capitulo 3

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S/n Kaith

A sexta-feira começou com uma chuva forte e gelada, mas agora o céu estava apenas nublado. Minha escola era de tarde, então eu teria que fazer o retrato falado de manhã.

- Bom dia. - Minha mãe disse assim que viu eu descer as escadas.

Desejei um bom dia para ela e tomei meu café da manhã, o sono estava me dominando. Eu mal dormi de noite, meus sonhos eram na verdade pesadelos. Era como se eu estivesse passando por tudo aquilo da noite anterior, mas ao invés dos assassinos passarem direto e não perceberem a minha presença, eles me char e eu acabei com uma bala no peito. Belo pesadelo.

Peguei o meu material da faculdade e saí de casa as 10 da manhã, indo em direção a mesma delegacia. Até que meu celular começa a vibrar no meu bolso, uma ligação.

- Alô? - Disse após atender a chamada.

- Glória Deus, S/n! — Cylia  falou do outro lado da linha. Eu te mandei mensagem ontem perguntando se você chegou bem, mas você não me respondeu!

- Calma Cy, eu estou MUITO bem. Estou indo fazer um retrato falado na delegacia nesse exato momento.

- UM RETRATO FALADO?! - Ela basicamente gritou. — COMO ASSIM AMIGA?

Eu te explico mais tarde na facu, agora eu preciso desligar porque a bateria do meu celular tá 20% e você sabe que ele é viciado.

– Hum... Tá bom. Mas assim que você sair da delegacia me avise por mensagem, não posso viver sem uma S/N Kaith.

Ri do último comentário dela e desliguei a ligação. As vezes acho que a Cylia é a minha irmã mais velha, sempre preocupada comigo. Meus pensamentos sobre a Cylia foram interrompidos por um garoto.

– Olá. — Ele tinha certo sotaque. - Você poderia me levar nessa rua? - Ele me mostrou um papel com uma rua escrito a caneta. O problema é que aquela rua era bem deserta, não importa o horário.

- Ah... Eu estou bem ocupada no momento, preciso ir para certo lugar. Mas posso te levar até no meio do caminho e te orientar por onde você deve seguir.

Oh moça... Eu sou muito esquecido e provavelmente irei me perder... Só para chegar aqui tive que pedir ajuda para 4 pessoas.

Meu cérebro dizia para não ir, mas me coloquei no lugar do jovem-adulto e me rendi.

- Tudo bem. - Comecei a andar em direção ao local. - Qual é o seu nome mesmo?

- Josh. - Ele piscou pra mim.

Apenas ignorei e continuei a andar. Tentei apertar o passo para não perder muito tempo e conseguimos chagar em 10 minutos.

— Pronto. — Dei um sorriso simpático pronta para sair daquele lugar.

E então meu coração disparou quando ele segurou meu braço com força.

- Se você gritar vai ser pior, apenas entre no carro. - O sotaque francês foi para o lixo.

Um nó na garganta se formou quando o carro preto que eu pensava estar estacionado, começou a vir na minha direção. Tentei pensar em algo mas apenas um branco invadiu minha mente.

- Entra. – Ele mandou.

Olhei para ele com com os olhos rasos d'água pedindo mentalmente que me deixasse ir. Então ele revirou os olhos, abriu a porta e me jogou pra dentro. Um homem moreno estava dirigindo.

- O que vocês querem de mim? – O carro já estava em movimento.

- Cala a boca. — Ele pegou as minhas mãos ele tentou amarrar, então eu chutei ele.

O depoimento - adaptação Louis Partridge Onde histórias criam vida. Descubra agora