Nova vida

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Eduarda pov

"Nada importante para fazer, e estou com fome."

"Jack, você acabou de comer uma caixa de rosquinha." giro na minha cadeira e a observo.

"Mas ficar sem fazer nada me deixa assim, gosto da adrenalina, da gente na rua, como nos velhos tempos."

"Realmente, também sinto falta, mas já se fez quatro anos e hoje estamos aqui." falo e me vêm as memórias de quando eu desci daquele avião, senti que aqui seria uma nova etapa da minha vida, aceitei o contrato com a empresa Hepson, trabalhei em média dois anos com eles, além de ganhar uma boa quantia de dinheiro, eu tinha tudo pago na faculdade.
Mas não estava feliz, dentro de mim pulsava por algo maior, só não esperava que sentada em uma cafeteria eu conheceria o meu verdadeiro sentido, como de costume de quase todos os dias, estava tomando um café sem açúcar, sentada sozinha em uma mesa mais afastada das outras, e observando pela grande vidraça o movimento do lado de fora, pessoas caminhando, outros quase correndo, ciclistas... uma bagunça! Como gosto de observar cada detalhe das coisas, algo me chamou atenção, em uma distância um pouco razoável, bem afastado do movimento, avistei uma moça em cima de uma motoneta, e um rapaz a segurando firme, eu não saberia o certo o que era, mas senti que seria bom dar uma analisada mais de perto, ao mesmo tempo que me levantei, senti alguém me seguindo. Não me importei com a presença da pessoa atrás de mim, apenas comecei a seguir em frente.
Chegando perto vi que o rapaz se assustou e saiu correndo, a moça começou a gritar e eu sem entender muito bem, sai correndo atrás dele, em um pequeno desvio consegui pular em cima dele o derrubando, ele resmungava mas não conseguia ouvir nada, eu apenas espremia a cabeça dele no chão e perguntando o que ele tinha feito, até que dois policiais desceram de uma viatura do nosso lado e me tirou de cima do rapaz, e o pegaram bruscamente pelo braço o erguendo. Eu estava totalmente sem saber do que estava acontecendo, só sentia uma adrenalina muito grande dentro do meu peito, os vi colocando dentro da viatura, até que um homem de terno cinza e gravata azul que estava conversando com um dos policiais, se vira para mim e começa a vir na minha direção.
(-Um tanto perigoso o que fez! Sabia que eu estava te avaliando desde a hora que entrou na cafeteria?) Quando ele me falou isso, fiquei um pouco sem jeito, quem ele era e porque me observava.
(Esse rapaz que você abordou, vem roubando jóias a dias e uma vez conseguimos o pegar, mas ele fugiu, e então armamos uma armadilha , ele não foi esperto o bastante, pois tinha meus homens em todos os cantos. Mas quando te vi, você toda observadora, tão atenta nos movimentos de cada pessoa, que pedi para ninguém agir, pois queria ver até onde você iria, e eu não estava errado, te segui e você não se importou, apenas seguiu até onde seu instinto apontava. Desculpa minha falta de educação, fiquei tão empolgado com sua atitude que não me apresentei... sou o Delegado Norman.) depois que conversamos bastante, ele me chamou para conhecer a delegacia de polícia. Naquele momento me senti eu mesma, parecia que eu já conhecia todo cada canto daquele lugar, ao passar dos dias mesmo trabalhando e estudando, em meus momentos vagos me aproximei do sr. Norman, e assim fomos se conhecendo melhor, ele sabe basicamente da minha vida toda, conheci sua família, e assim eles quase me adotaram. Mas ao decorrer de alguns meses com muito pensamento e decisão, sai da empresa, minha faculdade continuou e logo me candidatei no concurso da polícia civil, mesmo com a imploração do sr. Norman para que eu trabalhasse juntamente com ele, eu não quis, queria sentir um pouco da adrenalina no sangue, precisava agir. Então no dia do teste de aptidão eu conheci a Jack, ela é esperta, conseguiria passar de boa no teste, quando finalizamos marcamos de ir tomar algum drink em qualquer boate por aí, e aí que descobrimos que somos parecidas em praticamente tudo. A Jack é branca com cabelos longos e escuro, um pouco menor do que eu. Quando descobrimos que passamos no concurso, logo colocaram nós como parceiras, achamos um máximo. Nas ruas éramos infalíveis, sempre que tinha algum caso, a gente resolvia. Ficamos tão próximas que quando o sr. Norman me chamou para a investigação, a Jack ficou sendo meu braço direito, como sempre foi, e se aproximou ao sr. Norman, que nem eu. Atualmente, estou na minha própria sala fazendo um plantão de doze horas, e agora são exatamente quatro horas da manhã, e minha companheira está choramingando.

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