três.

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Amabel

Amabel

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O resto do dia na editora foi tranquilo à base da oração. Passei o tempo todo pedindo a Deus para não me deixar trombar com Ravi novamente. Estava muito envergonhada com todos ali. Fiquei mais tranquila quando Elissa me garantiu que ele iria se ocupar por conta de algumas reuniões.

Então, um pouco mais aliviada, foquei nas explicações de Betina sobre o trabalho. Ela me mostrou tudo e ensinou algumas coisas que eu precisava saber. Depois, nós nos matriculamos em um curso de idiomas. Segundo ela, para as traduções, eu precisava apenas do espanhol, pois ela já tinha alguém para a parte do inglês, no entanto, seria bom para mim também aprender a falar inglês. Ela deixou claro que tudo seria pago pela editora e não iria afetar em nada o meu salário, pois eles gostam de ajudar os funcionários a melhorarem cada vez mais.

Quando larguei, peguei minha bolsa e bem devagar, caminhei até o prédio onde estava morando. Eu não morava muito longe, apenas uns quinze ou vinte minutos de caminhada, então eu não via necessidade de gastar um dinheiro que eu mal tinha com passagens de ônibus ou uber. Porém, meus saltos estavam me matando.

Antes de vim para capital, eu morava em uma fazenda no interior e passei a vida toda com botas ou descalça, por isso não estava acostumada com sandálias de saltos alto, mas ouvi dizer que para trabalhar, eu precisava usa-las. E vendo hoje a elegância das mulheres naquela editora, com certeza, precisaria me acostumar.

Assim que entrei no meu pequeno — porém aconchegante — apartamento, me livrei dos saltos, chutando-os para bem longe. Um gemido escapou dos meus lábios quando pisei do carpete felpudo, que foi a primeira coisa que comprei quando me mudei. Eu não tinha dinheiro para comprar um sofá, então resolvi fazer algo legal para não deixar a sala vazia: comprei um tapete e meia dúzia de almofadas fofinhas, e as arrumei para ficarem com uma boa e chamativa aparência.

A minha televisão era de apenas 32 polegadas, que eu já ganhei de uma tia, que resolveu comprar uma maior para o quarto do seu filho e me cedeu ela, estava presa na parede. Eu mesma a coloquei lá. Não tinha uma antena, mas eu podia assistir Netflix.

Entrando no meu quarto, coloquei a bolsa na mesinha de cabeceira e suspirei quando comecei a me desfazer das minhas roupas, a fim de tomar um banho bem longo e gelado, para ver se a vergonha passava um pouco. Já sem roupa, peguei a toalha e me enrolei, então fui na cozinha minúscula para tomar um copo de água antes de ir para o banheiro.

Depois de um banho gelado, me enfiei dentro de uma camisola velha, que foi uma herança da minha vó, e me sentei na cama para tentar trabalhar no livro que Betina me pediu.

O lado bom do espanhol é que ele é, para os brasileiros, um pouco mais fácil que o inglês.

Minimamente.

Eu não sabia falar, pronunciar e muito menos entendia quando alguém estava falando perto de mim. Eles falam muito rápido, e eu não consigo acompanhar. Mas quando você vai ler, é possível entender algumas coisas, umas palavras que acabam fazendo sentindo na frase.

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