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Lauren Jauregui's point of view.

Aeroporto de Miami, Flórida - 7:09PM

- Ok, pai. Eu prometo que vou te ligar assim que chegar. - Fiz a promessa pela quinta vez em meio a uma gargalhada enquanto era rodeada pelos braços dele.

Estavamos em uma despedida sem fim já fazia mais de meia hora, e eu, a cada minuto que se passava, engolia a vontade que sentia de chorar. Era difícil deixá-los, mais uma vez, para trás; minha única vontade nesses momentos eram enfia-los dentro do bagageiro e levá-los comigo para Los Angeles. Porém, dada a realidade, nosso vôo sairia daqui a exatos dois minutos, e eles ficariam aqui, observando o avião decolar até que saísse de seus campo visão.
Abracei Taylor e Chris mais uma vez; um abraço apertado, no qual tive de me obrigar a soltar. Oh, Deus, eu odeio despedidas.

- Não vai chorar, em. - Brinquei em direção ao meu irmão, para abafar a minha vontade de chorar.

- Não vou fazer essa promessa.

Aquelas palavras foram o suficiente para fazer uma lágrima solitária escorrer pela minha bochecha, e quando pensei em prender o choro pela seja lá quanta vez, Tay se atirou em meus braços novamente, e eu não tive outra reação a não ser me deixar entregar. Os soluços vieram fortes, as lágrimas embaçaram minha visão e meu peito começou a subir e descer com brutalidade. Papai e Chris deixaram algumas lágrimas escorrerem atrás.

- Independente do que acontecer em Los Angeles, quero que saiba que você nunca será uma vergonha pra nós, Laur. - Taylor sussurrou em meio ao choro, sem me soltar. - Eu quero que você se livre das drogas, mas não por mim, e sim porque quero te ver bem. Quero que você também se orgulhe de si mesma, como todos nós nos orgulhamos.

Eu não estava com a mínima condição, mas abri a boca para responder algo, nem que saísse tudo uma completa emboleira, mas Taylor se soltou dos meus braços, para segurar meu rosto úmido e provavelmente vermelho com as mãos, me fazendo olhar diretamente para seus olhos.

- Você é a pessoa mais incrível que eu conheço nesse mundo todo, e não digo isso porque sou sua irmã, e sim porque acompanho cada palavra sua, cada live, cada post... e nunca consigo deixar de me emocionar com as coisas que você fala, que você pensa, que você sente e defende. - Ela limpou mais algumas lágrimas minhas que escorriam com as pontas dos polegares. - Você, mais do que ninguém, merece ser feliz, e pode até pensar que as drogas te trazem essa felicidade, mas no fundo, você sabe que não. Você ficou limpa quase o final de semana inteiro, e eu te vi sorrir para todos os cantos, brincar, rir... você ainda é você, não precisa de nada para impulsionar isso.

Naquele momento, eu já sentia que, se Taylor me soltasse completamente, eu iria cair sobre o chão, e ali ficar até que alguém me trouxesse de volta para cima. Saber que tenho pessoas que me amam, não importa todas as minhas imperfeições visíveis é como saber que, em meio a um ataque nuclear, eu ainda teria ar limpo para respirar.

- Ham... me desculpa atrapalhar, mas Laur, eles já estão nos chamando. - Ouvi a voz de Camila distante, porém, ainda assim, tão perto.

A mulher havia saído para nos deixar despedir a sós, e se suas contas estão certas, já teria se passado a realmente mais de meia hora, que fora o horário em que ela combinou de voltar.
Tentei me recompor, secando meu rosto com a manga da jaqueta de couro -que não fez muita diferença- enquanto estabilizava minha respiração. Taylor me soltou por um momento, e caminhou até Camila, deixando um abraço apertado na mesma, que retribuiu.

- Foi muito bom conhecer você, cunhadinha.

Não evitei gargalhar baixinho com isso e com a forma que as bochechas de Camila ganharam uma tonalidade avermelhada. Chris a abraçou também, se despedindo com palavras calorosas, e na vez de papai, o abraço durou um pouco mais de tempo.

The Last SongOnde histórias criam vida. Descubra agora