Capítulo 8 🍁

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Os dias passaram-se rápidos

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Os dias passaram-se rápidos. E os sonhos estranhos têm se tornado frequentes nas minhas noites. O último que eu tivera, eu vi um garoto de estatura baixa e aparentemente perdido e confuso, eu não conseguia visualizar o seu rosto com clareza, enxergava tudo embaçado, mas eu podia sentir que ele estava sofrendo. E vê-lo naquele estado, fazia com que eu me sentisse mal, como se eu pudesse sentir a sua dor também. Como se eu tivesse o dever de ajudá-lo. As olheiras estampadas na minha face, deixava evidente as minhas noites mal dormidas. O cansaço também era claro. Me remexia de um lado para o outro no colchão macio, na esperança do sono finalmente aparecer, mas eu não conseguia. A minha mente se encontrava em um estado de completa confusão. Uma mistura de pensamentos, de questionamentos sem respostas. Um colar que brilha, um pássaro que ninguém vê, e um gato de olhos coloridos. Encostei-me na cabeceira da minha cama, e encarei o pequeno baú em cima do criado mudo juntamente com o colar. Dei um suspiro pesado com a lembrança de alguns dias atrás. O colar brilhando e o meu quase beijo com Park Jimin. O calor tomou conta do meu corpo ao visualizar perfeitamente a lembrança em minha mente, eu sentia meu coração pulsando fortemente. Deixe-me levar pela lembrança, estranhando as reações do meu corpo com cada detalhe dessa memória.

Respirei fundo, tentando ignorar ao máximo a lembrança que de fato, mexe com o meu interior de alguma forma. Estiquei meu braço até o criado mudo e peguei a caixinha revestida de madeira. Abri a mesma, retirei de lá o punhado de cartas e desfiz o laço azul que as prendia. Deslizei os meus dedos sobre o selo que as fechava. O selo que continha o desenho do pássaro que avistei no colégio dias atrás. Ponderei se abria ou não o primeiro envelope, não queria invadir a privacidade de quem quer que seja o dono dessas cartas. Mais uma vez respirei fundo. Perdoe-me por invadir sua privacidade, mas preciso saber quem escreveu todas essas cartas. Abri de uma vez por todas o envelope velho, e retirei de dentro do mesmo uma folha velha e amarelada, que cheirava a guardado e comecei a ler.

"Seongnam, 15 de maio de 1985

O dia hoje está mais agitado do que o normal. Os pássaros estão cantando no jardim dos fundos, e o céu está com um azul vívido e brilhante, sem nenhuma nuvem escondendo a beleza do céu tão maravilhoso de Seongnam. O tempo está colaborando para o dia de hoje. Afinal, é o meu aniversário de 15 anos. Uma data significativa para as garotas da família Lee.

Gostaria que você estivesse aqui comigo, para comemorarmos juntas o meu aniversário. Para rirmos dos amigos estranhos do meu pai. Para rirmos das piadas sem graça do meu irmão. Para dançarmos e cantarmos desafinadas. Sendo boas amigas, que sempre fomos. Entendo que você nunca entenderá as tradições da minha família e por isso preferiu se afastar. Mesmo sabendo que possivelmente essa carta não chegará até você, ou que até mesmo você nem fará o mínimo esforço para lê-la, eu preciso desabafar de alguma forma.

Hoje é o dia que eu conhecerei o meu pretendente. Aquele que o meu pai escolheu para ser o meu esposo. Não sei explicar a forma da qual eu me sinto, talvez um pouco nervosa? Você mais do que ninguém sabe como essa ideia de casamento arranjado sempre me assustou, e do quanto você sempre teve razão ao me chamar de ingênua, por nunca me impor. Mas você sabe como o meu pai é, do quanto ele é exigente. Tudo tem que ser do jeito dele. Desde que eu nasci, papai já havia planejado os meus passos. Casar-se com o filho dos Choi, e ser a esposa perfeita. Todos daqui estão empolgados e agitados com a festa, a maioria das pessoas da cidade virão até o casarão para o evento. Já eu, não sei explicar a forma da qual eu me sinto. Gostaria de estar empolgada, pulando de alegria, escolhendo o meu vestido e tendo um dia de beleza. Mas eu não consigo. Estou vazia, assustada e nervosa com tudo. Se você ao menos estivesse aqui, talvez eu não sentiria essa tensão toda.

Seongnam City - Park JiminOnde histórias criam vida. Descubra agora