava, até mesmo você.

                   Consegui ver em seus olhos escuros como não esperava ganhar nada, nem um presente sequer naquela noite de Natal de setenta e nove. Você ganhou livros de todos, e não faço ideia do tema dos outros mas lembro qual eu te dei.
         
                  Era um livro trouxa pois Remus, este qual você construía uma amizade, disse que tu estava se interessando pela literatura trouxa. E ela era realmente boa, mesmo que tivesse uma visão meio deturpada de bruxos.

                  O corvo e outros poemas, de um tal de Edgar Allan Poe. Dei uma lida nele antes lhe entregar. Eu não te conhecia tão bem quanto eu conheço hoje, mas tive certeza de que você iria gostar.

                Fizemos um dos três quartos de hóspedes restantes no casarão ser seu. E no final da noite, quando Sirius estava bêbado de vinho com Remus o levando pelas escadas, eu fiquei com a tarefa de lhe mostrar teu quarto. Você não disse com palavras mas eu sabia que estava querendo falar Obrigado, me lançando um olhar rápido antes de baixar a cabeça e dizer que a noite foi ótima.

                    Eu sorri, dizendo que Não há o que me agradecer, e falei que era bom que você tinha gostado. A porta se fechou, nos separando por aquela noite e me recordo de sentir algo no peito. Decidi que era satisfação ao ter te ajudado a ter pelo menos um Natal bom em sua vida, porém não era só isso. Mas eu sempre fui muito bom em não enxergar as coisas que não queria.

                   Eu te ajudei a sair de um lugar quebrado. Te ajudei a se livrar daquilo e deles, dos seus pais que te empurraram da beira do precipício ao te fazer se tornar um comensal da morte. Eu te segurei, eu te tirei de lá.

call out my name, jegulus/starchaserOnde histórias criam vida. Descubra agora