03. Survivors

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so.bre.vi.ven.tes
etimologia (origem da palavra): do latim, supervivo.
definição: diz-se daquele que , que , ou que apesar de .

Lembre-se que não adianta ser um sobrevivente,
a menos que você faça valer a pena sobreviver. (JOHN ALDERMEN)

Liam precisava admitir que estava quase desmontando de sono, mas sabia que não podiam parar no meio do caminho do túnel. Olhava Harry vez ou outra e o via tentar esconder um bocejo, mas sabia que mesmo cansado, sua mente estava a mil e ele muito provavelmente não conseguiria dormir por mais exausto que estivesse. Ofereceu a ele um pouco de água — tentavam poupar ao máximo que podiam — e, quase chegando na metade do caminho, resolveram fazer uma pausa. Precisavam comer e não ia ter jeito, precisavam descansar.

Ocuparam uma parte do túnel que ficava numa curva, era claramente um acampamento abandonado, havia algumas roupas, até mesmo colchões velhos e uma mesa improvisada feita com uma lata de tinta virada com a abertura para baixo.

Os dois sentaram em cima de um dos colchões, Liam tirou uma lata de feijão de dentro da mochila e sugeriu que dividissem, Styles concordou. Não queria comer, mas precisava. Não era como se pudessem escolher o que comer ou, ainda, optar por não fazê-lo.

— Não me contou como foi que encontrou o mapa. — Styles começou a conversa assim que começaram a comer.

— Estava na Biblioteca Nacional. — Ele disse e Harry o encarou com os olhos um pouco arregalados.

— Como foi que entrou lá a noite sozinho? Deveria estar infestado de Cleaners!

— Eu sei, e estava... Atirei em um. — Liam comentou para total choque de Harry.

— Payne... — Harry começou curioso, surpreso e até um pouco chateado de pensar que Liam nem o chamou para participar daquilo. — Como você fez isso? Com quem? O que houve?

—- Harry...

— E por que não me chamou?

— Eu fui com Zayn.

Styles parou de mastigar e engoliu o feijão quase inteiro. Olhou para Liam com mais cuidado e viu que o colega não o encarou de volta, provavelmente um pouco sem graça agora que precisava de fato contar em voz alta o que aconteceu para alguém. Liam não tinha medido tanto o risco assim, mas se viu sem opções e, no final de tudo, apenas agradeceu que tudo deu certo ao invés de ficar remoendo tragédias que não chegaram a acontecer.

— Quis deixar você com Diana e, se quer saber, Zayn foi muito bem. Não teria conseguido sem ele. — Liam agora disse encarando Harry, realmente dando-se conta que deveria contar aquilo como uma vitória e não como algo errado que devesse confessar. — Entramos, pegamos o que precisávamos, ambos saímos e estamos vivos.

Harry não respondeu, ficou em silêncio novamente comendo e pensando sobre o que deveria achar daquilo. Não queria julgar mal seu amigo, especialmente porque no fim das contas ele também precisava admitir que deu tudo certo. Ao encarar o agente novamente, entregou o restante da lata de feijão a ele e o viu pensativo, mais do que o normal, sabia que Payne era falante e não tinha problemas em sempre dar mais detalhes das missões. Achou um pouco estranho que ele tivesse ficado tão calado sobre aquilo por tanto tempo e, quando resolveu falar, foi breve.

— Como Malik se sentiu? — Styles insistiu.

— Ele está bem, acho até que gostou um pouco. — Liam sorriu de canto ao pensar no outro. — Ele é esperto, corajoso e bem mais inteligente do que eu pensava. — Talvez o tom de sua voz fosse bem mais apaixonado do que ele deveria, mas continuou o curso sem se preocupar muito. — Ele me salvou quando estávamos saindo.

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