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[Capítulo não revisado]

Camila Cabello's point of view.

Los Angeles, Califórnia — 11:02AM

Passamos a metade da noite juntas, onde, depois de me entregar a Lauren da forma que vinha querendo desde que paramos de nos falar, ficamos apenas desfrutando do silêncio, deitadas no teto de seu carro, observando as estrelas em silêncio. Naquele momento, eu me senti tão conectada a ela de uma forma que eu nunca pensei que conseguia sentir. Palavras simplesmente não eram necessárias.

E na outra metade da noite, ela teve de ir, pois hoje era o último dia que tinha para organizar os toques finais de sua turnê, e não queria arriscar perder a hora na minha casa. Ela estava trabalhando como louca, e isso eu estava percebendo mesmo antes de voltarmos a conversar; divulgando por meio de posts, stories ou entrevistas. Escolhendo figurino, maquiagem, cabelo. Repassando todas as cidades que iria fazer show... resumindo, ela estava muito focada, e eu não quis insistir e também arriscar que ela perdesse a hora –por mais que necessitava dela junto a mim–.

Meu humor melhorou completamente, e hoje fora o único dia em que eu me vesti bem por conta própria durante essas duas semanas, e até mesmo passei maquiagem. Ela já era uma parte de mim, e tê-la longe por um tempo só provou isso.
Dinah até mesmo comentou sobre o fato, até porque, eu a entreguei o manuscrito de Terriefield bem mais animada do que eu realmente faria caso ainda estivéssemos distantes, porém minha empresária não comentou muito sobre isso, e a conhecendo como eu conheço, imagino que seja por evitar tocar em um assunto específico que me fizesse voltar a ficar triste novamente.

- Não é porque ela é minha amiga que eu estou dizendo isso – Ashley comentou, rodeando o dedo na boca do copo de isopor –, mas ela realmente ficou muito mal com a briga, e assim que começou o tratamento mais intensivo, a levei pra minha casa para conseguir ficar de olho nela e garantir que não ia ter outra recaída, ou que a puta da Clara iria fazer algo.

Ashley estava sentada em uma das mesas do restaurante com os pés para cima nas costas de uma outra cadeira, bebendo algo que agora já havia acabado quando eu me aproximei. Dinah havia me dado um tempo livre enquanto conversava com minha equipe sobre assuntos técnicos, e não gostando muito da ideia de ficar sozinha, resolvi vir conversar com Ashley.

- Clara não disse mais nada depois daquilo? – Perguntei, cruzando meus braços abaixo dos seios por reflexo.

- Não. Agora que está ameaçada de ser retirada da casa, ela está "um amor de pessoa". – Ela gesticulou várias aspas com os dedos. – Como se enganasse alguém. Eu já estou no meu último fio de paciência com toda essa questão, e já até avisei pra Laur que eu não quero nem saber se ela vai achar ruim, mas da próxima vez que eu ver uma marca sequer no corpo dela, eu mesma vou quebrar a cara daquela mulher.

Segurei a vontade de rir pelo tom de indignação, pensando que, na verdade, eu iria gostar que ela fizesse isso com Clara. Na verdade, já estava mais que na hora dela experimentar do que faz Lauren passar.

- Isso acontece desde quando ela começou a carreira?

- Lauren diz que sim, e eu obviamente acredito, porque desde que começamos a conversar a anos atrás, ela já passava por isso, apenas não contava.

Ashley levantou apenas um ombro, focando o olhar em seu copo, no qual parecia ter um parque de diversão ali dentro, de tanto que estava a entretendo. Às vezes ela me lembrava a própria Lauren... sorri levemente.

- Mas bem – ela tornou a falar –, como está indo o processo do seu álbum? Meu empresário estava dizendo que Dinah disse que está muito bom. – Franzi o cenho, isso já estava circulando? – Não se assuste, essa gravadora parece um telefone sem fio.

The Last SongOnde histórias criam vida. Descubra agora