tempo houve e tempo haverá (onde isso deixa eu e você?)

11.

Ela encontra Kara remexendo em um banco de plástico entre uma mulher com uma perna engessada e um homem com a mão inteira envolta em um pano de prato e presa com um elástico. Ela está balançando uma coxa e mordendo a unha do dedo indicador esquerdo, os olhos correndo ao redor. Quando eles se vêem, Kara se levanta, visivelmente tenta controlar sua expressão, mas ri um pouco de qualquer maneira. Ela bate a mão na boca.

“Não é tão ruim assim.”

"Bem, o médico disse que não está quebrado." O que não significa que ela não tenha um olho roxo ou toda a ponte do nariz coberta por bandagens. “Só um pouco confuso. Essas foram as palavras reais que ele usou - desequilibrado - é por isso que não vejo novos médicos. ”

Kara espera enquanto Lena vai até a janela da farmácia com um roteiro para uma quantidade obscena de oxicontin que ela tomará esta noite e jogará fora. "Ela disse que levará alguns minutos." Lena comenta quando se senta ao lado dela, entre o homem do pano de prato e a mulher de perna quebrada. Kara voltou a roer a unha e franzir a testa, movendo a perna quase impossivelmente rápido. Lena coloca a palma da mão sobre ele.

“Kara--”

“Lena, eu sinto muito. Eu não posso acreditar que fiz isso, eu arruinei ... ”

"Não é sua culpa. Foi um acidente. ”

"Sim, mas eu não terminei com -" Kara faz um movimento vago ao redor do rosto. "Um nariz torto."

“Sim, o que há com isso? Sem ofensa, a propósito, mas você tem uma cabeça assustadoramente dura. "

“Eu estraguei tudo.” Kara diz novamente, e pressiona a palma da mão em sua testa em um ritmo staccato. "Eu ia te perguntar - mas eu estraguei tudo."

"Você não estragou nada." Lena tira a mão do rosto e a dobra no envelope quente da palma. "Mas seja honesto, você comprou aquelas flores?"

Kara morde o lábio. "Não. Foi Alex. ”

"E você queria me perguntar neste encontro?"

Em vez de desviar os olhos, Kara olha para ela com firmeza. “Aquele era Alex também, no início. Mas. Quer dizer, eu queria. ” Ela está mordendo a unha novamente. Lena acalma o polegar nas costas da mão capturada. "Eu estava assustado. Eu ainda estou. Mas a maneira como você me faz sentir - quando estamos juntos, quando você me beija, quando nós, ”sua voz treme, cai uma oitava perceptível,“ fazemos amor. É como, às vezes eu sinto como se estivesse lá em cima flutuando nas estrelas e então ... de alguma forma você me puxa de volta para a terra. Como eu poderia não querer isso? ”

Não há mais nada para Lena fazer a não ser beijá-la. É de boca fechada e casto, como se fosse o primeiro. O pensamento disso é engraçado. "Você não estragou nada." Lena diz, perdida por qualquer outra coisa. Kara explode em uma risadinha vertiginosa e faz menção de beijá-la novamente, mas o homem do pano de prato escolhe aquele momento para tossir ruidosamente uma quantidade alarmante de sangue e pelo interfone o farmacêutico zumbe: “Sra. Luthor ... Sra. Lorna Luthor? ”

Lena olha por cima do ombro enquanto reúne os comprimidos e observa Kara usar um punhado de guardanapos amassados ​​para ajudar o homem do pano de prato a impedir o fluxo de sangue de seu nariz. Todo o seu corpo se ilumina como uma árvore de Natal espalhafatosa e ela pensa, distinta e claramente, quem poderia imaginar?