06. Explosion

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ex.plo.são
etimologia (definição da palavra): do latim, explodere.
definição: arrebentação súbita, violenta e ruidosa provocada pela libertação de um gás ou pela expansão repentina de um corpo sólido, que, no processo, se faz em pedaços.

Do atrito de duas pedras chispam faíscas;
das faíscas vem o fogo;
do fogo, brota a luz. (VICTOR HUGO)

x.x.x

Na metade do caminho dos túneis de esgoto, os dois resolveram fazer uma parada para beber água, comer alguma coisa e Louis insistia para que Styles descansasse — sabia que o agente não dormir há mais de 24 horas e isso era péssimo não só para sua saúde física, mas também afetaria negativamente seu poder de julgamento.

E Tomlinson precisava admitir que, se algo acontecesse a Harry, ele estaria completamente ferrado.

Os dois sentaram por poucos minutos, Harry calculava o horário que chegariam e falava pelo rádio com a base no Parlamento e com Liam eventualmente, pedindo atualizações das situações e também assegurando que ele e Louis estavam bem e tudo corria nos conformes até ali.

O mais alto ajeitava sua mochila constantemente, checando suprimentos, munição, checava sua arma, perguntava o tempo todo se Louis estava de olho em suas coisas, como se sentia e se precisava de algo. O modo "Nomad" estava completamente ativado em Harry não só por medo de ser pego de surpresa por algo, mas também por estar cem por cento responsabilizado por Louis.

— Quantas pessoas há no Palácio? — Louis perguntou encostando as costas na parede fria e suja de concreto. Tinha acabado de perceber que parou de se importar com o cheiro e até estava mais confiante e com menos medo.

— Cerca de 120, 130... Não sei bem pra ser honesto. — Harry respondeu imitando a posição de Louis e olhando pra ele enquanto falava. — Mas mais da metade são técnicos da ala de tecnologia, outra parte é a equipe médica e a outra somos nós, da defesa, agentes da JTF e da Division.

— Então não tem muitos sobreviventes em si?

— Os sobreviventes vivem mais ao redor, nos prédios perto do Parlamento, alguns mantiveram suas casas. Vão à base quando precisam de algo, pedem água, comida, pedem que algo seja consertado, quando estão doentes passam na ala hospitalar... Mas não é exatamente um abrigo onde moram.

— Ah sim, entendi.

— Mas você pode ficar lá o tempo que quiser. E seus amigos do acampamento também.

— Ouvi no rádio a outra mulher falando que poderia ser um problema... — Tomlinson disse curioso e um pouco preocupado.

— Não se preocupe com isso ou com ela. — Harry sorriu de canto. — Não é porque ela acha que vocês vão atrapalhar. Faye acha que todo mundo merece o melhor possível, ou nada. Então, se ela não puder dar uma acomodação que considera decente, ela prefere não dar. — Harry riu com aquela lógica. — Como se nessas condições que vivemos tivéssemos mesmo a opção de alguma coisa. — Ela achava que vocês estavam melhores em Porton Down.

— Mas você viu que não é verdade. O pessoal vai ficar feliz só de ter um teto e um lugar pra se proteger do frio.

— Eu sei, doutor.

— Prometo que vou ajudar com tudo que precisar.

— Doutor, eu sei. — Harry repetiu com mais veemência, chegou mais perto dele, percebendo que Tomlinson estava realmente fazendo esforço para mostrar mais gratidão por sua comunidade do que por ele mesmo. — Todo mundo, sem exceção, está fazendo o melhor que pode, e tenho certeza que você não seria diferente.

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